O Presidente da República, João Lourenço, efectua uma visita oficial à República da Coreia, com chegada à Seoul prevista para domingo de manhã, 28 de Abril.
O Presidente João Lourenço recebeu, sexta-feira, em audiência, em Lisboa, o ex-Primeiro-Ministro português, António Costa, que foi agradecer, pessoalmente, o Chefe de Estado angolano pela "excelente relação" que foram mantendo ao longo dos oito anos que esteve à frente do Governo.
A segunda visita oficial do Presidente da República, João Lourenço, à China, de 14 a 17 deste mês, a convite do homólogo chinês, Xi Jinping, seis anos depois da primeira, em Outubro de 2018, marca uma nova etapa nas relações entre as duas nações.
Para a diplomata, é um novo ponto de partida para uma relação ainda mais estreita e frutífera, sintetizada pela sigla FELIZ, já que o "F” representa "fraternidade”, assumida pela orientação estratégica dos líderes dos dois países, por via da confiança política e da amizade tradicional entre a China e Angola que continuam a se aprofundar.
A encarregada de Negócios lembrou que a 12 de Janeiro, por ocasião do 40º aniversário do estabelecimento das relações diplomáticas, os Presidentes Xi Jinping e João Lourenço trocaram mensagens de felicitações, definindo a direcção para o desenvolvimento da parceria estratégica China-Angola.
Chen Feng destacou, igualmente, a visita do ministro das Relações Exteriores de Angola, Téte António, à China, onde se reuniu com o homólogo Wang Yi, também, membro do Bureau Político do Partido Comunista da China.
"Angola reafirmou o compromisso do princípio de uma só China, apoiando a soberania e a integridade territorial do país, enquanto este prometeu apoiar firmemente a soberania, segurança e interesses de desenvolvimento de Angola”, observou a diplomata.
Além de realçar as sucessivas visitas recíprocas de governantes de ambos países, Chen Feng sublinhou que a comunicação e a cooperação estratégica entre a China e Angola estão a tornar-se cada vez mais estreitas e os laços fraternos, a aprofundar-se.
Quanto à letra "E”, simbolizada pelo "Empreendedorismo”, a diplomata sublinhou que a cooperação económica e comercial China-Angola fica, cada vez mais, diversificada e empreendedora.
"A China continua a ser o maior parceiro comercial de Angola, uma fonte importante de investimento directo e parceiro de cooperação em infra-estruturas”, acentuou Chen Feng, antes de frisar que "Angola é, agora, o segundo maior parceiro comercial da China em África”.
Destacou, também, a 2ª Reunião da Comissão Orientadora para a Cooperação Económica e Comercial China-Angola, realizada em Luanda, bem como a participação dos ministros angolanos na 3ª Exposição Económica e Comercial China-África e no 3º Fórum do Cinturão e Rota para a Cooperação Internacional.
Por isso, segundo ainda a diplomata, a China anunciou o tratamento de tarifa zero a 98% das mercadorias de origem angolana a serem exportadas para aquela nação asiática, permitindo que "mais consumidores chineses desfrutem dos bons produtos angolanos, como café e cerveja”.
Neste novo ponto de partida, observou Chen Feng ao Jornal de Angola, os dois países assinaram o Acordo para a Promoção e Protecção Recíproca de Investimentos nos últimos dias de Janeiro, criando um ambiente de negócios mais estável, conveniente e transparente para empresas dos dois Estados.
Caculo Cabaça é exemplo da cooperação entre os países
Projectos-chave
com resultados significativos
Projectos-chave, como o Aproveitamento Hidroeléctrico de Caculo Cabaça e o Centro Integrado de Formação Tecnológica (CINFOTEC), alcançaram resultados significativos, sublinhou a encarregada de Negócios da Embaixada da China em Angola, Chen Feng.
No resumo das relações sino-angolanas, destaca-se, também, o Aeroporto Internacional Dr. António Agostinho Neto, inaugurado a 10 de Novembro último, tendo já recebido o primeiro voo de carga.
Nesta perspectiva, a cooperação bilateral continua a expandir-se nos sectores de Energia, Mineração, Manufactura, Agricultura e Pescas, contribuindo para a diversificação da economia de Angola. Chen Feng enfatizou o "L” (Laços), já que os intercâmbios culturais entre a China e Angola são vibrantes e fortalecem os dois povos.
