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Pescadores são forçados a paralizar os trabalhos

Fula Martins | Soyo

Jornalista

Várias embarcações artesanais, utilizadas para a pesca, deixaram de realizar as actividades, no Soyo, devido ao preço do combustível. Na comuna de Mangue Grande, a título de exemplo, os pescadores informaram ao Jornal de Angola, que adquirem o litro de gasolina a 300 kwanzas, nos postos de revenda oficial de combustível, e no mercado paralelo por 1.500 kwanzas.

29/04/2024  Última atualização 10H35
As embarcações estão em terra até obterem uma solução © Fotografia por: Edições Novembro

O pescador Félix Nsakala considera a situação difícil e complicada, pois apenas os grandes armadores beneficiaram do subsídio de combustível e conseguem comercializar o pescado a preço baixo. Antes da subida do preço dos combustíveis, referiu, os pescadores artesanais levavam consigo mais de mil litros de gasolina, o que para muitos, hoje, é quase impossível.

O director municipal da Agricultura e Pescas do Soyo disse que apenas os pescadores associados em cooperativas beneficiaram dos cartões de subvenção, assim como recebem assistência técnica e meios para prática da actividade piscatória.

Agostinho Seke esclareceu que o apoio em artefacto de pesca vem directamente do Ministério das Pescas. Para obter tais benefícios, lembrou, a cooperativa ou associação deve estar a funcionar na base da legalidade que rege a actividade piscatória no país. Por outro lado, assegurou que o número de pescadores artesanais que reclama por falta de apoio por parte da Direcção Municipal da Agricultura e Pesca do Soyo é o que exerce a actividade ilegalmente.

 
Registos

A Direcção Municipal da Agricultura e Pesca do Soyo, explicou, tem registado 2.005 pescadores, agrupados em cooperativas e associações. Do número de pescadores, mil estão enquadrados em 11 cooperativas e 24 associações.

Agostinho Seke precisou que dos 221 pescadores cadastrados e certificados, no ano passado, apenas 78 chegaram a ser contemplados com cartões de combustível. Aos responsáveis das cooperativas e associações de pescas apela para manterem a calma.

Aos pescadores e utentes de embarcações, recordou para exercerem a actividade piscatória com base na legalidade, para que não entrem em conflito com a Lei. Para o exercício da actividade piscatória, recordou, os interessados devem se dirigir a Capitania do Porto do Soyo e obter a licença de navegação e depois ir à Direcção da Agricultura e Pesca formalizar o processo e ter a licença para o exercício da actividade.

Agostinho Seke disse que os técnicos do Instituto de Pesca Artesanal (IPA) têm desenvolvido actividades de sensibilização nas comunidades piscatórias, com o intuito de dar a conhecer as técnicas de segurança no mar, quando estiverem no exercício do trabalho piscatório.

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