Cultura

“Titilá do Rangel” recebe carinho de colegas e amigos

Gil Vieira

Jornalista

O jornalista António Campos "Titilá do Rangel" reuniu mais de 100 pessoas, entre colegas, amigos e familiares, que o brindaram com rasgados elogios e histórias marcantes de vários momentos partilhados, agora imortalizados no livro "Olá, Titilá", lançado, sábado, no Memorial Dr. António Agostinho Neto (MAAN), e ontem no Centro Recreativo e Cultural Kilamba, em Luanda, numa festa que juntou música e leitura no mesmo espaço.

22/07/2024  Última atualização 12H56
António Campos durante a apresentação da obra literária no Memorial Dr. António Agostinho Neto © Fotografia por: Luís Damião | Edições Novembro

O autor, em declarações ao Jornal de Angola, disse que quer conhecer, ainda vivo, o que realmente as pessoas mais próximas pensam sobre si, de forma a aferir o impacto que tem proporcionado nas suas vidas.

Titilá considerou merecer, pelo empenho que emprega diariamente nas relações interpessoais, uma singela homenagem.  O interlocutor defende que os elogios devem ser dados enquanto as pessoas estão vivas.

"Um dos objectivos do livro também é despertar a sociedade, porque actualmente virou tendência criticar o vivo e elogiar o morto, algo que repreendo. É necessário que saibamos valorizar as pessoas enquanto estão próximas", sublinhou o autor.

Entre os colegas, amigos e familiares que participaram no livro "Olá, Titilá" destacam-se Adalberto Silva, Adão Filipe, Ana Moçambique, Cabingano Manuel, Manuel Rabelais, Filipe Zau, Adriano Sapiñala, Kajim Ban Gala, Massoxi, Mara d'Alva, Maya Cool, Albino Carlos, Luísa Damião, Matias Adriano, Raimundo Salvador, Sebastião Lino, Ulisses de Jesus, Ernesto Bartolomeu, Reginaldo Silva, Cândido Ananás, Kintino, Presilha, Karliteira e Legalize.

A jornalista e vice-presidente do MPLA, Luísa Damião, em declarações à imprensa, disse ter aceitado participar no livro por também reconhecer que as homenagens devem ser feitas enquanto as pessoas estão vivas.

E, um homem como Titilá, realçou Luísa Damião, merece ainda mais, por ser uma figura que marcou gerações enquanto jornalista e homem de cultura. Luísa Damião afirmou que Titilá deve servir de exemplo para as novas gerações, por ser uma pessoa que se entrega de verdade em tudo aquilo que faz, no trabalho que desenvolve, na família e no relacionamento com os amigos e colegas. É um homem verdadeiro, amigo dos seus amigos, nos bons momentos e nos momentos menos bons.

O jornalista Ernesto Bartolomeu realçou ter uma relação estreita com Titilá, que teve início quando os dois moravam no Rangel. Segundo o principal pivô do Telejornal da Televisão Pública de Angola (TPA), ambos tinham o sonho de sair do musseque e brilhar na cidade do asfalto.

Para Ernesto Bartolomeu, é louvável a acção de Titilá, por deixar registado, ainda vivo, mensagens positivas de pessoas próximas.

Por outro lado, o deputado da UNITA Adriano Sapinãla declarou que o livro terá um impacto positivo na sociedade, por realçar, precisamente, a importância de gestos simples, como um elogio ao próximo.

Adriano Sapinãla, na obra, explica que conheceu Titilá há 13 anos pela Internet, num ambiente de muita adversidade política em Angola. Apesar de cada um ter os seus ideais, Adriano Sapinãla partilhou que ambos decidiram alargar a amizade virtual e marcar um encontro pessoalmente, onde descobriram vários pontos em comum.

No prefácio do livro, o jornalista Silva Candembo deixou patente o que os vários intervenientes transmitiram, valorizar o ser humano ainda vivo.

"Por razões que desconheço, a generalidade das pessoas costuma ser homenageada depois que parte para outra dimensão. E, no dia da descida à terra para em pó se transformar discursos de circunstância, reconhecimentos e elogios surgem às catadupas. Também nunca percebi bem em que se funda a dificuldade que geralmente o ser  humano tem em, olhos nos olhos, elogiar outrem", afirma.

Por este motivo, explicou, não teve pejo em traçar essas linhas no pórtico do livro do amigo António Campos, o "Titilá” do Rangel. Silva Candembo disse fazê-lo por entender que o exercício não é apenas  uma homenagem a um "Cinquentão", mas porque vê na iniciativa uma forma diferente de dialogar sobre amizade.

"Titilá não descobriu a pólvora. Mas, trouxe-nos um género que não existe na literatura. O livro ‘Olá, Titilá’ não se enquadra, em rigor, em nenhum dos géneros literários clássicos consagrados pelas civilizações", lê-se no prefácio da obra.

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