O frente-a-frente entre as formações militares acontece envolto no já recorrente clima de suspeição, pelo facto de os militares huilanos perderem quase sempre pontos, nas disputas com os homens do Rio Seco, mesmo quando estão a atravessar bom momento competitivo. O jogo desta tarde tem a particularidade de o técnico Mário Soares defrontar o português Paulo Duarte, há até uma semana seu chefe de equipa no plantel rubro e negro. 

Os donos da casa encetam uma recuperação, depois do arranque em passo lento, sob a orientação de André Macanga, treinador que sucumbiu ao peso dos maus resultados, no registo contrário aos números promissores alcançados nas últimas duas épocas, ao serviço do Recreativo do Libolo. Na reentrada do obreiro da épica campanha de 2019, marcada pelo terceiro lugar no campeonato e a presença na final da Taça de Angola, os militares da Região Sul triunfaram por 2-0, na recepção à Académica do Lobito.  

Para os adeptos mais exigentes e contrários aos desígnios dos agostinos, o Desportivo da Huíla possui argumentos futebolísticos para travar o adversário, de modo que tem de se despir do "temor reverencial” que dita o desfecho das partidas muito na contramão do equilíbrio registado ao longo dos 90 minutos. A 12ª posição, com 13 pontos, em 11 partidas disputadas, exige entrega redobrada aos pupilos de Mário Soares.  
 
Construção da bonança
Muito causticado no início de Janeiro e no final de Fevereiro, na presença de triste memória nas Afrotaças, ao enfrentar as consequências da pandemia da Covid-19 durante a corrida às fases de grupo da Liga dos Clubes Campeões e da Taça Nelson Mandela, o 1º de Agosto persegue o melhor aproveitamento dos desafios em atraso, a fim de criar um quadro de bonança, depois da tempestade.  

A vitória (2-1) arrancada no terreno do Ferrovia do Huambo, nos instantes finais dos oito minutos dados para compensar tempo perdido, motiva os detentores do título na campanha rumo ao "penta”, quinta conquista consecutiva, feito exibido com exclusividade no futebol angolano pelo arqui-rival Petro de Luanda.  

A cumprir uma "tourné” iniciada no Uíge, com o triunfo (2-0) sobre o Santa Rita de Cássia, cujo término acontece na quarta-feira, no Bié, diante do Cuando Cubango FC, a equipa do antigo "RI-20” ambiciona criar uma almofada pontual que permita, quando acertar todas as contas do calendário, assumir o comando isolado da competição. De momento soma 18 pontos, no sétimo lugar, em sete desafios cumpridos.
 
Liderança no Leste
O concorrido "dérbi do Leste”, entre o Sagrada Esperança e o FC Bravos do Maquis, pode ditar um novo líder isolado, caso a formação do Moxico ofusque o brilho dos diamantes e regresse à cidade do Luena com os três pontos na bagagem, aspecto que aumenta o interesse no desafio, apesar do ligeiro favoritismo atribuído aos anfitriões.

Patrocinados pela mesma empresa diamantífera, lundas e maquisardes colocam a região em destaque no quadro classificativo da prova. Roque Sapiri espera contrariar os intentos de Zeca Amaral, que espera ver concretizado o assalto ao primeiro lugar, após a tentativa falhada na 14ª jornada, por força do empate (1-1), no terreno do Recreativo da Caála.

O Sagrada segue no quarto posto, 22 pontos, em 11 partidas, por isso tem margem para progredir na classificação. O Bravo do Maquis está destacado no segundo lugar, 27 pontos, com 13 jogos, pelo que pode terminar a primeira volta com uma safra de 33 pontos, em 45 possíveis.