O ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino Azevedo, defendeu, ontem, no Cuito, província do Bié, a necessidade de se apostar, cada vez mais, na transformação dos recursos minerais existentes no país, através da construção de mais fábricas de transformação.
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Angola atingiu, no ano passado, uma capacidade instalada de produção de energia eléctrica de 6.200 megawatts (MW), um crescimento de 60 por cento sobre os 2.400 MW que o país gerava em 2015, declarou, ontem, em Luanda, o secretário de Estado da Energia.
Arlindo Carlos apresentou estes números no 14º Fórum sobre Energia, Água e Ambiente, promovido pelos Jovens Empreendedores da União Europeia (JEUNE), em parceria com a Zona Económica Especial (ZEE).
De acordo com o secretário de Estado, o crescimento da geração hídrica verificado entre 2015 e 2023 é fruto de investimentos do Executivo como a construção do Aproveitamento Hidroeléctrico de Laúca, que conta com uma capacidade de produção de 2.070 MW.
O responsável lembrou que está em curso a construção do Aproveitamento Hidroeléctrico de Caculo-Cabaça, na província do Cuanza-Norte, que vai produzir nove mil megawatts.
A geração térmica, prosseguiu Arlindo Carlos, registou um declínio de 36 por cento, em 2023, quando, em 2015, constituía 61 por cento da matriz energética nacional, em números que representam um decréscimo do consumo anual do gasóleo nas centrais termoeléctricas do país, que de 1,36 mil milhões de litros, em 2015, caiu para 560 milhões, em 2023.
Mais água
O secretário de Estado afirmou que o Executivo está a implementar projectos estruturantes mitigadores das consequências da cíclica seca, sobretudo na região Sul do país, onde estão a ser desenvolvidos programas capazes de dar solução aos problemas das alterações climáticas, desertificação e da falta de infra-estruturas.
Acrescentou que, no Cunene, estão a ser executados importantes infra-estruturas para disponibilização de água mediante transferência de caudais, como é o Canal do Cafu, com 165 quilómetros de extensão e uma estação de bombagem de seis metros cúbicos por segundo.
Mais acções em curso
Além dessas acções, segundo Arlindo Carlos, estão em construção as barragens do Calucuve, sobre o rio Cuvelai, e do Ndue, sobre o rio Caundo, e outras na margem direita do rio Cunene, a acrescer a acções dessa natureza em curso na Huíla.
"O Executivo tem, igualmente, em carteira, projectos que concorrem para a melhoria da fiabilidade do fornecimento de água potável", disse, adiantando que todas as capitais provinciais e sedes municipais estão cobertas com a rede pública de abastecimento de água.
Diversificação da matriz energética está em curso
O secretário de Estado para a Energia afirmou, na ocasião, que o pelouro tem estado a dar continuidade às acções de diversificação sustentável da matriz energética, tendo concluído, em 2022, as centrais fotovoltaicas do Biópio, com uma capacidade de 188 megawatts de corrente diária (MWdc), e da Baía Farta, com 97, que contribuem com quatro por cento para a produção eléctrica, o que permite poupar três milhões de toneladas de combustíveis fósseis.
Taxa de electrificação
Arlindo Carlos notou que a África Subsaariana, com uma profusão de recursos hídricos e energéticos, registou um aumento da taxa de electrificação de 25,7 por cento, em 2000, para 50,6 por cento, em 2021.
Referiu que Angola, no quadro do Plano de Desenvolvimento Nacional (PDN) 2023-2027, dispõe de uma taxa de electrificação de 43 por cento, tendo indicado que 10 das 18 províncias do país estão interligadas à rede nacional de transporte. "A meta do sector é atingir as outras províncias com o objectivo de aumentar a taxa de electrificação para 50 por cento, em 2027", destacou.
O 14º Fórum sobre Água, Energia e Ambiente juntou especialistas, profissionais e empresários e visou encontrar as principais soluções para o melhoramento de abastecimento de água, fornecimento de energia e preservação do ambiente.
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