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África do Sul proíbe criação de leões para caça

A ministra sul-africana do Ambiente apresentou, domingo, um plano para proibir gradualmente a criação de leões para caça, numa altura em que o país procura restaurar a sua reputação em matéria de conservação da vida selvagem.

08/04/2024  Última atualização 09H55
© Fotografia por: DR

Este tipo de caça, conhecida como "caça de troféus" é, desde há muito, controversa na África do Sul, e as campanhas no estrangeiro para proibir a importação destes troféus têm atraído um apoio crescente nos Estados Unidos, na Austrália e em vários países europeus nos últimos anos.

A prática consiste em libertar animais, nomeadamente, felinos selvagens criados em recintos fechados, para serem abatidos por caçadores ricos, muitas vezes estrangeiros, que não hesitam em pagar somas avultadas para levarem consigo a cabeça ou a pele do animal morto. O Governo sul-africano já tinha anunciado, em 2021, a sua intenção de proibir a criação de leões para caça. Foi criada uma comissão que, nos últimos dois anos, tem estado a trabalhar nesta questão.

"A comissão recomendou o encerramento do sector da criação em cativeiro, incluindo a manutenção de leões em cativeiro, bem como a utilização de leões em cativeiro para fins comerciais", afirmou a ministra Barbara Creecy numa conferência de imprensa na Cidade do Cabo. Antes de uma proibição total, os criadores terão um prazo máximo de dois anos para se retirarem voluntariamente do sector e se reconverterem.

Na semana passada, o Conselho de Ministros sul-africano aprovou a ideia de eliminar gradualmente o sector da criação de leões e rinocerontes. Todavia, a proibição, que ainda não foi legislada, é muito contestada pelos representantes do sector altamente lucrativo da criação de animais e o texto poderá ser objecto de um longo debate.

Apenas cerca de 3.500 leões vivem em estado selvagem no país, segundo a organização não-governamental sul-africana 'Endangered Wildlife Trust'. A África do Sul alberga também cerca de 80% da população mundial de rinocerontes e tem mais de 300 criadores. O chifre de rinoceronte é apreciado na Ásia pelas suas alegadas propriedades terapêuticas, mas a caça furtiva está a dizimar a espécie

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