Em entrevista ao Jornal de Angola, a Subcomissária Teresa Márcia, 2ª Comandante Provincial de Luanda do Serviço de Protecção Civil e Bombeiros (SPCB), que atende a área Operativa, falou sobre a operacionalidade e a actuação deste órgão do Ministério do Interior responsável pela salvaguarda da vida dos cidadãos e seus bens patrimoniais.E como não podia deixar de ser, falou do seu sonho antigo e concretizado de ser bombeira e dos desafios que as mulheres enfrentam nessa nobre profissão
A ministra das Finanças chefiou uma delegação angolana que participou, desde segunda-feira passada até domingo, em Washington, nas reuniões de Primeira do Banco Mundial e Fundo Monetário Internacional (FMI). Em entrevista à Rádio Nacional e ao Jornal de Angola, Vera Daves de Sousa fez um balanço positivo das reuniões – oitenta, no total –, sendo que, numa delas, desafiou a Cooperação Financeira Internacional (IFC) a ser mais agressiva e ousada na sua actuação no mercado angolano. O vice-presidente da IFC respondeu prontamente ao desafio, dizendo que até está a contar ter um representante somente focado em Angola e não mais a partilhar atenção com outros países vizinhos na condução local do escritório do IFC. Siga a entrevista.
Em entrevista exclusiva ao Jornal de Angola, a ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta, fez a radiografia do sector, dando ênfase aos avanços registados em 22 anos de paz. Neste período, houve aumento do número de camas hospitalares, de 13 mil para 41.807, e da rede de serviços de saúde, que tem, actualmente, 3.342 unidades sanitárias, das quais, 19 hospitais centrais e 34 de especialidade. Sobre a realização de transplantes de células, tecidos e órgãos humanos, a ministra disse que, com a inauguração de novas infra-estruturas sanitárias e a formação de equipas multidisciplinares, o país está mais próximo de começar a realizar esses procedimentos
O que é que
a paz, alcançada há 22 anos, trouxe para o sector da Saúde?
A paz é uma conquista do povo
angolano e uma premissa fundamental para garantir o acesso aos serviços de
saúde. Desde o fim da guerra civil, em 2002, Angola tem vivido significativas
melhorias no acesso à saúde da população. Estes anos de paz proporcionaram uma
oportunidade única para implementar e lançar iniciativas estratégicas, que
resultaram em avanços notáveis no sector da Saúde.
Quais são os principais benefícios que pode destacar?
Entre os benefícios mais impactantes, começo por destacar a garantia plena
do acesso aos serviços de saúde pela população como um direito constitucional,
assegurado pela Lei de Bases do Sistema Nacional de Saúde, aprovada a 28 de Agosto
de 1992, com os princípios da universalidade de acesso e integralidade da
atenção e equidade, visando a gestão descentralizada e participativa.
Entretanto, a própria legislação indica que pode ser tendencialmente gratuita,
considerando as condições sociais e económicas da população, regulando a
participação do mercado privado.
Mas a responsabilidade primária é sempre do Estado…
Sim. A CRA assegura a responsabilidade do Estado na garantia do direito à
saúde. Ao longo do tempo, incorporou-se um significativo número de
profissionais no sistema de saúde, tendo sido aumentada a força de trabalho,
nos últimos anos, para 40,5 por cento, dos quais, 3.558 são médicos, 24.652
enfermeiros, 8.783 técnicos de diagnóstico e terapêutica, 2.817 técnicos de
apoio hospitalar e 1.328 técnicos de regime geral, além de outros técnicos de
saúde, melhorando, consideravelmente, o acesso à qualidade e à capacidade de
resolução dos problemas de saúde da população.
Que outros indicadores tem a destacar?
Destaco a especialização da força de trabalho no sector. Foram feitos
esforços para a especialização médica. Nos últimos cinco anos,
especializaram-se 266 médicos e 602 em pós-média. Actualmente, estão em
especialização, no país, 3.202 internos, sendo 598 médicos de família, que se
encontram nos municípios, e 1.549 pós-média, para melhorar a qualidade dos
serviços de saúde. O ministério da Saúde iniciou um projecto ambicioso de
especialização de 38 mil profissionais de saúde, entre médicos, enfermeiros e
técnicos de diagnóstico e terapêutica, de regime geral e de apoio hospitalar.
As novas infra-estruturas abrangem os três níveis de atendimento?
Angola empreendeu um processo substancial de construção e desenvolvimento de
infra-estruturas de Saúde. Este esforço englobou todo o país, abrangendo os
três níveis de atendimento, em particular, nos últimos anos. Angola tem,
actualmente, uma rede de serviços com 3.342 unidades sanitárias, das quais, 19
hospitais centrais, 34 de especialidade, 23 gerais e 172 municipais, assim como
766 centros e 2.328 postos de saúde, com o objectivo de fortalecer o Serviço
Nacional de Saúde. Importa destacar a construção de 18 centros e serviços de
hemodiálise, distribuídos por nove províncias. O número de camas hospitalares
cresceu de 13 mil para 41.807, o que significa ter havido um aumento de 28.807
camas. Do número de camas existentes actualmente, 1.463 são de UTI (Unidade de
Tratamento Intensivo).
