Desde muito cedo, o Robot faz-tudo do Luena exibiu credenciais de um ser terrestre verdadeiramente excepcional, em forma humana. Reunimos, e foi fácil explicar-lhe o programa do dia. “À tarde, teremos de sair às 16:35 para um compromisso de alto nível”, disse-lhe. Não foi necessário exigir mais, para me dar conta de que tudo iria dar certo.
Neste mês dedicado ao trabalhador, trouxemos uma reflexão, recuperando uma memória que fez parte do dia-a-dia da vida de muita gente humilde e trabalhadora que viveu nos musseques de Luanda no final da década de 1950 e princípio de 1960, propriamente no período colonial.
Marta olhou para a parturiente diante de si e procurou entender o que se estava a passar. Não era uma primigesta. Era Shara, uma mulher de 37 anos de idade e mãe de quatro filhos. Marta, obstetra, tentava descobrir onde residia a dificuldade para a mulher parir.
Em Kalulu dos anos oitenta a noventa, a única festa popular, grande, que movimentava toda a gente - camponeses das fazendas estatais, privadas e lavras individuais; operários da torrefação de café e mecânicos das oficinas; intelectuais das escolas, centros e postos médicos e dos comissariados; liberais das alfaiatarias, barbearias, droga- rias, tabacarias e casas da xungaria - todas as classes unidas e reunidas numa marcha policromática e ruidosa, com carros alegóricos, quando fosse possível, era somente o 1° de Maio.