Política

Corpo de Ludy Kissassunda chega a Luanda na quinta-feira

O corpo do nacionalista e general na reserva Rodrigues João Lopes “Ludy Kissassunda”, falecido, quarta-feira, em setúbal, Portugal, aos 88 anos, vítima de doença, chega a Luanda na próxima quinta-feira (14), informou, à Rádio Nacional de Angola (RNA), a filha mais velha.

09/01/2021  Última atualização 20H15
Ludy Kissassunda foi governador provincial do Zaire © Fotografia por: Cedida
Maria João Lopes, que não avançou a data do funeral, disse que a morte do pai abalou toda a família, que fará tudo para que aquele seja enterrado condignamente. "Desde os Maquis, onde fomos-na altura eu era pequenina, com uns 2 ou 3 anos, fomos até ao Congo (actual RDC). O meu pai foi, depois, para fora, na China. Apesar disso, sempre foi um pai atencioso, amigo, conselheiro e gostava de ver sempre a família unida, mas calou-se esta voz”, lamentou. 

Ludy Kissasunda fez parte da primeira delegação do MPLA que chegou a Luanda, em Novembro de 1974, desempenhou, depois da Independência Nacional, importantes funções no aparelho do Estado angolano, tendo sido director da DISA (Direcção de Informação e segurança de Angola), comissário (governador) provincial de Malanje, no período entre 1980 e 1986 e governador do Zaire, entre 1995 e 2004.

A secretária-geral da OMA, Luzia Inglês "Inga”, primeira mulher angolana a atingir o posto de general, conviveu com Ludy Kissasunda, que começou a vida política e militar na UPA (antecessora da FNLA), movimento que abandonou por discordar da sua linha ideológica ou militar, juntando-se ao MPLA.

Inga falou da participação de Ludy no Esquedrão Kamy: "Ele fez parte do esquadrão em que estavam as nossas heroínas. Treinaram um grupo de sete meninas, das quais morreram cinco. As outras duas morreram já depois da Independência”, contou. 

Luzia Inglês afirmou, ainda, que quando Ludy Kissassunda entra para o MPLA, abre a Segunda Região, onde ambos conheceram-se. Confirmou, igualmente, que Kissassunda fez parte do comité director do MPLA, tendo participado, também, na fundação da extintas FAPLA, o então braço armado do partido, fundado em 1956.

Benigno de Oliveira Vieira Lopes "Ingo” é general reformado. Foi instrutor geral no Centro de Instrução Revolucionária (CIR) e, depois, comandante do Esquadrão Kamy. Ingo fez a mesma caminhada política e militar com Ludy Kissassunda, na Frente Cabinda.

"Reabrimos a Frente Cabinda, em 1963, e foi mais ou menos, talvez em 1964, quando o Ludy aderiu ao MPLA, proveniente da UPA, discordando com toda a política levada acabo pela UPA, pelo menos até aquela altura. Nesta altura, o MPLA já estava expulsos do Congo Kinshasa e estávamos então em Brazzaville, quando o Ludy aparece”, contou.
 Quando Kissassunda adere ao MPLA foi aceite de imediato. "A partir daí, conhecemos um angolano de um espírito nacionalista muito elevado que se adaptou logo aos princípios políticos do MPLA”, considerou o general Ingo.

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