O secretário de Estado para o Ensino Técnico-Profissional, Gildo Matias, anunciou, quinta-feira, em Benguela, a implementação do projecto de recuperação dos Institutos Técnicos Agrários (ITA), no âmbito do programa de reforço da formação de técnicos agrários.
Segundo o governante, o projecto de recuperação dos Institutos Técnicos Agrários é uma iniciativa do Presidente da República e está orçado em 40 milhões de euros, sendo 35 milhões financiados pela Agência Francesa e cinco milhões doados pela União Europeia (UE).
Um dos objectivos do projecto, explicou, é formar técnicos de acordo com as potencialidades agrícolas e pecuárias de cada província.
Gildo Matias deu a conhecer que Benguela, por exemplo, além da cebola, banana, tomate e feijão, está a seguir para a produção de arroz e trigo, bem como hortícolas e leguminosas.
Em conformidade com as potencialidades locais, com o projecto, explicou, pretende-se potenciar a área de formação, de modo a garantir taxas altas de produtividade. "Esta é a verdadeira missão principal do projecto, que, para a sua materialização, existe um conjunto de fases e actividades que estão a ser cumpridas”.
O secretário de Estado para o Ensino Técnico-Profissional garantiu que a mobilidade dos estudantes será tida em conta, acrescentando que o projecto prevê, também, remodelar os internatos.
"Vai ser possível receber estudantes oriundos de vários pontos do país”, disse, salientando que o objectivo é ter quadros à altura de desenvolver a agro-pecuária.
Gildo Matias disse que alguns estudantes dão sequência à formação na Huíla, Bié, Huambo, entre outras localidades do país, numa demonstração clara da promoção da mobilidade de quadros, sobretudo do sector agrícola.
Para Benguela, referiu, o projecto começará a ser implementado no segundo semestre do corrente ano, estando em fase conclusiva o levantamento técnico sobre a intervenção que se pretende efectuar no ITA.
A execução do projecto, adiantou, contempla a melhoria das condições das infra-estruturas, salas de aula, oficinas, laboratórios e campos para a prática agrícola.
"Faz sentido que as escolas tenham condições e que sejam possuidoras de campos para a prática da agricultura”, sublinhou o governante, tendo acrescentado que o projecto vai, também, melhorar as competências dos professores, com formações contínuas, no quadro de uma cooperação com a República da França, em função da sua experiência e avanços tecnológicos.
O projecto, segundo Gildo Matias, vai garantir aos estudantes o acesso a novas técnicas em matéria de prática agrícola e pecuária. "O objectivo é fazer com que os alunos, depois de terminarem a formação, estejam, realmente, ao serviço da agricultura, primando pelo empreendedorismo, quer seja de forma individual quer seja colectivo”.
Satisfação da direcção da escola
O director do Instituto Técnico Agrário de Benguela, Agostinho Pimenta, disse que a instituição está localizada a oito quilómetros da cidade e foi construída em 2011, no âmbito do Programa de Investimentos Públicos (PIP).
O projecto, adiantou, vai garantir melhorias significativas na instituição, começando pela vedação, tendo em conta que a escola tem sido invadida, além de reforçar o asseguramento dos 210 hectares de áreas agrícolas.
Em função de algumas dificuldades, explicou, a instituição está apenas a explorar 25 hectares de terra, que têm servido para a actividade agrícola, aulas práticas e estágios curriculares.
O melhoramento das salas de aula, laboratórios e dormitórios constam entre as prioridades apresentadas pela direcção da escola.
O Instituto Técnico Agrário de Benguela possui 34 salas de aula e estão matriculados 1.700 alunos, dos quais 614 do sexo feminino.
Do total de estudantes, 51 estão em regime de internato. A instituição já formou mais de 500 técnicos médios, nas áreas da Agricultura, Pecuária, Gestão Ambiental e Animal. A previsão é colocar no mercado de trabalho mais 223 finalistas, no final do ano lectivo em curso.
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