Qual foi o impacto da expansão das infra-estruturas de saúde?
A expansão das infra-estruturas contribuiu para a melhoria da capacidade de
resposta do sistema de saúde aos desafios sanitários, como a pandemia da
Covid-19, garantindo um atendimento mais eficiente e eficaz aos nossos
cidadãos, o acompanhamento acelerado do crescimento populacional e a uma maior
demanda dos serviços. Verificou-se, no último quinquénio, um ganho de 163
unidades sanitárias, das quais, 115 no âmbito do PIIM (Plano Integrado de
Intervenção nos Municípios) e 48 do PIP(Programa de Investimentos Públicos).Quantas
unidades foram construídas de 2023 até ao presente?
De 2023 até ao presente momento, houve um aumento de mais 24 unidades
sanitárias, sendo 20 no âmbito do PIIM e quatro do PIP. Nestes termos, o sector
da Saúde teve, de 2017 até hoje, um ganho de 187 novas unidades sanitárias em
todos os níveis de atenção.
Está satisfeita com o grau de execução do programa de imunização?
A conquista da paz possibilitou avanços notáveis na expansão do programa de
imunização. Houve uma melhoria significativa na cobertura de imunização de
rotina, que passou de, aproximadamente, 31 por cento, em 2002, para 75 por
cento, em 2023, contribuindo para a redução da incidência de doenças
preveníveis pela vacinação.
E quanto ao número de postos fixos com vacinação?
O número de postos fixos com vacinação também aumentou consideravelmente,
de 430, em 2002, para 2.024, em 2024, melhorando o acesso aos serviços de
vacinação. Angola, depois de longa jornada de intervenções de saúde pública,
foi declarada, em Julho de 2011, livre do Pólio Vírus Selvagem. Além disso, o
programa de imunização de rotina foi ampliado para incluir sete novas vacinas,
abarcando a hepatite B, a haemophilus influenzae tipo B, a rubéola, rotavírus,
o pneumococo, a poliomielite inactivada e a febre amarela.
Depois da experiência da Covid-19, o país está mais bem preparado para gerir
eventuais surtos de doenças?
Com o fortalecimento do sistema de saúde pública, Angola conseguiu
controlar e gerir melhor os surtos de doenças, como a cólera, a febre amarela,
o Marburg e a Covid-19. Estratégias aprimoradas de vigilância e resposta foram
estabelecidas para lidar com estas ameaças à saúde.
Que outras áreas registaram progressos?
O país progrediu no manejo de casos e controlo do VIH/SIDA, através de
melhores instalações de aconselhamento e diagnóstico, do aumento da
disponibilidade de terapia antirretroviral e de programas de prevenção da
transmissão vertical de mãe para filho. Foram implementados programas
destinados a melhorar a nutrição, particularmente entre crianças e mulheres
grávidas, abordando questões de desnutrição que eram prevalentes durante a
guerra. Há melhorias no abastecimento de água e saneamento. Os investimentos
feitos em infra-estruturas de água e de saneamento contribuem para a obtenção
de melhores resultados de saúde pública, reduzindo a incidência de doenças
hídricas.
Quatro anos depois da aprovação da lei sobre transplantes de órgãos e
tecidos humanos, ainda não é de domínio público a data de início da realização
de transplantes. O que falta?
A Lei veio criar a base legal para a realização de transplantes de tecidos,
células e órgãos humanos. Com a inauguração de novas infra-estruturas
sanitárias e a formação de equipas multidisciplinares, estamos mais próximo de
começar a realizar estes procedimentos que salvam vidas.
Por vezes, os indicadores de saúde parecem estar em contraste com a
realidade. O que tem a dizer?
Os inquéritos realizados periodicamente mostram uma importante redução nos
indicadores de impacto nos últimos 22 anos. A taxa bruta de mortalidade, por
todas as causas, da população angolana, estimada em 14,9 por 1.000 habitantes
para 2002, teve uma importante redução, estimando-se em 7,8 por 1.000
habitantes para 2023 (Índex Mundi World Factbook). A taxa de mortalidade em
menores de cinco anos foi estimada em 250 por 1.000 nascidos vivos e a taxa de
mortalidade infantil, em 150 por 1.000 nascidos vivos para 2001 (Inquérito de
Indicadores Múltiplos MICS-UNICEF Nov.2001).
Quais são os últimos indicadores?
O Inquérito de Indicadores Múltiplos e de Saúde (IIMS) 2015, o último
publicado, estimou em 68 por 1.000 nascidos vivos, a mortalidade de menores de
cinco anos e 44 por 1.000 nascidos vivos a mortalidade infantil, o que mostra
uma redução muito grande. Por outro lado, a taxa de mortalidade materna (razão
de mortalidade materna) estimada em 884 por 100.000 nascidos vivos, em 2002,
teve uma redução para 241 por 100.000 nascidos vivos, em 2023, o que mostra,
objectivamente, o impacto da paz na Saúde. Estes avanços foram viabilizados
pelo aumento do acesso aos serviços de saúde e pela melhoria das coberturas de
vacinação.
O número de partos feitos em unidades sanitárias tem aumentado?
