“Rosa Baila”, “Chikitita”, “Perdão”, dentre outros sucessos que marcam o percurso artístico de Eduardo Paím, serão apresentados amanhã, a partir das 19h30, no concerto comemorativo aos 60 anos natalícios do cantor e produtor.
Os escritores Agostinho Neto e António Jacinto são, hoje, às 10h, homenageados como “Poetas da Liberdade”, no Festival de Música e Poesia, que acontece no auditório do Centro Cultural de Vila Nova de Foz Côa, em Lisboa, Portugal.
Numa manhã ensolarada, a Embaixada da Índia, em Talatona, estava enfeitada de panos, cujas cores vivas brilhavam com o sol. O calor não impediu as dezenas de convidados, entre nacionais e estrangeiros, de se fazerem ao Holi Festival, um dos eventos mais importantes celebrados no mundo por indianos e amigos da Índia, em Março de cada ano.
Acreditado recentemente em Angola, o embaixador contou aos presentes que se trata do seu primeiro Holi Festival em Luanda e, logo nos primeiros minutos, a simpatia e ânimo dos angolanos o animaram. "Holi visa reunir as comunidades e fortalecer os laços de amizade entre elas por meio do divertimento, e noto isso nos angolanos. Estão sempre de braços abertos e alegres”, notou o diplomata Vidhu Nair, tendo agradecido pela presença dos convidados.
Ao Jornal de Angola, o embaixador revela que a alegria contagiante, a amizade e a empatia do festival em Luanda lembram-lhe dos momentos em que celebrava o evento ainda enquanto estudante.
O Holi Festival também anuncia a chegada da primavera e o fim do inverno na Índia, daí as cores vivas quem enfeitam a embaixada. A música que se ouve e a gastronomia que serve mostram a rica herança cultural da Índia mas, não tarda, o evento revela-se um verdadeiro momento de intercâmbio.
O músico angolano Cientista (CIÉ) é anunciado para cantar "Marijan” (palavra em hindu que significa querido/a). É uma kizomba que fez com a cantora indiana Vijaya. Os convidados divertem-se ao som da música cantada em português, inglês e hindu. Aplaudem.
Mas não é a única música que o artista angolano fez com a cantora indiana. Uma outra proposta, intitulada "Shukran” (gratidão) também recebe os aplausos dos presentes.
À nossa reportagem, CIÉ conta que o intercâmbio cultural com a Índia faz parte da sua agenda de trabalhos. É que pertence a Associação Kwenda, que promove pontes de entre artistas angolanos e de outros países. "No âmbito desta cooperação, 15 artistas angolanos estiveram na Índia durante 15 dias, num festival local, e foi uma experiência muito enriquecedora”.
De nacionalidade indiana, AshishGet, bastante dançante e alegre, conta-nos que o festival é um momento de partilha, alegria e amizade, e nesse ponto gosta de celebrar o evento com angolanos. "Os angolanos são muito abertos, dizem tudo que lhes vai no coração. Abraçam, dançam e não se inibem. São a melhor companhia para esta festa”, diz ofegante, depois de uma sessão de dança.
Entre os convidados de outras nacionalidades, destaca-se um cidadão coreano. A música que toca, aliás, é coreana. Entra no palco e divide-o com indianas e indianos, entre os quais o próprio embaixador Vidhu Nair, que dá o seu melhor.
Vestido
de maneira informal, de tênis e camisola, o cidadão coreano que deu o
espectáculo, bastante aplaudido, era afinal o embaixador da República da
Coreia, em Luanda. Animado, Kwang-jin Choi conta que gosta da festa. E que era
a segunda vez que participava no Holi Festival. O suor e o calor não permitem
mais prosa, e pede logo para beber água. Anuimos. Era merecido.
Dançar a rir, um ano depois…
Quando parecia que estava tudo terminado, afinal, o melhor ainda estava para vir. É que oito bailarinos perfilam para executar uma performance, entre os quais quatro rapazes e quatro raparigas. São angolanos e vêm do Kalemba 2. A roupa indiana denunciava logo que não estavam aí para o Semba ou Kizomba.
Os jovens dançarinos angolanos, entre os 15 e 17 anos, despertaram a atenção dos convidados ao executar uma coreografia típica de Bollywood Dance do género DholBhaje. Depois de um ano de ensaio, o grupo de dança da Embaixada da Índia, criado por iniciativa da antiga embaixadora, Pratibha Parkar, mostrou que valeu a pena o tempo de dedicação.
Depois de efusivamente aplaudidos, quem conta isso é Pedro Nsimba, de 17, um dos integrantes do grupo. "Os ensaios levaram um ano, e sempre foi difícil. Mas, agora, ao executar, sentimos que o tempo compensou. Tivemos uma boa performance”, diz o jovem bailarino, relevando-se feliz com o intercâmbio cultural. "Os indianos dançam como nós, sempre com bastante alegria e muitos movimentos. E isso ajudou muito”.
Já Sofia Panzo, também de 17 anos, esclarece que dança desde tenra idade, pelo que está sempre a aprender novos estilos. Mas no caso da dança indiana, foi muito diferente. "Dança é alegria. E na dança indiana consigo sentir que transmitimos isso aos presentes. É contagiante”, diz, mostrando-se feliz por estar aí no centro das atenções dos participantes, que competiam por um lugar à frente para fotografar ou filmar com os telemóveis.
A professora dos oito bailarinos angolanos não esconde a sua felicidade; afinal, o seu trabalho deu resultado.
Os ensaios não foram fáceis. Os oitos integrantes do grupo de dança moram no Kalemba 2. E como não seria fácil ensaiar na Embaixada em Talatona, devido às dificuldades do tráfico rodoviário, a professora do elenco, NandanaShivakumar, não pensou duas vezes. Era ela que, uma vez por semana, se deslocava ao Kalemba 2 para ensaiar com os rapazes e raparigas que aí vivem.
Depois do exitoso resultado, não poupa os elogios aos seus alunos. " São muito bons. Dominam a linguagem da dança muito bem”, diz, lembrando que o estilo DholBhaje é muito exigente.
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