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Famílias em risco de vida na Nigéria

A ajuda humanitária disponível para apoiar as pessoas no Noroeste da Nigéria, onde existem "níveis catastróficos de desnutrição e surtos de doenças, está a diminuir, pondo em rsico várias famílias, alertou, ontem, a organização Médicos Sem Fronteiras (MSF), citada pela Efe.

14/03/2024  Última atualização 12H14
Médicos Sem Fronteiras (MSF) © Fotografia por: DR
A MSF, num comunicado sobre os últimos anos, indica que mais de 600 mil pessoas foram deslocadas das suas casas no Noroeste da Nigéria devido à violência extrema, a deterioração das condições económicas e as alterações climáticas.

A organização frisou, ainda, que, apesar "dos sinais encorajadores de mobilização de grupos humanitários e doadores em 2023", o financiamento e a ajuda actualmente disponíveis são "muito insuficientes para as crescentes necessidades humanitárias das pessoas".

"Embora tanto as regiões do nordeste como do noroeste continuem a ser afetadas por elevados níveis de desnutrição e doenças evitáveis, a não inclusão destas zonas em todos os Planos de Resposta Humanitária (PRH) anteriores é alarmante", declararam. Os MSF expressaram "repetidamente" às Nações Unidas e aos doadores a preocupação sobre a "alarmante e deteriorada crise humanitária no noroeste", afirmou o chefe da missão da organização, Ahmed Bilal, citado no comunicado. "A falta de reconhecimento da crise está a ter um impacto severo na saúde e nas necessidades humanitárias das pessoas, e está a atrasar a resposta, que é desesperadamente necessária", declarou Bilal. As pessoas que vivem nos estados de Zamfara, Sokoto, Katsina e Kebbino noroeste  foram atingidas pela violência persistente, principalmente banditismo armado e raptos, referiram os MSF.

"No ano passado, mais de 2.000 pessoas foram mortas em mais de 1.000 incidentes violentos na região, de acordo com o Projecto de Dados sobre Localização e Eventos de Conflitos Armados (ACLED)", citaram os MSF. A população foi deslocada das suas casas e perdeu os seus meios de subsistência, estando, muitas vezes, impedida de encontrar alimentos e de ter acesso a cuidados de saúde, indicaram.

"A crise fez disparar as taxas de subnutrição e de outras doenças. Estima-se que cerca de 2,6 milhões de crianças sofrem de desnutrição aguda grave no país, das quais 532.163 estão nos estados de Sokoto, Katsina e Zamfara, de acordo com inquéritos nacionais realizados pela UNICEF e pelas autoridades", declararam.

"Quando as pessoas ficam doentes, as suas famílias são forçadas a pesar os riscos de viajar para uma instalação", alertaram. Os surtos de doenças evitáveis, como a malária, cólera, meningite, sarampo e difteria, são recorrentes e generalizados, frisaram.

Em 2023, as equipas dos MSF na Nigéria trataram 169.954 casos de malária.

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