Um jantar de confraternização com a Comunidade Angolana em Portugal, foi organizado, esta sexta-feira, em Lisboa, com a Presença do Chefe de Estado, João Lourenço.
O embaixador de Angola no Quénia, Sianga Abílio, que se encontra em Ottawa a participar nas negociações sobre o banimento de plásticos, foi convidado, esta sexta-feira, pelo chefe da Missão Diplomática de Portugal no Canadá, António Leão Rocha, para a recepção comemorativa dos 50 anos da Revolução dos Cravos, que se assinalou a 25 de Abril.
As capitais Luanda e Lusaka podem retomar a ligação aérea a partir do próximo mês de Abril, no quadro do reforço das relações entre Angola e a Zâmbia, assim como para permitir uma maior aproximação entre os dois povos vizinhos.
A informação foi avançada, sábado, em Lusaka, pelo embaixador de Angola naquele país, Albino Malungo, quando falava à imprensa angolana no
quadro da realização da Cimeira Extraordinária da Dupla Troika da SADC, que contou com a participação do Chefe de Estado angolano, João Lourenço, na qualidade de presidente em exercício da SADC.
Albino Malungo disse ter recebido a garantia dos ministros dos Transportes de Angola e da Zâmbia sobre a operacionalização deste serviço entre os dois países.
"Falta um pormenorzinho, penso que é um pequeno memorando que deve ser assinado, para que as companhias dos dois países comecem a voar para Luanda e Lusaka. Eu penso que muito antes do fim de Abril, teremos a nossa TAAG aqui em Lusaka, que é essencial”, assegurou o embaixador de Angola na Zâmbia.
A TAAG deixou de voar para a capital zambiana há vários anos, por, entre outras razões, ter havido um tráfego insuficiente que justificasse a presença da companhia de bandeira nacional em Lusaka.
Albino Malungo disse que o regresso da TAAG a Lusaka enquadra-se no bom mo-mento das relações entre os dois países, que têm vindo a crescer, de forma considerável, nos últimos anos, sobretudo com o surgimento do Corredor do Lobito, do qual faz parte.
Sobre este projecto, o embaixador de Angola na Zâmbia disse haver uma grande expectativa da classe empresarial zambiana em relação ao Corredor do Lobito.
"O projecto representa uma esperança grande para o desenvolvimento deste país”, frisou.
A Zâmbia é um país forte em produção mineira e agrícola e, em função disso, Albino Malungo ressaltou que o país encara o Corredor do Lobito como o canal para a exportação destes produtos.
No quadro das boas relações existentes, neste momento, entre os dois países, o embaixador de Angola na Zâmbia apelou à classe empresarial angolana a investir naquele país, dadas às várias oportunidades existentes, sobretudo no sector da Educação e Agricultura.
"Desafio aqueles donos de colégios que venham para cá, sobretudo para ensinarem a Língua Portuguesa, cujo interesse sobre o idioma cresce todos os dias”, salientou o embaixador.
Angola conta com uma comunidade de cerca de 120 mil cidadãos naquele país. Angola e a Zâmbia assinaram, em Janeiro do ano passado, em Luanda, por altura da visita de Estado de Hakainde Hichilema ao país, seis instrumentos jurídicos, nomeadamente o memorando de entendimento para a construção das estradas de ligações fronteiriça entre os países, via Jimbe- Mwinulunga e Mapelenga (Malundo) – Sikongo, o memorando de entendimento entre o Instituto Nacional das Infra-estruturas da Qualidade - INIQ de Angola e a Zambia Bureau of Standars - ZABS da Zâmbia, nas áreas da normalização, avaliação da conformidade e formação.
Na altura, foram assinados, ainda, o memorando de entendimento entre a Agência de Investimento Privado e Promoção das Exportações (AIPEX) e a Zambia Development Agency (ZDA), acordo sobre a criação de uma Comissão Binacional, o memorando de entendimento entre a Escola Nacional de Administração e Políticas Públicas de Angola (ENAPP) e o Instituto Nacional de Administração Pública da Zâmbia (NIPA) e o memorando de entendimento entre o Ministério da Justiça e dos Direitos Humanos de Angola e a congénere da Zâmbia.
O Presidente da República, João Lourenço, defendeu, nesta ocasião, a necessidade de um maior reforço dos laços de cooperação económica com a vizinha República da Zâmbia, de modo a corrigir a tendência de se querer ir buscar fora do continente ou da região bens e serviços que ambos os países possuem e podem trocar.
Para o estadista angolano, é necessário corrigir este quadro, que considerou "absurdo”.
"Este absurdo deve ser corrigido e a forma que encontramos, para a sua correcção, é assinar os instrumentos que vão facilitar a cooperação económica e as trocas comerciais entre ambos os países”, realçou, na altura, o Presidente João Lourenço.
O estadista angolano reconheceu o potencial da Zâmbia no domínio da Agro-pecuária, afirmando que Angola está interessada em beber desta experiência, tendo em conta a necessidade do país de se repovoar com gado, sobretudo o bovino.
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