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HRW pede a libertação de jornalista na RDC

A Organização Não Governamental (ONG) Human Rights Watch (HRW) apelou, sexta-feira, ao arquivamento do processo contra o jornalista da República Democrática do Congo (RDC), Stanis Bujakera, e exigiu a sua libertação imediata. O correspondente da revista Jeune Afrique foi detido há quase cinco meses, acusado de divulgar informações falsas sobre o homicídio do opositor Chérubin Okende num artigo não assinado que implica os serviços secretos militares.

03/02/2024  Última atualização 13H49
Stanis Bujakera, conhecido jornalista da RDC  © Fotografia por: DR
As autoridades da República Democrática do Congo "devem retirar imediatamente todas as acusações contra Stanis Bujakera, libertá-lo e garantir que os jornalistas possam fazer o seu trabalho sem medo de serem presos ou perseguidos judicialmente", escreveu o investigador sénior da Human Rights Watch para a RDCongo, Thomas Fessy, num comunicado de imprensa citado pela AFP.

A ONG recordou que "o reputado jornalista", que é também correspondente da agência internacional de notícias Reuters e director-adjunto do meio de comunicação social 'online' congolês Actualité.cd, é acusado de "fabricar e distribuir" um memorando dos serviços secretos civis que os incrimina no homicídio de Chérubin Okende, encontrado morto com ferimentos de bala no seu carro a 13 de Julho. Acusado de "espalhar falsos rumores", "falsificar documentos", "falsificar selos de Estado" e "transmitir mensagens falsas contrárias à lei", poderá ser condenado até 10 anos de prisão, segundo os seus advogados, acrescentou a HRW no comunicado, no qual acrescenta que "até agora, a acusação não conseguiu provar estas alegações".

A organização lembrou igualmente que a ONG Repórteres Sem Fronteiras efectuou uma investigação que concluiu que a nota em que se baseava o artigo do Jeune Afrique era autêntica, apesar de "não poder julgar a veracidade do seu conteúdo".

"O caso parece ter cada vez mais motivações políticas e fazer parte de uma acção repressiva contra os meios de comunicação social", afirmou o investigador da Human Rights Watch. Para a HRW, "o assédio judicial a Stanis Bujakera apenas realça ainda mais a falta de transparência na investigação da morte de Chérubin Okende".

O apelo surge um dia depois de a família do opositor ter decidido enterrar o cadáver, cansada de esperar pelos resultados da autópsia, quase sete meses depois.

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