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Populações moçambicanas receiam aumento da violência

Um novo ataque de um grupo armado contra um camião de carga provocou, sexta feira, à noite, quatro feridos, junto à principal estrada que liga o Sul e Norte de Moçambique, disseram, ontem, à Lusa, testemunhas e autoridades.

30/11/2019  Última atualização 19H10
DR © Fotografia por: Ataques armados têm sido frequentes e já fizeram centenas de vítimas mortais

O líder da autoproclamada Junta Militar da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo, oposição), Mariano Nhongo, negou qualquer responsabilidade no ataque.
O motorista e o ajudante do camião, que transportava ração para aves, foram alvejados quando a viatura foi emboscada na Ponte Nova, a 400 metros da aldeia de Chibuto, cerca de 40 quilómetros a Sul de Inchope, na província de Manica, Centro de Moçambique. “Os disparos foram frontais, pois as balas perfuraram o pára-brisas e atingiram os ocupantes”, disse à Lusa, Dinis Filipe, um morador da aldeia, que presenciou o ataque e socorreu as vítimas, que se refugiaram em Chibuto.. O outro morador contou que foram ouvidos quatro tiros e, mais tarde, soube terem sido contra um camião de carga, que ficou imobilizado no local.
“Depois do ataque, o motorista e o ajudante, acompanhados por mais duas pessoas, chegaram aqui a sangrar no braço e na cara”, disse à Lusa José Combino, também residente da aldeia, acrescentando que as vítimas abandonaram a viatura no local do ataque.
Contactado pela Lusa, Mariano Nhongo, líder da auto-proclamada Junta Militar da Renamo, negou a autoria do ataque, assegurando ter ocorrido numa zona distante de onde se encontra.
“O ataque teve lugar longe de onde eu estou”, limitou-se a dizer Mariano Nhongo, que contesta a liderança do principal partido de oposição e é acusado pelas autoridades de ser o mandante.
Este é o primeiro ataque depois de o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, ter anunciado, há duas semanas, na Gorongosa, centro do país, que ordenou às Forças de Defesa e Segurança para “perseguirem e capturarem os atacantes sem rosto” que têm protagonizado ataques contra alvos civis e militares desde Agosto.