Houve um aumento do número de partos atendidos em serviços de saúde,
passando de cerca de 22 por cento, em 2002, para 46 por cento, em 2015,
conforme indicado pelo IIMS. A esperança de vida passou de 47,4 anos, em 2002,
para 61,4 anos, em 2023. Actualmente, segundo os dados administrativos,
registou-se um aumento da cobertura de partos institucionais, tendo passado de
25 por cento, em 2017, para 49 por cento, em 2023. Este aumento, mais
especialmente nos serviços que oferecem atendimento de urgências obstétricas,
foi decisivo para os ganhos substanciais na redução da mortalidade materna em
Angola.
Não é perturbador o facto de Angola estar na lista de países com a mais alta
taxa de mortalidade materno-infantil no mundo?
O país tem feito enormes progressos, mas reconheço que ainda temos muito a
fazer. Baseando-me nos dados da mortalidade materna e infantil, publicados no
relatório da UNICEF sobre o "Estado Mundial da Infância 2023”, e nos dados de
2021, da Divisão de Estatísticas das Nações Unidas, a tendência de redução é
positiva. Angola ocupa o 144º lugar entre 222 países, relativamente à taxa de
mortalidade materna.
E em relação à mortalidade de crianças menores de cinco anos?
Relativamente à mortalidade de crianças menores de cinco anos e à
mortalidade infantil, Angola ocupa o 180º lugar entre 222 países. Em 1990,
esteve entre as nações com as taxas de mortalidade infantil em menores de cinco
anos mais altas, com 224 por 1.000 nascidos vivos e, em 2021, passou para 69
por 1000 nascidos vivos. Segundo a Divisão de Estatísticas das Nações Unidas,
actualmente, ainda é alta, mas melhorámos muito. A mortalidade materna
institucional baixou, tendo passado de 377, em 2022, para 249, em 2023.
Será que o país tem sabido aproveitar ao máximo as relações históricas com
Cuba na área da saúde, sobretudo no combate à malária?
Angola tem seguido a experiência de Cuba, particularmente na luta anti-vectorial,
e as orientações estratégicas da Organização Mundial da Saúde, nomeadamente:
(i) o diagnóstico, o tratamento e a planificação logística; (ii) a gestão do
programa e o desenvolvimento do sistema para o reforço institucional; (iii) o
controlo integrado do vector e protecção individual, (iv) a vigilância
epidemiológica, o controlo e a pesquisa e (v) a promoção da saúde.
Como avalia o que foi alcançado, até agora, no combate ao VIH/SIDA?
Angola reiterou o compromisso para a meta global de eliminação da epidemia
da Sida como ameaça de saúde pública até 2030, sendo signatária do conjunto de
metas ambiciosas como parte da Declaração Política, aprovada na Reunião de Alto
Nível da Assembleia Geral das Nações Unidas sobre a Sida, em Junho de 2021, em
Nova Iorque. Segundo estimativas da ONUSIDA, para o alcance deste objectivo, é
imperioso que cada país atinja, até 2025, as metas 95/95/95, ou seja,
diagnosticar 95 por cento das pessoas que vivem com VIH/SIDA e não sabem,
tratar 95 por cento dos diagnosticados e ter 95 por cento das pessoas que vivem
com VIH/SIDA em tratamento, com carga viral indetectável.
Além destas, foram estabelecidas outras alianças nesta matéria?
Sim, o país também aderiu à Coligação Global de Prevenção do VIH, à Aliança
Global para Acabar com a SIDA em Crianças até 2030, e, a nível nacional, no
âmbito dos "11 Compromissos com a Criança”, tem a responsabilidade de garantir
o alcance das metas do "Objectivo 7”, que é a prevenção e a redução do impacto
do VIH/SIDA nas famílias e nas crianças.
O que tem a dizer sobre as respostas que têm sido dadas às grandes endemias?
A resposta às grandes endemias tende a ser mais bem-sucedida quando inclui
esforços para remover as barreiras subjacentes, questões de género e outras
desigualdades, estigma e discriminação, a falta de informação, a pobreza e
violações dos direitos humanos que impedem o progresso.
Neste quesito, temos uma grande oportunidade para minimizar os efeitos dos
determinantes sociais e ambientais da saúde, com a reactivação da Comissão Nacional
de Luta contra a SIDA e Grandes Endemias (CNLS-GE), que desempenha um papel
importante para galvanizar esforços e melhorar a coordenação das intervenções
multissectoriais, visando a redução do impacto negativo dos determinantes
sociais e ambientais em saúde sobre as grandes endemias e impulsionar
transformações sustentáveis para alcançar os ODS (Objectivos de Desenvolvimento
Sustentável), até 2030, defendendo o direito à saúde para todos, "não deixando
ninguém para trás”.
Os objectivos que estiveram na base da criação da Comissão Nacional de Luta
contra o VIH/SIDA e Grandes Endemias precisam de ser repensados?
A Comissão Nacional de Luta contra o VIH/SIDA e Grandes Endemias (CNLS-GE)
foi criada através do Decreto nº 01/03, de 10 de Janeiro de 2003, como órgão de
coordenação e orientação de luta contra o VIH/SIDA e grandes endemias e é,
actualmente, coordenada por Sua Excelência Vice-Presidente da República, Dra.
