Nos tempos que correm, na abordagem sobre a importância da liberdade de imprensa na construção da democracia, é incontornável que se fale e se discuta sobre o papel e o impacto das redes sociais na facilitação do acesso à informação por parte do público. Do mesmo modo que com o surgimento da imprensa, entendida em sentido lato, assistimos a uma maior difusão de ideias, de cultura e de conhecimentos, com o aparecimento das redes sociais a divulgação de factos e acontecimentos ganhou outra dimensão.
Para uma melhor compreensão deste artigo de opinião, afigura-se forçoso um recuo histórico, ainda que telegráfico, à Guerra Civil chinesa, que decorreu entre 1927 e 1949, entre comunistas sob a liderança do Chairman Mao Tsé-Tung, que defendiam uma revolução socialista, o fortalecimento do poder dos trabalhadores e camponeses, contra os nacionalistas sob a liderança de Chiang Kai-Shek, que defendiam a ditadura burguesa do proprietário e capitalismo, onde os primeiros venceram a guerra e os segundos foram forçados a se refugiarem na ilha de Taiwan.
Os desafios do mundo hodierno têm exigido das Organizações a adopção de uma filosofia de trabalho de excelência e comprometimento, baseada no cumprimento escrupuloso da lei e na inclusão de princípios éticos, bem como de responsabilidade social nos seus planos estratégicos para a satisfação dos interesses do público no contexto social.
Assim sendo, nesta edição, propomo-nos reflectir sobre a função teleológica do
Código de Ética na Organização, augurando que a nossa humilde visão de mundo sobre
a matéria possa de algum modo contribuir positivamente na prestação de um
serviço centralizado nos, em e para os valores, por parte das Organizações.
Oguisso e Schmidt (1999), ajudam- nos a esclarecer
que o Código de Ética refere-se ao conjunto de normas orientadoras da conduta dos
profissionais de uma Organização no sentido de saberem quais são os seus
direitos e deveres em relação as suas atribuições e responsabilidades.
Nesta ordem de ideias, a principal função
teleológica ou finalística do Código de Ética em toda e qualquer Organização,
independentemente das suas especificidades, consiste em orientar os
profissionais para interiorização e externalização de princípios éticos e deontológicos,
assumindo no cumprimento das suas atribuições o compromisso de auxiliar na materialização
da missão, visão e valores definidos pela Organização, de modo a corresponder positivamente
às exigências do público e da sociedade.
Conforme se pode perceber, as vantagens do Código de Ética na Organização são
várias, das quais destacam-se as seguintes:
-Promover uma cultura centrada no respeito pelos princípios éticos, morais e
deontológicos, na prestação de serviços de interesse público.
-Providenciar um ambiente laboral harmonioso pautado nos valores, na motivação
e no respeito pelos direitos das partes interessadas no cumprimento das
atribuições profissionais em benefício da cultura organizacional.
-Estabelecer directrizes para os profissionais
no sentido de não defraudarem a confiança do público em relação aos serviços
prestados.
-Projectar a imagem da Organização mediante
a colaboração de todos os profissionais.
-Prevenir os conflitos nas relações interpessoais,
práticas escandalosas e de natureza criminal, susceptíveis de gerar insucesso
e/ou falência da Organização.
-Institucionalizar a cultura de responsabilidade profissional, social e de
probidade pública no cumprimento da missão.
Importa salientar que a inobservância do Código de Ética na Organização gera
várias consequências negativas que a título de exemplo se incidem no desgaste
da reputação da Organização junto das suas partes interessadas (stakeholders),
na propagação de conflitos nas relações interpessoais, na quebra de confiança pelos
serviços prestados, na ocorrência de práticas escandalosas e/ou de natureza
criminal e finalmente, na inviabilização dos objectivos organizacionais, num
mercado onde a concorrência e exigência pela qualidade e transparência nos serviços
prestados, tornaram-se a regra de ouro no dia-a-dia.
O Instituto Ethos (2000), defende que
para a estruturação de um Código de Ética é preciso ter em atenção os seguintes
tópicos: Relacionamento com os accionistas no que tange a transparência das
informações repassadas aos mesmos; relacionamento com os funcionários centrado no
comportamento ético; relacionamento com o cliente considerado como sendo vital
para a sobrevivência da Organização no mercado e na sociedade de modo geral;
relacionamento com os fornecedores que a princípio deve ser harmonioso;
relacionamento com os concorrentes, observando a lealdade no serviço prestado;
relacionamento com as esferas públicas, cumprindo as exigências legais;
relacionamento com o meio ambiente e relacionamento com a comunidade.
O Código de Ética na Organização funciona como uma bússola que orienta o
comportamento dos profissionais para um agir correcto, responsável e justo.
Assim, a inclusão de princípios éticos e deontológicos na Organização, não
constitui uma questão de ilusão, mas sim, de investimento que bem contemplado e
posto em prática nos planos estratégicos da Organização e no modus operandi dos
profissionais, pode agregar valores, facilitando a elevação dos níveis de
confiança do público em prol do desenvolvimento da Organização.
Logo,
é necessário que as Organizações que possuem os seus respectivos Códigos de
Ética criem espaço de interacção permanente com os seus profissionais, visando
socializálos para uma conduta baseada nos valores éticos e deontológicos, bem como
de responsabilidade social.
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