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Trabalhadores do Centro Frei Giorgio em greve

Fernando Neto | Mbanza Kongo

Jornalista

Os funcionários do Centro de Acolhimento “Frei Giorgio Zullianelo”, na cidade de Mbanza Congo, Zaire, iniciaram uma greve, por tempo indeterminado, desde o dia 17 deste mês, depois de uma primeira, feita de 28 a 31 de Março.

30/04/2024  Última atualização 09H25
Responsável do Centro, Frei Danilo Grossele, está preocupado © Fotografia por: Edições Novembro
O educador social Filipe Songa, que presta serviço no centro há dois anos, disse que o colectivo de trabalhadores decidiu entrar em greve por estar há quatro meses sem salário. Das reivindicações apresentadas pelos trabalhadores, na carta direccionada ao Governo Provincial do Zaire, fazem parte a falta de contratos de trabalho, inserção na Segurança Social, pagamento do 13.º e subsídio de férias.

Filipe Songa explicou que o centro de acolhimento conta com 16 funcionários, entre educadores sociais, psicólogas, enfermeiros, cozinheiros, lavadeiras e seguranças, cujos salários variam entre 20 a 50 mil kwanzas, que eram assegurados pela Ordem dos Frades Menores Capuchinhos.

O educador garantiu que o centro acompanha de forma profissional e pedagógica 100 crianças órfãs, assim como algumas desamparadas e acusadas de feitiçaria, com idades compreendidas entre os 2 e 18 anos.

O papel do centro, disse, serve para garantir um futuro melhor às crianças e posteriormente inseri-las na sociedade, daí o apelo à resolução desta situação, porque quem sai prejudicado são os menores.

 
Incumprimentos

O responsável do centro, Frei Danilo Grossele, explicou que o Centro Frei Giorgio Zullianelo foi criado por meio de um memorando de entendimento, assinado no dia 15 de Novembro de 2007, entre o Governo do Zaire e a Ordem dos Frades Menores Capuchinhos de Angola, onde contemplam obrigações de cada parte.

No memorando, consta que o Governo deveria proporcionar um fundo de maneio para o sustento das crianças.  Foi definida uma quantia de 200 mil kwanzas, que correspondia a dois mil dólares, mas ultimamente têm recebido o valor de forma irregular. Com isso, explicou, foram obrigados a suprir os salários com outras contribuições de instituições de caridade.

 
Protecção

O centro de acolhimento  e Formação Profissional "Frei Giorgio Zullianello” recebe, também, crianças com necessidades especiais de protecção provenientes das províncias do Uíge, Huambo, Bié, Huila e Luanda, bem como da vizinha República Democrática do Congo.

O espaço acolhe, igualmente, crianças do Zaire acusadas pelos familiares de práticas de feitiçaria e, na maioria dos casos, são  relegadas ao abandono.

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