Sociedade

Reino do Bailundo tem nova liderança

Estácio Camassete | Huambo

Jornalista

O ritual tradicional de destituição de Armindo Francisco Kalupeteka, Ekuikui V, da liderança do Reino do Bailundo, começou, ontem, naquele município da província do Huambo, com a realização de uma cerimónia para “desfazer todas as memórias deixadas pelo antigo rei”, tendo sido indigitado, pelos membros da corte, Isaak Francisco Tchongolola I, como rei interino.

01/05/2021  Última atualização 11H16
Isaak Francisco Tchongolola I © Fotografia por: Cedida
Na cerimónia, ocorrida no jango da Ombala Mbalundu e orientada pelo soba Tchitonga Francisco Tchitue, foi sacrificada uma galinha, apagou-se a fogueira de Ekuikui V, acesa no dia da sua entronização, sendo as cinzas varridas e carregadas pelo soba Tchilala e pelas esposas dos sobas e deitadas numa lixeira apropriada.

O soba Tchitonga Francisco Tchitue, que no ritual suplicou para que no Reino do Bailundo não aconteça o empossamento de rei de conduta inaceitável, disse que "muitos factos errados” aconteceram no jango, mas "éramos submissos ao Ekuikui V. Nos fez sofrer bastante e nunca partilhou nenhum bem connosco”, exteriorizou.

A entronização do novo rei vai acontecer, na Ombala Mbalundu, no mês de Julho, para se encerrar, em definitivo, a situação de liderança num dos reinos mais antigos do país. O rei interino é o primeiro neto directo do falecido rei Augusto Katchitiopololo, Ekuikui IV. Nasceu há 37 anos, no município do Bailundo, tem formação média e é poliglota.

A conquista do trono do Bailundo é disputada por três candidatos, onde se destacam o rei em exercício Isaak Francisco, João Kawengo, considerado o "causador da destituição” de Ekuikui V, e o soba da Bonga, conhecido por Senhor Calado.
O município do Bailundo tem cerca de 640 sobas e seculos.

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