Esperança Maria Eduardo Francisco da Costa. A CNLS-GE é apoiada, tecnicamente,
pelo Comité Técnico Nacional, coordenado pela ministra da Saúde, e está
encarregue de formular e elaborar as propostas e recomendações técnicas em
função da situação nacional e internacional, relativamente ao VIH/SIDA, à
malária, à tuberculose e à tripanossomíase, nos diversos componentes.
Existe um
mecanismo de articulação, envolvendo, por exemplo, os comités técnicos
provinciais?
O Decreto nº 01/03 cria, também, os
Comités Técnicos Provinciais, coordenados pelos governadores provinciais. Em
2023, a Comissão Nacional de Luta contra a SIDA e Grandes Endemias realizou
duas importantes reuniões, onde se abordou a necessidade das acções a serem
implementadas de forma integrada por todos os sectores com responsabilidades
definidas nos documentos estratégicos para a resposta multissectorial ao
VIH/SIDA, hepatites virais e outras ITS (Infecções de Transmissão Sexual),
tuberculose, malária, tripanossomíase, entre outras patologias. Em Julho de
2023, realizou-se a I Sessão Ordinária da CNLS-GE; em Novembro de 2023 e no dia
11 de Março do corrente ano realizaram-se a III e IV Reuniões do Comité Técnico
Nacional da CNLS-GE, respectivamente. As estratégias e prioridades para a
resposta à malária, tuberculose, VIH/SIDA, hepatites virais e outras infecções
de transmissão sexual estão definidas nos Planos Estratégicos Nacionais das
respectivas patologias, elaborados à luz dos compromissos assumidos a nível
nacional, baseados no Plano Desenvolvimento Nacional 2023-2027, e compromissos
internacionais, como "Acabar com a SIDA como Problema de Saúde Pública até
2030”, "Eliminar a Malária até 2030” e "Eliminar a Tuberculose até 2035”.
Como avalia os resultados alcançados no combate à malária?
Constatamos que os determinantes sociais e ambientais da saúde continuam a
ter um impacto negativo sobre a malária, particularmente, o saneamento do meio
ambiente e o limitado acesso à água e à educação, que têm uma influência
directa na transmissão e na prevalência da malária nas comunidades. Neste
sentido, temos trabalhado para o controlo integrado do vector, através da
distribuição de mosquiteiros tratados com insecticida de longa duração, na
rotina para grávidas e crianças menores de cinco anos em todo o país. Foi realizada a primeira fase da campanha de
distribuição em massa em oito províncias (Benguela, Cuanza-Sul, Cuanza-Norte,
Uíge, Malange, Zaire, Lunda-Sul e Lunda- Norte), tendo sido atingida uma
cobertura acima de 90 por cento.
As brigadas de luta anti-vectorial actuam em todo o país?
Sim, temos brigadas de equipas de luta anti-vectorial a fazerem, em todos
os municípios do país, a gestão ambiental dos criadouros e aplicação de
biolarvicidas. Todos os municípios foram reforçados com carrinhas equipadas com
meios para a fumigação, visando o controlo integrado de vectores. Deste modo,
conseguiu-se manter estável a transmissão ao longo dos últimos anos, tendo sido
registado um aumento de 1.254.574 casos, numa comparação entre os dados de 2022
(9.230.515 casos) e de 2023, em que foram notificados 10.485.089 casos de
malária. Mas é de realçar que, apesar do registo do aumento de casos,
verificou-se uma redução da taxa de letalidade, que passou de três por cento,
em 2022, para dois por cento, em 2023, devido à melhoria no diagnóstico precoce
e tratamento adequado.
No que toca ao reforço do diagnóstico e tratamento, o que tem sido
feito?
Temos reforçado o diagnóstico, o tratamento e a planificação logística,
para garantir encontros metodológicos nacionais e regionais, capacitações aos
técnicos das unidades sanitárias sobre o diagnóstico e tratamento, incluindo o
serviço privado. Foi realizada a actualização do protocolo sobre o manejo de
casos de malária, com base nas novas orientações da OMS. O TIP (Tratamento
Intermitente Preventivo) com duas doses de Fansidar (medicamento indicado para
o tratamento da malária e para a prevenção da doença em áreas endémicas) foi
adoptado como política nacional.
Em 2013, foi aprovada a nova política de TIP (Tratamento Intermitente
Preventivo) na mulher grávida. Em que consiste?
A nova política TIP consiste na administração de três comprimidos de
Fansidar em três ou mais ocasiões, separadas por um intervalo mínimo de quatro
semanas. Mulheres grávidas, que receberam pelo menos quatro doses de TIP,
passaram de 19 por cento, em 2017, para 23 por cento, em 2021. A formação especializada
em Medicina Familiar está a ser feita a partir dos municípios com docentes
cubanos e tem ajudado na componente de formação de boas práticas de medicina
comunitária.
Qual é o grau de evolução da tuberculose em Angola?
A tuberculose constitui um dos grandes problemas de saúde pública em muitos
países do Mundo, pela sua magnitude, transcendência e vulnerabilidade. A nível mundial, continua a ser uma das
doenças infecciosas mais mortais. Em 2022, estima-se que cerca de 10,6 milhões
de pessoas em todo o mundo foram afectadas por esta doença. Mas, devemos
destacar que cerca de 75 milhões de pessoas foram salvas, desde o ano 2000,
graças aos esforços mundiais para "Pôr fim à tuberculose”.
