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Sobrelotação nos principais hospitais preocupa governadora do Cuanza-Sul

Adilson de Carvalho | Sumbe

Jornalista

A redução da sobrelotação registada nas principais unidades sanitárias do Cuanza-Sul é uma das metas do Governo local para os próximos anos, disse, terça-feira, a governadora Mara Quiosa, que anunciou a inauguração, ainda este ano, do novo Hospital Geral da província.

21/08/2024  Última atualização 09H13
Mara Quiosa visitou o Hospital Geral 17 de Setembro e a maternidade da província, onde conversou com os médicos e pacientes © Fotografia por: Adilson de Carvalho | Edições Novembro | Sumbe

A governante, que efectuou visitas ao Hospital Geral "17 de Setembro” e à Maternidade do Cuanza-Sul, considerou a inauguração da nova unidade  sanitária da província essencial para a redução da sobrelotação que se regista nas unidades hospitalares locais.

A sobrelotação de pacientes nas unidades sanitárias, acrescentou, ocorre devido à transferência de doentes dos hospitais municipais da província, em particular os que necessitam de cirurgias. "A futura unidade hospitalar vai ser a referência na província, por isso a sua entrada em funcionamento vai dar resposta à demanda dos outros municípios”, disse.

Mara Quiosa avançou que, apesar da sobrelotação que se regista, ambas as unidades hospitalares estão a funcionar em pleno. Um aspecto importante, lembrou, é a humanização dos serviços de saúde. "É necessário que os profissionais tenham atenção à questão da humanização dos serviços, pois demonstra que os técnicos estão empenhados em exercer o trabalho com dignidade”, vincou.

No final da visita, a governadora do Cuanza-Sul entregou às duas unidades hospitalares do município do Sumbe medicamentos diversos e materiais descartáveis.

Dificuldades

Ao longo da visita às duas unidades hospitalares, a governadora do Cuanza-Sul foi informada sobre as principais preocupações que afligem os gestores de ambas unidades sanitárias, com realce para o número reduzido de recursos humanos, ambulâncias e equipamentos.

Mara Quiosa prometeu trabalhar, junto do Ministério da Saúde, para obter mais ambulâncias para as duas unidades hospitalares. "Um problema é a falta de mais incubadoras, por isso é essencial que se melhore os serviços da sala de neonatologia, para dar melhor qualidade ao tratamento de crianças que nascem com alguma patologia ou de forma prematura”, disse.

O actual estado do Hospital 17 de Setembro, lembrou, é preocupante, tendo em conta as infiltrações de água, que se registam com regularidade na época chuvosa. "A direcção do hospital garantiu que trabalhos estão a ser feitos para a solução deste problema”, disse.

O director-geral da unidade sanitária, Agostinho Cardoso, sublinhou que a falta de especialistas nas áreas de Cardiologia, Pneumologia e Psiquiatria tem sido um dos principais obstáculos no tratamento dos pacientes da província.

Outra inquietação da direcção do Hospital 17 de Setembro, avançou, é a avaria do aparelho de Tomografia Computadorizada (TAC). "Por ser um hospital que atende toda a província, em especial pelo facto do município do Sumbe não ter uma unidade sanitária municipal, precisa ter equipamentos adequados para atender a demanda”, observou.

A directora-geral da Maternidade do Cuanza-Sul, Francisca Kwaya, disse que se antevêem  dias melhores com a inauguração do novo Hospital Geral. "Vai diminuir a pressão que temos sofrido, por ser a única unidade de referência”, referiu.


Obras de carácter social no Sumbe

A governadora do Cuanza-Sul, Mara Quiosa, visitou, na semana finda, as obras de reabilitação e ampliação do Magistério Primário do Sumbe e o projecto de asfaltagem de dois quilómetros do troço que liga o centro do bairro Chingo ao Instituto de Ciências de Educação do Sumbe (ISCED-Sumbe), avaliadas em mais de 700 milhões de kwanzas.

A visita começou na obra de reabilitação e ampliação do Magistério Primário, pertencente à Administração Municipal do Sumbe, orçada em 200 milhões de kwanzas, num projecto a ser feito pela empresa Ankav Limitada, com a fiscalização da YEMI, no quadro do Plano Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM).

No percurso da jornada de campo, Mara Quiosa visitou o projecto de asfaltagem de dois quilómetros do troço que liga o centro do bairro Chingo ao ISCED-Sumbe, orçado em mais de 500 milhões de kwanzas, a cargo da construtora Engevia.

No final da visita, Mara Quiosa mostrou-se satisfeita com o estado das obras e anunciou que os atrasos financeiros foram ultrapassados, com o pagamento das últimas tranches das obras, antes paralisadas devido às dificuldades financeiras. "Estou satisfeita com o estado das obras, porque consegui perceber a vontade dos empreiteiros, que diante das dificuldades estão disponíveis para concluir os trabalhos”, frisou.

Para a governante, as obras de reabilitação e ampliação do Magistério Primário do Sumbe são de extrema importância, pois vão permitir reduzir a superlotação registada na instituição. "É uma escola importante para a província, que com as obras de reabilitação e ampliação vão  permitir aumentar o número de alunos no ano lectivo que se avizinha”, disse a governadora.

Em relação às obras de asfaltagem, a governante informou que o contrato inclui a colocação dos lancis e passeios. "Sensibilizamos o empreiteiro para que continue com os trabalhos, de modo a aproveitarmos o tempo de Cacimbo, enquanto as chuvas não começam”, disse.

Mara Quiosa apelou à compreensão da população devido aos constrangimentos causados na mobilidade, em particular os residentes nos bairros da Cerâmica e Serração, por onde passa a estrada, mas garantiu que o Governo Provincial vai continuar a acompanhar a obra para que seja concluída o mais rápido possível.

Os fiscais das obras visitadas pela governadora garantiram, no final, total empenho para que estas sejam concluídas até ao final deste ano.

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