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Sudão: ONG alerta para uma crise de fome histórica

Várias Organizações Não-Governamentais (ONG) alertaram para o facto do Sudão estar a sofrer "uma crise de fome de proporções históricas" e lamentaram o "silêncio estrondoso" da comunidade internacional após quase um ano e meio de guerra.

04/09/2024  Última atualização 12H00
Confrontos no Sudão agravam a situação humanitária © Fotografia por: DR

"Não podemos ser mais claros. O Sudão está a sofrer uma crise de fome de proporções históricas", afirmaram, em declaração conjunta, o Conselho Norueguês para os Refugiados, o Conselho Dinamarquês para os Refugiados e o Mercy Corps.

As ONG apelaram, ainda, à comunidade internacional para a tomada de medidas "urgentes" para fazer face à "imensa crise de fome" que se vive no Sudão, após estes longos meses de guerra entre o exército e as Forças de Reacção Rápida (RSF) paramilitares.

"O silêncio é ensurdecedor. As pessoas estão a morrer de fome todos os dias e, no entanto, as atenções continuam centradas em debates semânticos e definições jurídicas", afirmaram, lamentando que "todas as oportunidades para evitar a pior situação foram desperdiçadas e agora o povo do Sudão enfrenta uma crise sem precedentes em décadas".

Segundo as ONG, "as crianças estão a morrer à fome" e mais de 25 milhões de pessoas, ou seja, mais de metade da população, sofre de insegurança alimentar aguda. "Muitas famílias foram forçadas durante meses a comer apenas uma vez por dia e a alimentarem-se de folhas ou insectos.

O povo do Sudão demonstrou uma imensa resiliência e fortaleza ao longo dos últimos 17 meses: agora não têm para onde ir", reiteraram. Na declaração conjunta, divulgada pela Reuters, as ONG sublinharam que "a atenção e a acção internacionais têm sido demasiado escassas e tardias" e observaram que o Plano de Resposta Humanitária para 2024 está apenas 41% financiado, "com grande parte do financiamento a chegar demasiado tarde para evitar mortes evitáveis devido à fome".

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