"Há toda a necessidade de se criar um segmento de cooperativas de comercialização, as quais devem estar bem estruturadas e ficar lá, junto do camponês, para que ele faça uma compra directa e a cooperativa escoe os produtos”, referiu o presidente da UNACA, Albano Lussati, em declarações à imprensa, a propósito do Dia do Camponês Angolano, que se assinala hoje.

Acrescentou que, a medida, permite aos camponeses desprovidos de meios e capacidade financeira, venderem a produção às cooperativas a preços mais competitivos. A Confederação também vai propor que o Governo crie um órgão para controlar e regular o funcionamento das cooperativas, já que, declarou o presidente da UNACA, "muitas existem apenas para tirar dividendos das instituições financeiras”, como a obtenção de crédito.

Albano Lussati apelou os camponeses a optarem pela agricultura nas zonas ribeirinhas e por culturas mais resistentes à seca prolongada, como a que actualmente afecta parte do país, sobretudo, as regiões Centro e Sul de Angola, além da adesão dos camponeses às associações e cooperativas, bem como aos projectos do Programa de Apoio à Produção, Diversificação das Exportações e Substituição das Importações (PRODESI).

Recordou que a introdução das medidas de alívio económico a favor das empresas, adoptado pelo Governo devido à pandemia da Covid-19, permitiu a selecção de 15 cooperativas no Bengo, Benguela, Cuanza-Sul, Cuando Cubango, Huambo, Cunene e Huambo, que beneficiam de crédito do Banco de Desenvolvimento de Angola (BDA).

A UNACA tem registados 8 536 associações e 2 094 cooperativas, o que representa mais de um milhão de membros. Em Novembro do ano passado, a Confederação foi confirmada como vice-presidente da Mesa da Assembleia Geral da Organização de Cooperativas dos Países de Língua Portuguesa.