Opinião

Diversidade e diálogo

Celebra-se hoje o Dia Mundial da Diversidade Cultural para o Diálogo e o Desenvolvimento, uma data proclamada pela Assembleia Geral da ONU em 2002, na sequência de uma iniciativa da UNESCO, que nos lembra a todos sobre as vantagens do multiculturalismo, da tolerância, da aceitação da convivência na diversidade, entre outros factores.

21/05/2021  Última atualização 08H00
Numa altura em que o mundo vive momentos conturbados ao nível da política internacional, das actividades subversivas de actores infra-estatais, dos extremismos religiosos,  apenas para mencionar estes, importa reflectir seriamente sobre os aspectos que aproximam os povos, em detrimento dos que os dividem.

Segundo a ONU,  "a data visa cultivar a compreensão da riqueza e importância da diversidade cultural, assim como incentivar o respeito pelo outro. Conhecer melhor as diferenças entre os povos permite obter uma maior compreensão das vicissitudes, assim como cimentar uma maior união”.

Em África, precisamos de maximizar os ganhos que resultam dos laços sanguíneos, linguísticos e outros de natureza igualmente cultural que unem os povos árabes e muçulmanos, predominantemente no Norte do continente, e bantus na África Subsaariana para os desafios do diálogo e desenvolvimento.

A diversidade cultural não deve levar os povos africanos a  encontrar, nestas variáveis, razões para conflitualidade, para a marginalização, para a promoção dos complexos de superioridade e/ou de inferioridade, bem como a  eventual confrontação violenta.
A diversidade cultural para o diálogo e o desenvolvimento constituem uma espécie de tríade  que se encontram inevitavelmente interligados  e interdependentes. Sem reconhecermos e aceitarmos a nossa diversidade cultural ao ponto em que as políticas e estratégias de governação tenham as mesmas em linha de conta, dificilmente poderemos avançar na direcção do desenvolvimento.

Sem diálogo, enquanto pressuposto para o auto-conhecimento e aproximação dos povos, para viabilizar políticas públicas, dificilmente seremos bem sucedidos na materialização de desafios ligados à reconciliação, à democratização, à observância das leis e dos fins do Estado. E não há dúvidas de que o desenvolvimento económico passa inevitavelmente pelo aproveitamento daquelas variáveis inicialmente mencionadas, a diversidade cultural e o diálogo, porque delas depende também o nosso sucesso.

Em Angola, o Dia Mundial da Diversidade Cultural para o Diálogo e o Desenvolvimento constitui uma oportuna circunstância para a reflexão, para a tomada de medidas e acções concretas que envolvam as instituições do Estado, os parceiros e as pessoas individualmente.

Somos um país com um mosaico cultural vasto e rico, de Cabinda ao Cunene, e que importa que nos empenhemos para a sua preservação e aproveitamento para que sejamos capazes de fazer jus ao slogan "um só povo, uma só nação”, independentemente da nossa diversidade.

Em Angola, estamos todos condenados a cimentar uma maior união, promover a tolerância, fortalecer a fraternidade e a empenharmo-nos todos os dias pela reconciliação e unidade nacional.


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