Coronavírus

Imigrantes são as mais afectadas

As mulheres, especialmente imigrantes, estão a ser particularmente afectadas pela pandemia da Covid-19 em termos sociais e económicos no Reino Unido, exacerbando muitos desafios que enfrentam normalmente, afirmou Sara Reis, da organização britânica Women’s Budget Group.

09/03/2021  Última atualização 09H38
© Fotografia por: DR
Uma investigação desta organização que analisa o impacto de políticas económicas nas mulheres concluiu que são a maioria de trabalhadores em alguns dos sectores mais afectados por confinamentos e obrigados a fechar, como a restauração, comércio e hotelaria.
A prova está no facto de terem recorrido ao sistema de ‘lay-off’ britânico (‘furlough’) mais 133 mil mulheres do que o número de homens, disse a portuguesa, que é directora de Pesquisa e Política (‘Head of Research and Policy’) na organização.

 "Estamos todos na mesma tempestade, mas estamos em barcos diferentes”, salientou Sara Reis, durante o ‘webinar’ "O peso da pandemia sobre as mulheres: como a crise da Covid-19 alterou as condições do mercado de trabalho para as mulheres?”, organizado pelo grupo Migrantes Unidos.
A combinação de salários baixos e perda de rendimento com a falta de trabalho e necessidade de cuidarem dos filhos ou fazer trabalho doméstico está a levar muitas mulheres a caírem abaixo do limiar da  pobreza e a recorrerem a crédito ou bancos alimentares, acrescentou.

"As mulheres solteiras têm de fazer o papel de pais e de ganha-pão ao mesmo tempo e, obviamente, têm mais dificuldade em situações de crise. As mulheres com companheiros têm maior probabilidade de reduzir horas e tirar tempo para tomar conta das crianças, o que pode afectar a carreira e perspectivas de emprego”, referiu.
Anabela Cunha, ama profissional, falou da falta de direitos e acesso a apoio a pessoas que exercem esta profissão, enquanto Fez Endalaust falou das dificuldades que estão a ter muitas mulheres trabalhadoras do sexo, actividade que não é ilegal no Reino Unido. 

"A pandemia teve um im-pacto desastroso para muitas trabalhadoras do sexo. A procura baixou (…) e o encerramento de hotéis e restrições na circulação das pessoas na rua cortou completamente o rendimento para a maioria”, explicou.
A organização Movimento de Resistência e Defesa dos Trabalhadores do Sexo (SWARM, na sigla em inglês) criou um fundo de apoio, mas mesmo as mulheres que trabalham por conta própria e têm direito a apoios sociais enfrentam dificuldade em explicar a fonte dos rendimentos.

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