Política

Primeira-Dama lança novo projecto para erradicar a doença nas crianças

Elautério Silipuleni | Ondjiva

Jornalista

A Primeira-Dama da República anunciou, quarta-feira, em Ondjiva, o projecto “Geração sem Sida até 2030”, que visa acabar com a doença pediátrica e prestar melhores cuidados primários de saúde às mulheres e crianças.

18/04/2024  Última atualização 10H09
Ana Dias Lourenço disse que a iniciativa tem como foco os adolescentes e jovens © Fotografia por: DR

Segundo a promotora, o projecto vem substituir o programa "Nascer Livre para Brilhar”, que, entretanto, vai continuar com acções de advocacia para acabar com a doença até 2030. O grupo-alvo são as crianças e mulheres gestantes, com realce para as do meio rural, onde a assistência não é permanente.

O novo projecto, segundo a Primeira-Dama da República, foca nos adolescentes e jovens, com o objectivo de transmitir conhecimentos através da formação e mobilizá-los sobre a testagem.

Com esta iniciativa, disse, pretende-se continuar a trabalhar com a participação de todos os representantes da sociedade civil, instituições públicas e privadas, individualidades singulares e colectivas para desenvolver os trabalhos em curso desde 2019.

A promoção de acções para remover as barreiras que fomentam o estigma e a discriminação, a continuidade das acções de incentivo para a captação e repressão das mulheres gestantes à adesão à consulta pré-natal e ao programa de prevenção e transmissão do VIH de mãe para filho, são os propósitos do novo projecto da Primeira-Dama da República.

 Ana Dias Lourenço reconheceu, no acto de apresentação do Projecto Geração Sem Sida até 2030, o comprometimento do Executivo angolano na promoção da saúde, em particular para as mulheres e crianças, através do acesso aos Cuidados Primários de Saúde.

Para o aumento dos serviços de qualidade, frisou, o Executivo tem melhorado as condições de atendimento ao público, com a construção de infra-estruturas hospitalares, como é o caso do novo Hospital Geral de Ondjiva, em fase de conclusão.

"Estamos todos conscientes do trabalho e dos desafios que existem para garantir e aumentar a capacidade de resposta”, afirmou Ana Dias Lourenço, para quem este desafio não cabe apenas às instituições públicas, mas também a todas as organizações e parceiros sociais, para melhoria da qualidade de vida das famílias e comunidades.

A Primeira-Dama afirmou que está empenhada no trabalho de advocacia nas campanhas que realiza com a equipa de educação e empoderamento das mulheres, em particular da jovem menina, porque entende que só assim se pode almejar um desenvolvimento integrado, inclusivo e sustentável.

Ana Dias Lourenço manifestou gratidão a todos que se envolveram no Projecto "Nascer Livre para Brilhar”, com compromisso e trabalho árduo para criar um futuro brilhante e espera que se revejam no novo projecto que, por sinal, tem os mesmos objectivos. "Juntos podemos contribuir para uma Angola mais participada, com comunidades mais resilientes e saudáveis”, concluiu.

 Resultados do "Nascer Livre para Brilhar”

O programa "Nascer Livre para Brilhar”, de iniciativa da Primeira-Dama da República, permitiu, até finais de 2021, a redução da taxa de transmissão vertical do VIH/Sida em 15 por cento, contra os 26 por cento de 2018, ano do lançamento do programa, revelou, ontem, em Ondjiva, Cunene, Ana Dias Lourenço.

Ao fazer o balanço dos três anos de implementação do programa, a Primeira-Dama da República disse que o mesmo permitiu, também, a subida do número de gestantes portadoras de HIV/Sida tratadas nos hospitais especializados em 75 por cento, contra os 54 por cento em 2018.    Ana Dias Lourenço, que trabalhou durante dois dias no Cunene, afirmou que quando decidiu abraçar o programa, lançado em 2018, na cidade do Luena, não acreditava que fosse possível mostrar ao mundo que em Angola se deveria tratar crianças no quadro deste projecto.

A meta, lembrou, passava por reduzir, até 14 por cento, a incidência de transmissão do VIH de mãe para o filho e tirar Angola da lista de terceiro país com elevada taxa de infecção, mas o surgimento da pandemia da Covid-19 impediu a concretização do último desiderato.

A Primeira-Dama da República disse esperar que o Ministério da Saúde, Instituto Nacional de Luta contra a SIDA e outros parceiros continuem a implementar o "programa operativo de corte vertical”.

 Ana Dias Lourenço recordou que, em 2018, se comprometeu, em Ondjiva, a realizar uma campanha, por um período de três anos, para que, até 2030, não haja mais Sida pediátrica em Angola. A Primeira-Dama reiterou o compromisso de continuar a trabalhar para complementar as acções do Executivo viradas à luta contra o VIH/Sida no país e à redução do corte de transmissão de mãe para filho. O objectivo, disse, é manter gestantes saudáveis e acabar com a Sida até 2030. Admitiu não ser tarefa fácil, "mas com envolvimento de todos é possível chegar à meta traçada”.

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