Economia

Cadeia de produção de ovos em Angola ainda é frágil

Embora a produção de ovos tenha aumentado significativamente, passando de 400 mil por dia, em 2012, para mais de 1,7 mil este ano, a cadeia produtiva continua fragilizada, por falta de insumos, revelou ontem, em Luanda, o técnico do Ministério da Economia e Planeamento, Laercio Cândido.

09/09/2019  Última atualização 23H12
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O técnico, que falava ao Jornal de Angola, à margem do segundo Fórum Empresarial e de Negócios Angola- África do Sul, disse que o aumento da produção de ovos resultou do apoio do Executivo às pequenas e médias empresas, principalmente no quadro do programa Angola Investe.
Entre os sectores prioritários do programa destacavam-se a Agricultura, Pecuária e Pescas, serviços de apoio ao sector produtivo, onde as micro-empresas podiam receber um financiamento de até 20 milhões de kwanzas, as pequenas até 150 milhões e as médias até 500 milhões de kwanzas, de acordo com o regulamento do programa Angola Investe.
Laercio Cândido reiterou que apesar do aumento, a cadeia de produção de ovos continua, até hoje, fragilizada. “Esta fragilidade não está na vertente da produção, mas na dos insumos e dos equipamentos que concorrem para a produção e distribuição ao mercado, nomeadamente as embalagens, a ração, as vacinas para as aves, entre outros aspectos”, disse Laercio Cândido.
Segundo o técnico, a fragilidade da cadeia derivou do facto de, na altura, o foco ter sido mais virado para a produção de ovos, deixando para posterior a dos insumos.
Actualmente, para a produção de ovos, os insumos são importados, levando o Estado a efectuar elevados gastos financeiros, o que pesa no agravamento do défice da balança comercial, disse Laercio Cândido.
O segundo Fórum Empresarial e de Negócios Angola- África do Sul, que decorre desde ontem no Hotel de Convenções de Talatona, conta com a presença de 25 empresas e três associações industriais sul-africanas. Algumas manifestaram interesse em investir no país, nos sectores da Construção, Agricultura, Agro-negócios, Energia, industria alimentar, turismo, recursos minerais e industria militar, alguns dos quais definidos na Estratégia Industrial do Governo da África do Sul.
O director do Instituto de Desenvolvimento Industrial de Angola (IDIA), Adérito Cusselama, lançou um repto aos empresários sul-africanos para investirem mais no país.
“Poderíamos implantar um pólo industrial, para começar com cerca de 20 a 30 empresas sul-africanas. Com esta iniciativa, estaríamos a contribuir para diversificação da economia nacional”, sublinhou Adérito Cusselama.
O ministro do comércio, Joffre Van-Dúnem, anunciou que Angola vai implementar, brevemente, a Janela Única do Comércio Externo, que espera-se, venha a facilitar as relações entre os empresários da região austral e não só. Esta iniciativa pode ser concretizada graças à aprovação de um acordo de facilitação do comércio pela Organização Mundial do Comércio (OMC).
No âmbito da Zona de Comércio Livre, disse o governante, o Ministério preparou a “oferta tarifária” , o que poderá aumentar as oportunidades de comércio intra-regional. Actualmente, a África do Sul representa 85 por cento do comércio com Angola e com a região.