Se tivermos de indicar as doenças que mais matam no país, em que lugar se
enquadra a tuberculose?
Esta doença representa a terceira causa de morbilidade e mortalidade.
Apesar de ser uma doença evitável e curável, a cada ano, no mundo inteiro,
cerca de 1,8 milhões de pessoas morrem por tuberculose, situação que a coloca
nas 10 primeiras causas de morte no mundo, acima daquelas por malária ou por
VIH/SIDA. O Executivo angolano considera prioritário o controlo da tuberculose
no país e a sua eliminação até 2035, de acordo com a nova estratégia mundial da
OMS "Pôr fim à Tuberculose até 2035”. Enquadra-se no combate às grandes
endemias a expansão da rede sanitária, compras agrupadas, o fortalecimento da
logística e a melhoria do diagnóstico, repercutindo-se no aumento da taxa de
cura.
Quais são os resultados gerais alcançados na luta contra a tuberculose?
Angola tem desenvolvido progressivamente o processo de expansão da rede de
atendimento de casos de tuberculose, iniciada em 2019, o que permitiu alcançar
os seguintes resultados: o número de hospitais com serviço de atendimento a
casos de tuberculose passou de 13, em 2018, para 36, em 2023; registou-se,
também, um aumento de 55 laboratórios de baciloscopia funcionais, em 2018, para
175 e 14 das 18 províncias do país têm capacidade de realizar o diagnóstico da
tuberculose fármaco-resistente.
Pode-se dizer que o aumento das infra-estruturas contribui para a diminuição
do número de casos de tuberculose?
O investimento realizado em infra-estruturas (hospitais provinciais,
nacionais e municipais) e em recursos humanos tem garantido cuidados de
proximidade e em rede, potenciando o
diagnóstico precoce, o seguimento e tratamento oportuno e continuado, o que
permitiu uma redução de casos entre 2022, quando foram registados 69.252 novos
casos de tuberculose, e 2023, com 68.268 novos casos. Foi igualmente registada
uma redução de mortes entre 2022, com 1.010 mortes, e, 2023, em que foram
registadas 503 mortes.
Houve, também, aumento da taxa de sucesso de tratamento da tuberculose, tendo
passado de 55 por cento, em 2018, para 68 por cento, em 2022, além de ter sido
igualmente verificada uma redução quanto à taxa de abandono, que passou de 27
por cento, em 2018, para 15 por cento, em 2022.
Já temos medicamentos de última geração para o combate à tuberculose?
Angola já adoptou os novos esquemas de tratamento preconizados pela OMS e
usa as formas mais recentes, tratando-se de uma abordagem mais curta e mais
eficaz de tratamento. O tratamento da tuberculose simples passou de oito para
seis meses e da tuberculose fármaco-resistente passou de 24 para 11 meses,
tendo sido suprimidos injectáveis para ambos os casos de tratamento. O
compromisso do Governo em melhorar o tratamento das pessoas que vivem com o
VIH/SIDA, resultou no aumento dos recursos financeiros, disponibilizados
através de créditos adicionais, autorizados por Sua Excelência Presidente da
República, para a aquisição dos principais medicamentos e testes diagnósticos.
Como está a rede pública no que toca à disponibilização de fármacos e
reagentes para o diagnóstico e tratamento da tuberculose?
Para 2024, foi autorizada, pelo
Titular do Poder Executivo, pelo Despacho Presidencial nº 65/24, de 13 de
Março, a despesa no valor global de 20.853.080.500,00 (20,8 mil milhões de
kwanzas, o equivalente a 28,8 milhões de dólares norte-americanos), para a
aquisição de testes rápidos de diagnóstico, reagentes para exames de carga
viral e outros meios para tratamento do VIH/SIDA. O anúncio do concurso público
foi publicado muito recentemente (2 de Abril), no Jornal de Angola.
Já não existe risco de ruptura do stock?
Manter o stock evitará prejuízos aos importantes avanços registados nos
últimos quatro anos. Precisamos de evitar o aumento da mortalidade e morbidade
por malária e tuberculose, assim como o de mortes relacionadas com a SIDA e a
taxa de transmissão do VIH de mãe para filho, além de consequências sociais e
políticas. Deste modo, seguindo as recomendações da OMS, o país vai adoptar, a
partir do próximo ano, os regimes de tratamento ainda mais curtos, tanto para a
tuberculose sensível como para a tuberculose fármaco-resistente, o que poderá
reduzir, também, as taxas de abandono de pacientes ao tratamento.
Que avaliação faz do programa de combate à transmissão do VIH/SIDA de mãe
para filho?
A percentagem de gestantes que vivem com VIH e entraram para o Programa de
Prevenção de Transmissão do VIH de Mãe para Filho (PTMF) teve avanços
significativos, tendo-se registado um incremento exponencial na cobertura de
TARV(Tratamento com Antirretrovirais) para essas pessoas, passando de 34 por
cento, em 2018, para cerca de 80 por cento, em 2022, e, consequentemente, uma
redução significativa na taxa de transmissão do VIH de mãe para filho de 26 por
cento, em 2018, para 15 por cento
Qual foi o impacto da Campanha Nascer Livre para Brilhar?