Para a diplomata, o "Dia da Amizade China-Angola” foi comemorado com grande sucesso, ao indicar que jornalistas, académicos e jovens talentos de Angola visitaram a China para intercâmbios amigáveis, destacando os concursos de Proficiência em Língua Chinesa "Chinese Bridge” e o de Leitura das Obras Clássicas Chinesas, realizados em Angola.
Entre outros instrumentos para o fortalecimento dos laços, sublinha-se, igualmente, a abertura conjunta de cursos de língua chinesa (mandarim) no Instituto Confúcio na Universidade Agostinho Neto e na Academia Diplomática Venâncio de Moura, onde dezenas de jovens ganharam prémios nos concursos de fotografia e de vídeos curtos.
Chen Feng recordou a história de redução da pobreza na Aldeia Shibadong, apresentada em filme aos espectadores angolanos, além de milhares de participantes do 2º Ciclo de Cinema Chinês, onde tiveram a oportunidade de conhecer a China de forma verdadeira, tridimensional e abrangente.
A Embaixada da China em Angola, em parceria com a Universidade Católica de Angola, organizou uma Conferência focada no desenvolvimento, na qual académicos dos dois países trocaram ideias, contribuindo com a sabedoria para o desenvolvimento e cooperação de ambas as nações.
Assuntos internacionais
A China e Angola, como membros importantes do Sul Global, mantêm coordenação e cooperação estreitas em assuntos regionais e internacionais, contribuindo significativamente para a paz e o desenvolvimento globais. Segundo Chen Feng, a China aprecia o papel de Angola na promoção da paz e estabilidade regionais e apoiou a realização da 147ª Assembleia da União Interparlamentar em Luanda.
"Angola também reconhece o papel da China na manutenção da paz e segurança e na correcção de injustiças históricas em África, participando activamente na construção conjunta da Iniciativa Cinturão e Rota e na construção de uma comunidade de futuro compartilhado para a Humanidade”, assinalou a encarregada de Negócios.
Os dois países trabalham juntos na defesa firme do sistema internacional com as Nações Unidas como núcleo, para apoiar o multilateralismo genuíno e salvaguardar a justiça, a equidade mundial e os interesses comuns dos Estados em desenvolvimento, não só promovendo a solidariedade e a cooperação mas, também, contribuindo para a prosperidade e estabilidade mundial.
Antes de concluir a análise sobre o "novo ponto de partida”, Chen Feng ressaltou que a República Popular da China vai celebrar o 75º aniversário da Proclamação e as relações com Angola embarcarão numa nova década.
Neste novo ponto de partida, a China, segundo a diplomata, vai permanecer comprometida em ampliar a abertura ao mundo, fortalecendo a cooperação estratégica e compartilhando oportunidades de desenvolvimento com Angola.
Na visão de Chen Feng, o seu país está disposto a aprofundar a confiança política mútua com Angola e intensificar os intercâmbios em todos os domínios e níveis, através da promoção do desenvolvimento de alta qualidade da cooperação pragmática, no quadro do Fórum de Cooperação China-África e da construção conjunta da Iniciativa Cinturão e Rota.
"Cultivaremos ainda mais os intercâmbios entre culturas e civilizações, permitindo que o navio da amizade China-Angola zarpe e navegue com determinação, rumo a um futuro brilhante, levando os nossos povos a um destino ainda mais promissor”, concluiu a encarregada de Negócios da Embaixada da China, num artigo publicado no Jornal de Angola em Fevereiro deste ano.
A China é, actualmente, o maior credor de Angola, com base em várias linhas de crédito abertas pelo Governo chinês, através de bancos estatais. A dívida, paga essencialmente com o valor da venda de petróleo, rondava, até 2019, os 23 mil milhões de dólares. Em 2018, a China aprovou uma nova linha de financiamento de dois mil milhões de dólares norte-americanos. Nesta altura, é o principal parceiro comercial de Angola com 44% das exportações, enquanto regista a tarifa zero para 98 por cento dos produtos tributáveis nos 16 % das importações.
Esta parceria assenta-se na igualdade e benefícios mutuamente vantajosos, e pode, também, para além de contribuir para o desenvolvimento dos dois países, ajudar no estabelecimento de uma nova ordem política e económica internacional e promover a democratização das relações internacionais.
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