Economia

Inspectores formados para detectar fraudes

Inspectores da Inspecção Geral da Administração do Estado (IGAE) estão a receber formação especializada em matéria orçamental, financeira, bancária e de seguros para melhor detectarem fraudes e outras más práticas.

22/01/2021  Última atualização 13H35
© Fotografia por: DR
Iniciada na segunda-feira com a abordagem de temas como "Recuperação de activos”, "Função compliance " e "Ética na elaboração dos contratos públicos”, a série de formações vão prolongar-se ao longo do ano. Os inspectores vão, também, adquirir valências tecnológicas para a administração e inspecção digital. As formações surgem na sequência de outras acções já realizadas, como a de preparação para monitorizar riscos de corrupção e conflitos de interesses nos sectores de grandes investimentos públicos. 

O programa integra, ainda, acções direccionadas para sectores ou áreas de actividade pública, onde existem maior exposição a riscos de fraudes e corrupção, além da dinamização do processo de apresentação de declarações de rendimentos, bens e de interesses pelas entidades legalmente obrigadas a declarar. 

Ainda este ano está prevista a deslocação de uma delegação ao Reino Unido, a convite do Governo daquele, para colher experiências no combate à corrupção. O inspector-geral da Administração do Estado, Sebastião Gunza, anunciou, para os próximos dias, reuniões técnicas com representantes dos órgãos extintos no âmbito da reforma da função inspectiva, que acabou com os Serviços de Inspecção Administrativa junto dos departamentos ministeriais e dos governos provinciais, pondo, assim, termo ao modelo da auto-inspecção. 

Com a reforma, a IGAE reforça a direcção do Sistema do Controlo Interno na Administração Pública e, por via disso, representa uma fundamental garantia de normal funcionamento dos órgãos públicos, nos quais os cidadãos, enquanto contribuintes, depositam a necessária confiança e expectativas, legítimas, de que o seu modo de vida não seja afectado pelas práticas de corrupção. 

Para o inspector-geral, a Administração Pública deve aumentar a produtividade, eficiência e transparência, bem como "curar as patologias burocráticas” e desconcentrar o poder de decisão ao nível inferior mais próximo do cidadão. Deve, ainda, melhorar o processo de simplificação administrativa. Órgão auxiliar do Presidente da República e Titular do Poder Executivo, à IGAE cabe a missão de exercer o controlo, fiscalização, inspecção, supervisão, auditoria e averiguações sobre a actividade dos órgãos, organismos e serviços da Administração Directa e Indirecta do Estado e da Administração Autónoma. 
Mais denúncias 
O centro de atendimento da Inspecção Geral da Administração do Estado recebeu, no ano passado, mais 18.675 chamadas em relação a 2019. No total foram registadas 58.962 ligações, tendo 19.792 resultado em denúncias válidas. Destaque para 994 processos de averiguações centradas na "pequena corrupção”, que interfere no quotidiano do cidadão em contacto com os órgãos públicos prestadores de serviço, como Administrações Municipais e Distritais, Esquadras e Brigadas de Policiamento, Conservatórias, Cartórios Notariais, Postos de Identificação Civil, Guichés e Serviços de Atendimento ao Público, Hospitais e Centros de Saúde, Instituições de ensino e estabelecimentos escolares. 

Comentários

Seja o primeiro a comentar esta notícia!

Comente

Faça login para introduzir o seu comentário.

Login

Economia