O ministro da Cultura, Filipe Zau, considerou, terça-feira, em Luanda, o Jazz como um género musical inclusivo que se renova continuamente pela incorporação de novas estruturas.
Vários artistas nacionais e internacionais actuaram, terça-feira, às 20h, na Baía de Luanda, na abertura do Festival Internacional do Dia do Jazz, organizado pela Bienal de Luanda, o projecto Resiliart Angola e a UNESCO.
Yuri da Cunha, embaixador do Festisumbe, na companhia dos músicos Ary e Ângelo Boss convidados ao evento, partilharam, na sexta-feira, na cidade do Sumbe, província do Cuanza-Sul, experiências das suas trajectórias artísticas com os cantores locais, com o objectivo de contribuir para o crescimento das suas carreiras.
Presentes no encontro estiveram igualmente os músicos, Mr. Dembo, Milili, Jota Buanda, David Sousa e JC, assim como representantes do Governo Provincial do Cuanza Sul, equipa da AF Entretenimento e a produtora do Festisumbe 2024. Os músicos locais tiveram também a oportunidade de mostrar os seus dotes artísticos, nos géneros semba, kizomba, zouk, hip-hop, rap e kuduro.
A qualidade vocal apresentada pelos artistas deixou impressionados Yuri da Cunha, Ary e Ângelo Boss. O intérprete de "macumba”, após apreciar a actuação dos cantores da sua terra natal, no final do encontro, disse ter gostado de dois deles, sem contudo, citar nomes.
"Durante a apresentação, fiquei impressionado com dois cantores, e por esse motivo, falei com a minha produção no sentido de poder avaliar estes músicos para ver o que pode ser feito para ajudar a impulsionar as carreiras”, disse.
Yuri
da Cunha defendeu que encontros do género são importantes, para partilhar
experiências com os artistas que estão a surgir no mercado nacional. O músico
enfatizou que além do convívio fraternal foi importante estar com os colegas.
"Nós já estivemos onde muitos deles estão agora, na altura apareceram pessoas
que também partilharam connosco suas experiências. O objectivo é trabalharmos
juntos em prol do desenvolvimento da cultura nacional”, disse.
Saber ouvir para aprender
A cantora Ary defende mais incentivos e formação. "É preciso que os novos músicos se mostrem disponíveis para receber conselhos que possam contribuir para o desenvolvimento das carreiras musicais. Só podemos partilhar experiências quando nos é solicitado, porque quando começámos, tivemos que saber ouvir os outros. Às vezes, a nova geração não quer ouvir conselhos. É importante que os novos artistas, estejam disponíveis para apreenderem com quem já tem alguma experiência, principalmente os mais velhos”, disse.
Ary defende que é preciso se preservar a identidade cultural. Na visão da autora do sucesso "Teu Grande Amor”, os músicos devem saber explorar os géneros musicais como semba, kizomba e tradicionais, por serem estilos que têm mercado no país e no estrangeiro.
Por seu turno, o músico Ângelo Boss disse que o encontro representou apenas uma parte de tudo que vai acontecer com da realização do Festisumbe este ano. "O encontro é uma antevisão do que vai acontecer em Maio. É a nossa aproximação com os músicos da nova geração. A troca de experiências é importante para mostrar o que vai acontecer no festival”, destacou.
O
músico que este ano comemora 40 anos de carreira, conta que o segredo para se
atingir o sucesso passa pela disciplina e amor ao próximo. "Antes de sermos
músicos, somos cidadãos. É necessário respeitarmos e seguirmos as normas da
sociedade, porque somos um exemplo a seguir, para o bem ou para o mal”, frisou.
Director municipal da Cultura destaca troca de experiências
O director municipal do Turismo e Cultura do município do Sumbe, João da Silva, destacou a interacção entre os artistas Yuri da Cunha, Ary e Ângelo Boss, com os músicos locais. "Apesar das dificuldades é preciso acreditar que com trabalho e sacrifício, é possível atingir os objectivos traçados”.
João da Silva apelou aos músicos que participaram do encontro, para que saibam aproveitar tudo quanto foi partilhado e que o mesmo sirva de inspiração para as suas carreiras. "É importante que os músicos locais saibam explorar positivamente esses encontros para a consolidação das suas carreiras”.
A cantora Genilda Muto que participou do encontro, disse que absorveu os ensinamentos para trilhar os caminhos certos para conquistar espaço no mercado nacional. "É a primeira vez que partilho o mesmo espaço com estes músicos que considero monstros da música angolana. Ouvi atentamente as dificuldades que passaram para atingirem o sucesso. Esse momento, vai ajudar a moldar a minha carreira”, destacou.
Por sua vez, Jota Buanda, reconheceu que iniciativas do género devem ser enaltecidas pelo facto dos músicos terem facilitado a realização do encontro. Destacou, por outro lado, ser necessário que aconteçam outros encontros. "Fazia-nos falta encontros do género. É muito importante que possamos ter o privilégio de outros encontros para nos ajudar mais facilmente a ultrapassar as dificuldades que encontrarmos”.
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