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Rivais empatam no clássico mas tricolores lideram isolados

As defesas foram superiores aos ataques no clássico número 87, daí o empate nulo, ontem, entre o Petro de Luanda e o 1.º de Agosto, colocando os tricolores na liderança isolada do Girabola. O desafio foi referente ao acerto de calendário para a 16.ª jornada do Campeonato Nacional da I Divisão.

16/05/2024  Última atualização 12H25
Apesar do empate os petrolíferos da capital continuam a liderar a tabela classificativa da prova © Fotografia por: rafael taty | edições novembro

Alexandre Santos continua sem vencer, em campo, os arqui-rivais no maior dérbi do futebol angolano, na terceira época que orienta a formação do Catetão.

Os petrolíferos entraram melhor no jogo, tiveram maior posse de bola e foram os primeiros a chegar a baliza do adversário, logo no primeiro minuto, com uma cabeçada de Azulão para a defesa tranquila de Neblu.

A resposta surgiu minutos depois com uma tentativa falhada de bicicleta de Obed. Contudo, Vanilson podia ter inaugurado o marcador antes dos 15 minutos, mas escorregou diante de Neblu e chutou frouxo para as mãos do guarda-redes militar.

Alexandre Santos apostou no sistema táctico 4x3x3, onde Megue e Soares assumiram o controlo no meio campo, pautando o jogo dos tricolores. Do lado contrário, Filipe Nzanza privilegiou o 4x2x3x1, onde na zona intermédia, Kikasa não deu muito nas vistas nas acções ofensivas.

A partida teve alguns duelos interessantes, como o do avançado Dago e o lateral Eddie Afonso, bem como o extremo Vanilson e o lateral Hossi.

Se Dago não apareceu no jogo foi muito por culpa de Eddie Afonso que soube ofuscar o goleador militar no primeiro tempo. O mesmo se pode dizer em relação as ausências do lateral direito petrolífero na ajuda ao seu ataque, pois Dago não permitiu.

Habituado a esse clássico, Paizo teve uma presença pouco activa nas acções ofensivas ao contrário do que é normal, talvez a falta de ritmo tenha afectado o seu rendimento.

O Petro de Luanda foi a equipa que mais atacou no primeiro tempo, mas a melhor oportunidade no primeiro tempo saiu dos pés do avançado dagostino Obed.

Nas bancadas, o público compareceu, mas distante do número que se esperava para um clássico. Talvez por ser jogado numa tarde de quarta-feira tenha influenciado.

O árbitro João Goma foi contestado em alguns momentos, por deixar passar faltas, tanto a favor de uma equipa como da outra. O empate nulo levou os dois conjuntos ao intervalo, com a possibilidade de haver golos no segundo tempo.

Alexandre Santos inaugurou as substituições aos 57 minutos, com três mexidas. Lançou Carlinhos, Gilberto e Guedes, jogadores talhados para missões ofensivas, demonstrando que não estava satisfeito com o empate.

A jogar bem para a liderança isolada do Girabola, os tricolores ambicionavam a vitória com intuito de desfazer a partilha com o Sagrada Esperança.

O jogo ofensivo dos tricolores ganhou maior consistência, após a entrada de Jaredi, que travou duelos interessantes com Paizo antes deste ser substituído.

Interessava a formação de Filipe Nzanza não perder o clássico diante do arqui-rival para manter a disputa pela quinta posição, enquanto os tricolores só têm olhos para o título.

Os maiores rivais do futebol nacional carregam nas suas galerias 30 títulos, distribuídos 17 para o Eixo Viário e 13 para o Rio Seco

Apesar das investidas das duas equipas, o dia esteve reservado para o empate nulo. As emoções estiveram a flor da pele e o árbitro João Goma ajudou a tornar o ambiente mais tenso, com algumas decisões duvidosas que fizeram levantar os bancos de ambas formações.

Alexandre Santos (Petro): "Estamos focados no título”

"Deixo a era da novela de Alexandre Santos em ganhar ao 1.° de Agosto para vocês. Continuamos concentrados naquilo que é o nosso objectivo maior, ganhar todos os jogos, mas hoje (ontem) não ganhamos, conseguimos um ponto, estamos à frente no campeonato. Estamos satisfeitos connosco próprios, é verdade que queríamos ganhar, mas também não é mentira que às vezes não é possível, e o 1.° de Agosto demonstrou que aquilo que faz durante a época, não é o que faz contra nós, mas jogaram bem. Na primeira parte, nós merecíamos sair a ganhar  na segunda foi mais equilibrada, no entanto, ficou um pênalti claro por marcar, algo que aconteceu na primeira volta. Perguntei ao árbitro e ele disse que não era pênalti, mas pronto, que ele veja na televisão”.

Filipe Nzanza (1° de Agosto): "Foi um bom jogo”

"Penso que foi um bom jogo, as duas equipas estiveram bem, pois, diante de nós estava o Petro, o melhor de Angola nesse momento, e sabíamos das dificuldades a encarar. Foi um bom jogo, vamos levantar a cabeça e continuar a trabalhar. Como todos sabemos, o jogo com o Petro é uma questão de honra, estamos no clube há muito tempo e os nossos adeptos não gostam de perder essa partida. Os outros treinadores que não são angolanos, pensam que é um jogo normal, mas para nós, é proibido perder e assim, dar alegria aos nossos adeptos. Vamos continuar a trabalhar , apesar de reconhecremos que o título está cada vez mais distante".

 

Jorge Neto Marcial Betumina

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