Política

Quarta-feira é dia de decisões no “Caso GRECIMA”

Santos Vilola

Jornalista

O dia da decisão final do julgamento do processo de arguição criminal que apura responsabilidades sobre um desfalque de 98.141.632 de euros na gestão do extinto Gabinete de Revitalização da Comunicação Institucional e Marketing da Administração (GRECIMA) atribuído a Manuel Rabelais é conhecido esta quarta-feira, 24, quando a Câmara Criminal do Tribunal Supremo apresentar e responder aos quesitos sobre o que ficou ou não provado durante a fase de produção da prova.

22/03/2021  Última atualização 14H11
Manuel António Rabelais © Fotografia por: DR
O Tribunal Supremo retoma o julgamento em que Manuel António Rabelais e Hilário Alemão Gaspar Santos são acusados de peculato sob a forma continuada e de branqueamento de capitais na gestão daquela instituição criada por José Eduardo dos Santos, e colocada sob a tutela da Casa Militar do Presidente da República, predecessora da Casa de Segurança.

Na sessão de quarta-feira, o tribunal vai apresentar os quesitos da acusação e da pronúncia, das questões pessoais e dos representantes da defesa dos arguidos e das questões que resultaram da audiência de discussão e julgamento na Câmara Criminal do Tribunal Supremo, em função de Manuel Rabelais gozar de foro especial (ex-secretário do Presidente da República à data dos factos).

Na última sessão, o Ministério Público (defensor do Estado no processo) pediu a condenação dos arguidos apenas em dois dos quatro crimes em que estavam acusados. O titular da acção penal pediu a condenação nos crimes de peculato sob a forma continuada e de branqueamento de capitais. Foram afastados os crimes de violação das normas de execução do plano, por ter sido descriminalizado, e de procedimento e recebimento indevido de vantagem, por ter sido despenalizado, segundo o Ministério Público.

Os alegados actos remontam a 2016 e 2017. Nesse período, Manuel Rabelais teria usado os seus poderes no GRECIMA para adquirir junto do Banco Nacional de Angola (BNA) divisas que eram canalizadas para alguns bancos comerciais onde o GRECIMA tinha contas cujo único signatário era o também ex-secretário para a Comunicação e Imprensa do Presidente José Eduardo dos Santos. Segundo a acusação, a gestão de Manuel Rabelais terá arregimentado pessoas colectivas e singulares para fazerem depósitos em kwanzas nas contas da instituição nos bancos comerciais para beneficiarem de divisas (dólares e euros), transformando o GRECIMA numa "casa de câmbio”.

Hilário Alemão Gaspar Santos, funcionário da Rádio Nacional de Angola, sem vínculo laboral comprovado com o GRECIMA, é co-arguido no processo por ter sido recrutado por Manuel Rabelais para actuar em seu nome em operações de mobilização de pessoas e empresas para fazerem depósitos em kwanzas nas contas da instituição nos bancos, levantamento de divisas e transferências para o estrangeiro.

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