Coronavírus

Banco Africano já emprestou mais de 3 mil milhões de euros

O Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) anunciou que já desembolsou mais de 3 mil milhões de euros desde o início da pandemia, para ajudar os países africanos a suportarem os efeitos desta crise sem precedentes.

02/05/2021  Última atualização 12H10
COMBATE À PANDEMIA NO CONTINENTE © Fotografia por: DR
"Até 1 de Abril, o banco tinha aprovado um total de empréstimos no valor de 4,1 mil milhões de dólares para todas as operações ao abrigo do Instrumento de Resposta à Covid-19, tendo já desembolsado um total de 3,7 mil milhões de dólares, 90% do total”, lê-se numa nota enviada à Lusa.

Na contabilização da ajuda financeira, acrescenta-se que "o financiamento foi também direccionado para a Organização Mundial de Saúde, que recebeu 2 milhões de dólares em assistência de emergência para reforçar a capacidade de ajudar os países africanos a conter a pandemia e a mitigar o seu impacto”.

O banco, a maior entidade financeira multilateral de desenvolvimento em África, aponta ainda que "um pacote financeiro especial de 20 milhões de dólares foi para os cinco países do Sahel - Burkina Faso, Chade, Mali, Mauritânia e Níger - para fortalecer a capacidade nacional contra a Covid-19, ajudando-os também a limitar o impacto económico, numa região onde a pandemia está a causar uma emergência sem precedentes em cima de múltiplas crises”.
Os analistas do banco estimam que, além do impacto na saúde, o continente esteja a "lidar com a sua pior recessão em meio século, que fez 30 milhões de africanos caírem na pobreza extrema em 2020, e pode levar outros 39 milhões este ano” a entrar na mesma situação.

O presidente do BAD afirmou já que a recuperação económica do continente depende de um acesso eficaz às vacinas e das soluções que forem encontradas para o problema da dívida, que deverá subir de 30%, em 2010, para 75% do Produto Interno Bruto (PIB), este ano.
"África precisa de alívio da dívida, reestruturação da dívida e sustentabilidade da dívida”, disse Akinwumi Adesina, durante uma conferência virtual. Vincou que mesmo com uma realocação dos novos Direitos Especiais de Saque (DES) do Fundo Monetário Internacional (FMI), no valor de 650 mil milhões de dólares, os países africanos receberão apenas 3,2% desse valor, equivalente a cerca de 32 mil milhões de dólares.

O FMI vai propor em Junho um novo mecanismo de realocação destas verbas, que leva em conta não apenas a quota no FMI, mas também as necessidades específicas de cada país, o que deverá fazer com que os países em dificuldades recebam um valor acima do que receberiam se a nova alocação fosse transferida apenas tendo em conta a quota de cada país no FMI.
O FMI estima que a economia da África subsaariana cresça 3,4% este ano, depois de uma contração de 1,9% em 2020.

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