A Campanha Nascer Livre para Brilhar, iniciativa liderada por Sua
Excelência Primeira-Dama da República, Dra. Ana Dias Lourenço, entre 2019 e
2021, teve um grande impacto. Devido à complexa situação económica do país, o
ano de 2023 foi bastante difícil, tendo ocorrido rupturas intermitentes de
tuberculostáticos. Neste momento, a situação está ultrapassada e esses
medicamentos estão disponíveis em todo o território nacional, para o tratamento
de todos os casos diagnosticados.
O abandono do tratamento da tuberculose não contribui para a resistência da
doença?
Efectivamente, esse abandono é um desafio para todos os países e nós já
assumimos, como anteriormente referi, o novo esquema de tratamento e, seguindo
as recomendações da OMS, o país vai adoptar, a partir do próximo ano,
procedimentos ainda mais curtos, tanto para a tuberculose sensível como para a
tuberculose fármaco-resistente. Estas medidas, estamos cientes, contribuirão
para reduzir a taxa de abandono e aumentar a eficácia do tratamento.
Em que consiste o tratamento directamente observado, que está a ser
implementado em duas províncias?
O Tratamento Directamente Observado na Comunidade (DOT-Comunitário), que
está a ser implementado nas províncias de Benguela e Cuanza-Sul, é uma
estratégia de Saúde Pública para garantir que pacientes com tuberculose sigam o
tratamento adequadamente. Nestas duas províncias, em 2023, foram seguidos 5.227
pacientes, acompanhadas 26.140 famílias e distribuídas cestas básicas.
Progressivamente, vamos expandir para as restantes províncias. De realçar que,
nestas regiões, foi alcançada uma taxa de sucesso de tratamento acima da média
nacional, que foi de 79 por cento.
Para quando a introdução das vacinas contra a hepatite B e o cancro do colo
do útero no Programa Alargado de Vacinação (PAV)?
A vacina da hepatite B está no calendário de vacinação nacional desde 2016,
tendo atingido, em 2023, uma cobertura de 75 por cento. O país tem planificada
a introdução da vacina contra o Vírus do Papiloma Humano (HPV) para o terceiro
trimestre de 2024, numa população-alvo de 2.136.000 (dois milhões cento e
trinta seis mil) meninas, dos nove aos 12 anos de idade. Pretende-se atingir
uma cobertura de 95 por cento.
Angola ainda está muito longe de acabar com a transmissão local da
malária, a exemplo do que aconteceu agora com Cabo Verde?
O país vive desafios condicionados pelo seu passado e presente, não
obstante a abordagem holística no âmbito de "Uma Só Saúde”, que o
Executivo está a imprimir, olhando para a saúde humana, animal e ambiental, o
que leva a intervenções multissectoriais e multidisciplinares. Todos os
investimentos que são realizados no sector estão alinhados com os diferentes
programas do Executivo, no sentido de melhorar as condições da nossa população
(saneamento básico, educação, habitação, alimentação, renda e outros). Cabo
Verde tem uma realidade muito própria e Angola caminha para o alcance do mesmo
objectivo. Regozijamo-nos com os feitos de Cabo Verde, com quem temos muito
boas relações.
A OMS lançou, em 2019, uma iniciativa que visa diminuir em 50 por cento as
mortes ou incapacidades graves provocadas por envenenamento de mordeduras de
cobras. Os nossos hospitais, principalmente nas zonas rurais, têm soros
antiofídicos?
Angola aderiu à iniciativa e planificou, para 2024, a compra de 50 mil
ampolas de soro antiófidico polivalente. O Ministério da Saúde está a trabalhar
com o Ministério da Agricultura para a aquisição destes soros, no âmbito de
"Uma Só Saúde”, particularmente para as áreas rurais. Angola tem feito a
vigilância de mordeduras de cobras a nível nacional e notificado a OMS
regularmente, o que permitirá mobilizar apoio técnico para o mapeamento dos
tipos de cobras existentes no país.
Uma universidade pública está a desenvolver, em parceria com o Instituto
Butantan, no Brasil, um projecto para a criação de um soro antiofídico com
veneno de cobras existentes em Angola. Até onde se sabe, o projecto só não foi
ainda concluído por falta de dinheiro. O Ministério da Saúde não apoia esse
tipo de projectos?
O Ministério da Saúde sempre apoiou todas as iniciativas de investigação
científica realizadas no serviço de saúde, bem como noutras instituições, que
visam dar resposta às necessidades do Sistema Nacional de Saúde, pondo à
disposição dos investigadores, sempre que possível, as instituições dos
serviços nacionais de saúde, recursos financeiros e/ou apoio institucional.
Estimulamos a investigação. Tanto que o maior número de artigos publicados em
revistas internacionais indexadas foi realizado por investigadores angolanos
ligados ao sector. Como sabem, o Executivo criou um fundo voltado para o
financiamento de projectos de investigação. Nas diferentes unidades sanitárias,
são feitos e publicados diversos trabalhos científicos.
