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Combustíveis fósseis são prejudiciais como o tabaco

O ministro de Minas e Energia do Brasil, Alexandre Silveira, disse, domingo, que os combustíveis fósseis acabarão por ser considerados tão prejudiciais à saúde como os cigarros.

08/04/2024  Última atualização 10H40
Alexandre Silveira, ministro de Minas e Energia do Brasil © Fotografia por: DR

"A transição energética vai acontecer de uma forma ou de outra, mas também vai acontecer por causa de outro factor, que é a questão cultural", disse Alexandre Silveira numa entrevista à Afp à margem de uma conferência sobre energia realizada em Houston, Texas, Estados Unidos.

"As novas gerações vão começar a rejeitar os combustíveis fósseis da mesma forma que rejeitaram a indústria do tabaco nos últimos vinte anos", disse, comparando com a consciencialização dos efeitos nocivos do tabaco que ajudou a reduzir o seu consumo. "É o que vai acontecer com o petróleo", afirmou. Os comentários de Silveira surgem numa altura em que o Brasil, membro dos países produtores de petróleo da OPEP+, também defende uma transição para as energias limpas.

Desde que regressou ao poder para um terceiro mandato em Janeiro de 2023, o Presidente do Brasil, Lula da Silva, fez progressos sólidos na implementação da sua promessa de acabar com a desflorestação ilegal na Amazónia, que diminuiu para metade no ano passado em comparação com 2022.

Ao mesmo tempo que o executivo tem um discurso rumo às energias limpas, o Brasil, o maior produtor de petróleo da América Latina, também estabeleceu vários recordes mensais de produção de petróleo bruto no ano passado, nomeadamente em Novembro, quando produziu quase 3,7 milhões de barris por dia.

"A procura pelo aumento da produção de petróleo não é interna", frisou, acrescentando que "a transição é mais lenta do que deveria ser". A transição energética precisa de uma "governação global capaz de criar um diálogo mais justo e equitativo entre os países do Sul e os países desenvolvidos", afirmou Silveira.

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