Economia

Resiliência da economia angolana superou choques do ano passado

O Fundo Monetário Internacional (FMI) considera que a resiliência da economia angolana melhorou desde o Programa de Assistência Financeira, em 2021, e que a capacidade de Angola pagar o empréstimo ao Fundo “é adequada”.

09/07/2024  Última atualização 13H44
As reformas macro-económicas que estão a ser desenvolvidas pelo Governo estão no bom caminho © Fotografia por: Vigas da Purificação| Edições Novembro

"A capacidade de Angola pagar o empréstimo ao Fundo é adequada, ainda que sujeita a riscos; o país continuou resiliente face aos significativos desafios em 2023, incluindo uma redução na produção e nos preços do petróleo”, lê-se na análise à economia angolana, divulgada na quarta-feira.

Ao abrigo da avaliação pós-programa de assistência financeira, que durou de 2018 a 2021, Angola beneficiou de um envelope financeiro de 4,5 mil milhões de dólares.

De acordo com o FMI, "os esforços das autoridades para manter as reformas económicas iniciadas durante o programa de assistência financeira, incluindo nas áreas da gestão orçamental, mobilização da receita, gestão da dívida, política monetária e estabilidade financeira, ajudaram a potenciar a resiliência da economia de Angola”.

Assim, o FMI salienta que o crescimento económico se manteve positivo em 2023, ano em que a economia cresceu 0,9 por cento, graças à recuperação da produção petrolífera no último trimestre do ano, e deverá estabilizar numa expansão de 3,2 por cento a médio prazo, desde que o Governo mantenha as reformas estruturais em curso e a agenda de diversificação da economia.

Para a direcção do FMI, apesar de a inflação ter chegado ao nível mais elevado dos últimos anos, devido à depreciação da moeda e constrangimentos na oferta, o aumento dos preços deverá começar a cair na segunda metade deste ano, com melhor transmissão da política monetária à economia real e com o desvanecimento dos choques na oferta.

Na análise, o FMI prevê que a inflação melhore de 25,7 por cento, este ano, para 16,3 em 2025, seguindo uma tendência de redução que se aplica também ao rácio da dívida sobre o Produto Interno Bruto, que deverá cair de 74 por cento, no ano passado, para 58,5 e 52,1 neste e no próximo ano, respectivamente.

 

Ajustamento orçamental

Entre as recomendações, o FMI aponta que Angola deve manter o ajustamento orçamental, racionalizando a despesa, e aponta que é essencial "continuar com a reforma dos subsídios aos combustíveis, com mitigação das medidas para apoiar os vulneráveis, e uma estratégia de comunicação proactiva”.

Além disso, "a coordenação entre o Ministério das Finanças e o Banco Nacional de Angola em operações no mercado financeiro é essencial para a gestão da liquidez interbancária e ajudaria a melhorar a estabilidade dos preços e orçamentos”, salienta o FMI, concluindo que "melhorar a estabilidade financeira e implementar um alargado conjunto de reformas estruturais é vital para melhorar o ambiente de negócios e manter o crescimento, no contexto de um declínio petrolífero a longo prazo”.

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