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O Presidente português reconheceu a responsabilidade por crimes cometidos durante a Era Colonial, sugerindo o pagamento de reparações pelos erros do passado, referindo-se a mais de quatro séculos, em que pelo menos 12,5 milhões de africanos foram raptados e transportados à força para longas distâncias por navios de mercadores maioritariamente europeus e vendidos como escravos.
Marcelo Rebelo de Sousa afirmou, a propósito, que Portugal "assume toda a responsabilidade” pelos erros do passado e lembra que esses crimes, incluindo os massacres coloniais, tiveram custos. O Presidente português pronunciou-se a respeito, na terça-feira, durante um jantar com correspondentes estrangeiros em Portugal, segundo a Lusa.
No entanto, há um ano, na sessão de boas-vindas ao Presidente brasileiro, Lula da Silva, que antecedeu a sessão solene comemorativa do 49.º aniversário do 25 de Abril, o Chefe de Estado português já havia defendido que o seu país devia um pedido de desculpa, mas, acima de tudo, devia assumir, plenamente, a responsabilidade pela exploração e pela escravatura no período colonial.
"Não é apenas pedir desculpa- devida, sem dúvida- por aquilo que fizemos, porque pedir desculpa é, às vezes, o que há de mais fácil. Pede-se desculpa, vira-se as costas, e está cumprida a função. Não, é o assumir a responsabilidade para o futuro daquilo que de bom e de mau que fizemos no passado ", exaltou o líder português.
Entretanto, a ministra da Igualdade Racial do Brasil pediu já "acções concretas" por parte de Portugal na sequência da "importante e contundente" declaração do Presidente da República na qual sugeriu o pagamento de reparações por crimes da Era Colonial. "É realmente muito importante e contundente essa declaração", afirmou Anielle Franco ao portal brasileiro G1, referindo-se às declarações de Marcelo Rebelo de Sousa em que este reconheceu responsabilidades de Portugal por crimes cometidos durante a Era Colonial."Pela primeira vez, estamos a fazer um debate dessa dimensão a nível internacional", frisou a ministra brasileira, irmã da ex-vereadora Marielle Franco, assassinada em 2018, tendo acrescento, ainda, que tais declarações são "fruto de séculos de cobrança da população negra". Ainda assim, Anielle Franco sublinhou que "essa declaração precisa vir seguida de acções concretas, como o próprio Presidente de Portugal parece estar a comprometer-se a realizar".
"A nossa equipa já está em contacto com o Governo português para dialogar sobre como pensam realizar essas acções e a partir do Brasil quais passos serão tomados", concluiu a ministra brasileira.
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