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O presidente do Chega, André Ventura, apelou, ontem, ao voto dos eleitores que até aqui votaram PS e PSD e considerou que só o seu partido representa uma mudança efectiva.
"Eu queria falar directamente para os que estão em casa e durante 50 anos votaram PS ou PSD. Nós temos que lhes explicar que política não é futebol, não mudamos de clube, mas quando o país está na pobreza e na corrupção que está, mudamos de partido. É esse o pedido que temos de fazer aos portugueses”, afirmou, falando num almoço/comício em Portimão, distrito de Faro.
O líder da terceira maior força política em Portugal, com 12 dos 130 assentos na Assembleia da República, defendeu que "não vale a pena votar no PS e PSD porque ficará tudo na mesma. Votar neste PSD é manter o mesmo estado de corrupção que temos, é manter o mesmo estado de empobrecimento, de dificuldade de vida”, contrapondo que "votar no Chega é votar na mudança”.
"Não acreditem que vai mudar alguma coisa naqueles que já tiveram dezenas de oportunidades em 50 anos e nunca mudaram nada. Nós somos a única força que quer mudar, e vamos fazer essa mudança”, salientou André Ventura, indicando que socialistas e sociais-democratas sucederam uns aos outros na liderança dos governos nos últimos 50 anos.
"Se para suceder ao PS votarem no PSD, não vão ter uma luta forte contra a corrupção, não vão pagar menos pela prestação da casa, não vão ter melhores salários e os pensionistas vão ficar tão pobres como estão”, criticou.
O presidente do Chega defendeu também que "o PSD é um PS 2.0, a única coisa que os distingue é o D à frente do PS”. "Se não vamos ter combate à corrupção, se não vamos ter melhores salários e melhores pensões, se não vamos ter segurança, o que pode levar alguém no país a querer sair do PS e votar no PSD? É incompreensível. Temos de votar no Chega, é a única hipótese para mudar”, salientou.
André Ventura acusou PS e PSD de terem feito nesta campanha para as eleições legislativas de domingo uma "tentativa brutal” de apelo "ao voto útil, que seria contra o Chega”. "Foi o voto útil que levou a que PS e PSD andassem sempre um a seguir ao outro e que levou ao empobrecimento, corrupção, falta de cuidados de saúde", sustentou.
Entre as forças concorrentes às eleições de domingo, destaca-se, ainda, a Iniciativa Liberal, de Rui Rocha, que nas legislativas de 2022 elegeu oito deputados; o Bloco de Esquerda, liderado por Mariana Mortágua, e que, no último pleito, viu a bancada parlamentar ser reduzida de 19 para cinco deputados.
São, ainda, concorrentes a coligação CDU, liderada pelo secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, e que tem assentos na Assembleia da República (menos quatro que no mandato iniciado em 2019); o Livre, de Rui Tavares; e o PAN, de Inês Sousa Real, ambos com um deputado cada.
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