Sociedade

Defendido ensino de temas sobre combate à corrupção

Edna Dala

Jornalista

Os participantes ao seminário sobre o combate à corrupção e o papel do jornalista propuseram a implementação da cadeira de combate à corrupção no segundo ciclo do ensino secundário.

01/03/2021  Última atualização 17H14
Vice-procurador geral da República defende uma estratégia central de combate à corrupção © Fotografia por: Vigas da Purificação | Edições Novembro
De acordo com os participantes, a cadeira teria como objectivo moralizar a sociedade e incentivar os jovens a pautarem por comportamentos éticos e morais.  
Sobre a proposta, o vice-procurador geral da República Mota Liz disse ser necessário um plano estratégico global de combate à corrupção, que inclua todas essas dimensões.

O magistrado disse acreditar que o Ministério da Educação está a pensar em conteúdos e cadeiras viradas para a moral e ética que negam a corrupção. Acrescentou que não precisam ser cadeiras específicas de combate à corrupção, mas de moral e ética onde as várias dimensões da moral são resgatadas e haja negação da corrupção, porque é um mal que tem levado à degradação dos valores morais.

"Se prevenirmos e negarmos isso desde a primeira infância, a consciência crítica cresce e o próprio cidadão tem um papel fundamental. Caso contrário, a pessoa acaba por se vender por interesses materiais e perde a sua essência", sublinhou.
Através da Convenção das Nações Unidas para o Combate à Corrupção, lembrou, a educação tem um papel central mas, disse, tem que haver uma estratégia forte com destaque para os manuais e formação dos professores.
Os professores, reforçou, precisam ser formados para negar a corrupção,  devem ser os primeiros a dizer "não cabulem, não paguem para ter notas, tão pouco facilidades para passar, estudem e dediquem-se porque a educação tem um papel central".

Para Mota Liz, antes dos jornalistas, polícias e das procuradorias, o primeiro na linha de frente é a educação. "Sem a educação não vamos a lado nenhum", disse.
O magistrado defendeu também a necessidade de uma estratégia central de combate à corrupção além do plano da PGR .
O vice-procurador geral da República entende que deve haver estratégias dos vários sectores para fazer a estratégia nacional.

Jornalismo investigativo
No fim do encontro, que juntou jornalistas de vários órgãos públicos e privados, académicos e membros da sociedade civil, Mota Liz destacou o papel do jornalismo de investigação na denúncia de crimes, levando as pessoas a compreenderem que a corrupção é podridão e negação de valores essenciais.
Esse jornalismo, reforçou, deve ser sempre incentivado para ser cultivado nos órgãos de comunicação social e escolas de formação de jornalistas, para se apurar quem é o verdadeiro jornalista e quem é um aproveitador e oportunista para praticar crimes. "Quando se trata de uma investigação feita com profissionalismo, a sociedade tem que compreender que o mesmo tem um papel fundamental", sublinhou.

Os destinatários desta investigação, lembrou, não a verão de bom gosto e nem precisam vê-la. A título de exemplo, referiu, " tal como se abre um processo crime, a pessoa a investigar nunca fica satisfeita, mas sujeita-se ".
Mota Liz considerou que a atribuição da carteira profissional de jornalista "não muda muito" porque a actividade jornalística é protegida.
O essencial, reiterou, é separar o jornalismo amador que passa por denunciar coisas infundadas,  por um jornalismo de investigação profissional que busca a verdade dos factos, objectividade e isenção e trazê-los ao conhecimento público.

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