Em Angola, não existe nenhum hospital geriátrico, nem serviços de geriatria
nas unidades sanitárias. Isso pode ou não comprometer o êxito de qualquer plano
estratégico para o envelhecimento activo e a saúde dos idosos?
O padrão epidemiológico e a estrutura demográfica do país obrigam a que
encontremos respostas específicas para os diferentes grupos populacionais. Um
dos efeitos da melhoria dos indicadores socioeconómicos é o aumento da
esperança de vida e, consequentemente, do número de pessoas de maioridade.
Temos procurado dar respostas em 11 unidades de reabilitação física no país e
em outras unidades com serviços especiais, para dar apoio ao idoso. Estamos a
dar respostas a esta necessidade específica, quer por via do PDN 2023-2027 como
do Plano Emergencial de Formação de
Quadros.
Os medicamentos em Angola estão cada vez mais caros, um problema que aflige
principalmente as pessoas com doenças crónicas não transmissíveis, como é o
caso da diabetes e hipertensão arterial. O que tem a dizer?
O acesso aos medicamentos tem sido uma grande preocupação do Titular do
Poder Executivo. No primeiro mandato de Sua Excelência Presidente João
Lourenço, foram retiradas as taxas aduaneiras e portuárias para a entrada de
medicamentos e meios médicos. Neste momento, há um trabalho multissectorial, no
sentido da eliminação dos factores que provocam os actuais preços. Dentro dos
esforços do Executivo, está a criação de condições para a instalação e fixação,
no país, da indústria farmacêutica, com o intuito de dar resposta às principais
causas de doenças e morte.
Ainda estamos longe de reduzir a presença de médicos especializados
estrangeiros no nosso sistema de saúde?
O compromisso do Executivo é, até 2027, reduzir, substancialmente, a força
de trabalho expatriada. Para tal, além das acções formativas de especialização
que decorrem nas diferentes unidades sanitárias, actualmente existem 3.202
médicos internos e foi aprovado o Programa de Formação em Recursos Humanos em
Saúde, que, até 2027, prevê formar, como já disse no início da entrevista, 38
mil profissionais de todas as categorias, para trabalharem em todas as
províncias. Estes, futuramente, vão suprir as necessidades do sector.
Actualmente, quantos médicos trabalham em Angola, entre nacionais e
estrangeiros?
O Serviço Nacional de Saúde conta com um total de 7.395 médicos, dos quais
3.558 nacionais. Destacar que, no âmbito da cooperação internacional, o sector
da Saúde tem 1.350 profissionais estrangeiros, sendo 1.077 cubanos, 198 russos
e 84 vietnamitas, colocados, maioritariamente, nas províncias do interior.
Como avalia a relação do Ministério com os sindicatos que representam as
classes profissionais do sector da Saúde?
Na nossa actividade diária, contamos com a parceria das Ordens, dos
sindicatos e de outras organizações profissionais que são importantes. Mantemos
o diálogo permanente, procurando sempre resolver as nossas diferenças. Entendo
que o fim único da nossa colaboração é a satisfação das necessidades de saúde
dos utentes. Podemos dizer que a relação é boa. Para além de estarem filiados
aos sindicatos, são, acima de tudo, profissionais de saúde.
Ainda temos unidades sanitárias que não fazem uso da tecnologia de ponta de
que dispõem por falta de técnicos especializados em electromedicina?
Reconhecemos a existência de equipamentos que estão inoperantes, ou por
deficiências de manutenção ou por falta de peças de reposição nos
representantes das marcas, assim como equipamentos descontinuados na sua
fabricação ou obsoletos. Temos garantido que os engenheiros e os técnicos de
electromedicina sejam admitidos nos concursos. Por esta altura, todas as
províncias e hospitais de nível nacional e alguns hospitais provinciais já têm
estes quadros. Angola conta com especialistas nesta área no Serviço Nacional de
Saúde e tem recuperado e mantido funcional os equipamentos.
Por que razão tem havido poucas vagas nos concursos públicos do sector para
técnicos de electromedicina?
Nos últimos concursos públicos, foram priorizados recursos humanos com
especialidade em Electromedicina, Arquitectura, Construção Civil, Mecânica,
Frio e Climatização, o que está a permitir a criação de equipas técnicas para a
manutenção das infra-estruturas de saúde e dos equipamentos. Importa referir
que, no quadro do programa de formação em recursos humanos em saúde, está
contemplado o aumento de competências nestas áreas.
Para terminar, senhora ministra. A Escócia é um dos poucos países do mundo
que fornecem produtos de higiene íntima feminina gratuitamente às mulheres e
adolescentes com dificuldades económicas. Não seria curial uma iniciativa do
género em Angola, tendo em conta a situação de muitas famílias que estão
privadas até do essencial?
Há esta preocupação do Ministério da Saúde. Iniciámos um projecto-piloto, em
parceria com os ministérios da Acção Social, Família e Promoção da Mulher, da
Educação, da Economia e Planeamento e da Juventude e Desportos, com o apoio do
Fundo das Nações Unidas para a População (FNUAP).
Há projectos em curso, nas províncias de Luanda e Lunda-Sul, de instalação de
salas de costura de pensos reutilizáveis, estando já em formação 60 jovens. Por
outro lado, foram formados 32 técnicos de saúde, para o atendimento a mulheres
e meninas com deficiência, e elaborados materiais educativos sobre a saúde
sexual e reprodutiva e sobre o VIH e as infecções de transmissão sexual.
