Economia

20 milhões de dólares para produzir farinha de trigo

A Indústria Angolana de Óleos Vegetais (Induve) investe, desde o ano transacto, 20 milhões de dólares na construção de uma unidade de processamento de farinha de trigo que, depois de concluída, em 2021, produz 700 toneladas por dia ou 252 mil toneladas por ano.

25/02/2020  Última atualização 16H11
M. Machangongo|Edições Novembro © Fotografia por: Induve investe em silos para a constituição de reservas de cereais

A informação foi obtida pela Angop junto do administrador financeiro da Induve, Kidy Aragão, que notou estar a companhia a entrar no negócio da farinha de trigo numa altura em que o país tem um défice de cem mil toneladas por ano, produzindo 420 de uma procura estimada em 520 mil toneladas por ano.
A fonte sublinhou que, à luz destes números, a empreitada tem potencial para “acabar com a importação de farinha de trigo”.
Cinquenta por cento do dinheiro empregue nessa empreitada está a ser negociado com o BIC, ao abrigo do Programa de Apoio ao Crédito(PAC, o braço financeiro do Programa de Apoio à Produção, Diversificação das Exportações e Substituição das Importações), sendo a outra metade constituída por fundos próprios, afirmou Kidy Aragão.
O administrador notou que o valor do investimento chegou a essa cifra por existir já uma estrutura física, pois, caso, contrário, o valor poderia situar-se entre 30 e 35 milhões de dólares.
Quando entrar em actividade comercial em Janeiro de 2021, a unidade fabril pode criar 125 postos de trabalho directo. Neste momento, as obras para a edificação da unidade fabril consistem nas fundações para a instalação dos silos de grande capacidade, para a criação de condições de armazenamento e a formação de reservas do grão a longo prazo.
“Nós não podemos pensar numa reserva alimentar de farinha de trigo, com prazos de apenas quatro ou seis meses, após o que a farinha não tem a mesma qualidade, mas pensar em reservas e ter o grão que poderá levar dois anos, se for bem armazenado”, apontou o administrador ao referir-se aos planos para a implantação dos silos.
A matéria-prima para a produção, avançou Kidy Aragão, continuará a ser importada por incapacidade do mercado em dar resposta às necessidades. “Infelizmente, ainda será importada por um bom tempo. Já existem alguns agricultores a produzirem trigo, mas o acondicionamento e o escoamento continuam a perigar a produção”, lamentou.
Quando foi inaugurada, em 1957, a Induve tinha na sua linha de produção dois produtos: óleo vegetal feito de girassol e sabão em barra.
Com o processo de redimensionamento do sector em-presarial estatal, a empresa foi privatizada em 2003 e passou a incluir na linha de produção a farinha de milho amarela e a ração animal.