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Governo queniano foi acusado de negligência

A Comissão Nacional dos Direitos Humanos do Quénia (KNCHR, na sigla em inglês) afirmou, domingo que foram ignorados pelas autoridades "relatórios credíveis" que poderiam ter evitado a morte de mais de 400 seguidores de uma seita evangélica.

25/03/2024  Última atualização 09H25
Paul Nthenge MacKenzie, pastor condenado no Quénia © Fotografia por: DR

Um total de 429 corpos foram encontrados desde o ano passado na floresta de Shakahola, perto da cidade de Malindi, onde o pastor Paul Nthenge Mackenzie defendia o jejum até à morte para "encontrar Jesus" antes do fim do mundo, que previa para agosto de 2023. Os primeiros corpos deverão ser devolvidos às famílias em 26 de Março.

O KNCHR, um organismo oficial, mas independente, acusou as forças de segurança de Malindi de grave incumprimento do dever e negligência. "Não só não foram pró-activos na recolha de informações e não agiram com base nas informações para evitar o massacre de Shakahola, como também não agiram, injustificadamente, com base em relatórios credíveis", afirmou a presidente da KNCHR, Roseline Odede, citado pela Reuters numa conferência de imprensa em Nairobi.

O KNCHR "lamenta que não tenham sido tomadas quaisquer sanções conhecidas contra os agentes que não cumpriram o dever de proteger centenas de pessoas, incluindo crianças desaparecidas, mortas ou profundamente traumatizadas". Paul Nthenge Mackenzie, que se encontra detido desde 14 de Abril de 2023, está a ser processado por terrorismo, tortura e crueldade contra crianças. As autópsias revelaram que a maioria das vítimas morreu de fome, mas algumas, incluindo crianças, foram estranguladas e espancadas.

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