Transformações na abordagem do VIH/SIDA em Angola
A resposta nacional ao VIH/SIDA em Angola tem sido marcada por avanços
significativos, mas também por desafios persistentes. A implementação de
estratégias inovadoras e o compromisso com metas globais têm impulsionado
melhorias na cobertura e qualidade dos serviços de saúde relacionados ao HIV.
No entanto, questões como rupturas de stock e desafios na abordagem pediátrica continuam
a exigir atenção e ação coordenada. Neste contexto, é fundamental analisar os
progressos alcançados e os obstáculos enfrentados para fortalecer ainda mais a
resposta ao VIH/SIDA no país.
Segundo a ministra Silvia Lutucuta em 2023, o Instituto Nacional de Luta contra
a SIDA registou rupturas de stock no armazém central, colocando em risco a vida
de muitas pessoas. A falta de pagamentos aos fornecedores selecionados no
concurso realizado em janeiro de 2023, somada à desvalorização da moeda
nacional, impossibilitou que os fornecedores cumprissem com as entregas em
tempo hábil. Isto, disse a ministra, resultou em "constrangimentos como a
ruptura de stock em alguns produtos e baixo nível de stock para outros, já que
a maioria dos produtos para as grandes endemias é fabricada por encomenda, com
prazos de entrega entre três e seis meses, tornando mais difícil manter um
stock de segurança nos armazéns”.
Em relação à situação epidemiológica do VIH/SIDA, Silvia Lutucuta avançou que o
país tem investido na Resposta Nacional, implementando estratégias conside-
radas de excelência pela OMS, ONU/SIDA e outros organismos internacionais para
alcançar as metas globais 95/95/95. De acordo com a ministra da Saúde,
destacam-se "a implantação da estratégia Testar e Tratar (TT), a expansão
da oferta de Carga Viral (CV) e Diagnóstico Precoce Infantil (DPI), a adoção de
esquemas terapêuticos mais eficazes baseados em Dolutegravir, a estratégia de
Caso Índice para diagnóstico do VIH, e o fortalecimento das capacidades das pessoas
que vivem com VIH e dos ativistas para intervenções na comunidade”.
A implementação dessas estratégias, disse em seguida, resultou no aumento da
cobertura dos principais indicadores do VIH/SIDA. O número acumulado de pessoas
vivendo com o vírus em Tratamento com Antirretrovirais (TARV) aumentou de
77.559 em 2017 para 144.033 em 2022, levando a um aumento da cobertura de TARV
em adultos de 26% em 2017 para 49% em 2022. A cobertura de TARV em crianças
também aumentou de 9% para 22%.
Para a titular da pasta da Saúde, "é importante ressaltar que, mesmo em
comparação com outros países da região subsaariana que estão em situação de bom
desempenho em relação às metas globais 95/95/95, o sucesso observado em adultos
não se repete em relação às crianças”.
Seja o primeiro a comentar esta notícia!
Faça login para introduzir o seu comentário.
LoginKaissara é um poço de revelações quase inesgotável, como a seguir verão ao longo desta conversa, em que aponta os caminhos para um futuro mais consequente da modalidade; avalia o presente das políticas adoptadas sobre a massificação e formação. Mostra-se convicto de que o país pode, sim, continuar a ser a maior potência africana do Hóquei em Patins
Assume-se como uma jornalista comprometida com o rigor que a profissão exige. Hariana Verás, angolana residente nos Estados Unidos da América há mais de 20 anos, afirma, em exclusivo ao Jornal de Angola, que os homens devem apoiar as mulheres e reconhecer que juntos são mais fortes e capazes de construir uma sociedade equitativa e próspera. A jornalista fala da paixão pela profissão e da sua inspiração para promover as boas causas do Estado angolano, em particular, e de África, em geral.
Por ocasião do Dia Nacional da Juventude, que se assinala hoje, o Jornal de Angola entrevistou o presidente do Conselho Nacional da Juventude (CNJ), Isaías Kalunga, que aconselha os jovens a apostarem no empreendedorismo, como resposta ao desemprego, que continua a ser uma das maiores preocupações da juventude angolana.
No discurso directo é fácil de ser compreendida. Sem rodeios, chama as coisas pelos nomes e cheia de lições para partilhar com as diferentes áreas e classes profissionais. Filomena Oliveira fala na entrevista que concedeu ao Jornal de Angola em Malanje sobre a Feira Agro-industrial, mas muito mais da necessidade de os organismos compreenderem que só interdependentes se chegará muito mais rápido aos objectivos.
A sessão de negociações internacionais sobre o controlo e banimento da poluição plástica, que decorreu, em Ottawa, Canadá, encerrou, na madrugada desta quarta-feira, numa actividade em Angola esteve representada pelo embaixador Sianga Abílio.
O programa das festividades dos 407 anos da cidade de Benguela, denominado "Maio é Benguela", foi aberto, oficialmente, terça-feira, em cerimónia presidida pelo vice-governador para os Serviços Técnicos e Infra-estruturas, Adilson Gonçalves.