Sociedade

Queimadas aumentam no Cuando Cubango

Nicolau Vasco

A província do Cuando Cubango registou, de 15 de Abril a 15 de Setembro deste ano, 27.564 focos de queimadas anárquicas, que resultaram em sete vítimas mortais e duas feridas, disse, segunda-feira, o porta-voz do Serviço de Protecção Civil e Bombeiros.

24/09/2024  Última atualização 10H18
Incêndios provocaram prejuízos avaliados em mais de 150 milhões de kwanzas © Fotografia por: Nicolau Vasco | Edições Novembro | Cuito Cuanavale

Albano Cutarica esclareceu que em consequência destas queimadas anárquicas morreram três pessoas no município de Menongue, duas no Cuito Cuanavale e também no Cuchi. O 3.º subchefe bombeiro disse que os dados foram obtidos via satélite, no quadro do "Projecto mesa da SADC” e o município do Rivungo lidera as estatísticas de queimadas, seguido de Mavinga e Menongue.

Em 2023, realçou, a corporação teve o registo de 6.600 queimadas anárquicas. Os agentes do Serviço de Protecção Civil e Bombeiros, acrescentou, têm estado a desenvolver várias actividades de prevenção e sensibilização junto das comunidades sobre o perigo e as consequências das queimadas anárquicas.

O acto, apontou, é feito, na maioria das vezes, por camponeses com o intuito de fazerem limpeza da vegetação para a preparação dos solos, e não só, assim como pelos criadores de animais e os caçadores furtivos.

O porta-voz referiu que além de causar a destruição da flora e fauna, as queimadas anárquicas provocaram, também incêndios em 15 residências precárias e em três infra-estruturas turísticas, sendo duas em Menongue e uma no Cuangar, com prejuízos avaliados em mais de 150 milhões de kwanzas.

As queimadas anárquicas, sobretudo em florestas ou capins, sublinhou, além de afectar o ciclo chuvoso em cada ano tem sido também a principal causa da estiagem prolongada que a província tem estado a registar nos últimos tempos.

A exemplo disso, na campanha agrícola 2023/2024, mais de 70 mil lavras com cultivo de cereais foram afectadas por queimadas anárquicas nos nove municípios da província, causando fome a cerca de 300 mil habitantes.

O porta-voz aconselhou as populações, sobretudo aquelas que estão ligadas à actividade agrícola a absterem-se desta prática de queimadas anárquicas, uma vez que tem muitas consequências negativas, com realce para a devastação dos recursos florestais e faunísticos, assim como na emissão de gases poluentes na atmosfera.

"As populações não devem atear fogo e nem jogar restos de cigarros sobre a vegetação, bem como as comunidades camponesas não podem deixar fogueiras acesas. Sempre que pretenderem realizar uma queima devem comunicar às autoridades do Estado para que se determine a regra a utilizar, de formas a se prevenir possíveis casos de incêndios”, alertou.

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