Política

Ministro destaca papel das Telecomunicações e Comunicação Social na modernização da economia

O ministro das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social, Mário Oliveira, anunciou sexta-feira, no Huambo, que o país tem cerca de 26 milhões de usuários do serviço de telefonia móvel e 11 milhões de utilizadores de Internet, o que representam 76 e 33 por cento da penetração destes serviços no mercado nacional.

09/03/2024  Última atualização 09H05
Titular das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social, Mário Oliveira, fala dos desafios do sector © Fotografia por: Joaquim Armando | Edições Novembro

De acordo ainda com o ministro Mário Oliveira, que discursava na abertura do II Conselho Consultivo do Ministério das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social (MINTTICS), a rede básica de telecomunicações apresenta cerca de 30 mil quilómetros de cabos de fibra óptica terrestre instalados e quatro cabos submarinos internacionais.

Na abertura do encontro, que juntou no auditório do Centro de Formação de Jornalistas (Cefojor) do Huambo mais de 400 quadros do sector, entre empresas públicas e privadas, o ministro Mário Oliveira destacou o papel relevante das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social na modernização e crescimento da economia angolana, enquanto motor da sociedade de informação.

O II Conselho Consultivo do MINTTICS decorre até hoje na capital do Planalto Central sob o lema "Conectar e comunicar para a cidadania”. A propósito, Mário Oliveira avançou que o II Conselho Consultivo tem um lema desafiante, que se  adequa aos esforços do sector, que em articulação e comprometimento  dos parceiros e profissionais das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e da Comunicação Social vão procurar potenciar, com sugestões, a construção de um sector ancorado no bem-fazer e alinhado  aos desígnios da sustentabilidade tecnológica e  de uma comunicação assertiva para contribuir no crescimento económico, social e cultural do país.

O governante disse que a actividade deve constituir uma ampla plataforma de auscultação do sector e um espaço privilegiado de diálogo, onde devem coabitar a interação construtiva e afectiva, tal qual a experiência e desafios de cada um dos participantes ao encontro.

"Neste encontro, queremos ouvir a voz da experiência, as contribuições de todos, que directa ou indirectamente intervêm no sector e no mercado das telecomunicações e da comunicação, para que nos apoiem a sustentar e operacionalizar as acções e políticas públicas que vão ao  encontro da concretização do programa do Executivo”, argumentou no discurso de abertura, que contou com as presenças da governadora provincial do Huambo, Lotti Nolika, e dos secretários de Estado para a Comunicação Social, Nuno Caldas, e das Telecomunicações e Tecnologias de Informação, Pascoal Alé Fernandes.

O titular da pasta das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social afirmou que o II Conselho Consultivo representa um marco indelével e irreversível da migração ao novo paradigma de governação, assentes nos valores da conectividade e comunicação para a cidadania, alicerçadas numa narrativa de inclusão e participação de todos os cidadãos, sem deixar ninguém para trás.

O ministro Mário Oliveira disse esperar que os principais temas do evento venham a reflectir-se na transversalidade dos desafios que as Telecomunicações e a Comunicação Social encerram no concerto das nações, tendo acrescentado que o mesmo constitui uma oportunidade soberana para se consolidarem os ganhos e as boas práticas adquiridas ao longo das últimas décadas, bem como corrigir, de forma proactiva, os aspectos negativos que comprometem a eficácia e eficiência do sector.

Mário Oliveira destacou, ainda, que a realização do Conselho Consultivo do MINTTICS no Huambo não foi por mero acaso, mas por várias razões plausíveis, por conta da inauguração, pelo Presidente da República, João Lourenço, em Janeiro deste ano, das imponentes infra-estruturas que estão ao serviço e à disposição dos cidadãos da província e da região, sendo duas destas o Cefojor e o Digital.ao.

Segundo o ministro, o mundo de hoje está profundamente marcado pela aceleração das tecnologias de informação e comunicação, dando origem à sociedade de informação, que tem na Internet o seu expoente mais alto, na qual a informação e o conhecimento circulam com uma rapidez sem precedentes, envolvendo todos os aspectos da vida e da actividade económica, política e sociocultural.

O titular do MINTTICS reconheceu que, nos dias de hoje, se pode afirmar, categoricamente, que o digital ocupou a vida das pessoas, das empresas e da sociedade em geral, pelo que os institutos públicos e empresas do sector devem assegurar a formação contínua dos seus quadros e adaptar com mestria a sua actividade, tendo em atenção este novo paradigma, ancorado na migração digital.

Combate ao cibercrime

O engenheiro Mário Oliveira lembrou que todo este processo de migração digital não é, evidentemente, um linear, sem obstáculos, há riscos permanentes, apontando os ataques cibernéticos.

Para tornar esta importante ferramenta um caminho seguro, Mário Oliveira manifestou que é preciso garantir a cibersegurança, dando combate ao cibercrime, a protecção da privacidade e dos dados pessoais, assim como o uso das redes e serviços de comunicação de forma segura, confiável, e a observância dos mais altos padrões de moral e ética.

Mário Oliveira destacou, por outro lado, a importância dos profissionais da Comunicação Social, sublinhando que deles se espera maior rigor e autocrítica, de forma a que a liberdade de expressão seja moldada aos pilares do Estado Democrático e de Direito, havendo, "por isso, necessidade de os órgãos de comunicação social continuarem a posicionar-se como agentes de mobilização da cidadania participativa e de governação de proximidade”.

O ministro frisou que os serviços de Telecomunicações e Tecnologias de Informação e Comunicação são instrumentos privilegiados para a promoção da paz e desenvolvimento socioeconómico, prosperidade das nações, sem qualquer tipo de exclusão, "porque o desafio é enorme e só é possível enfrentá-lo com a colaboração de todas as partes interessadas, quer sejam os fazedores de políticas, reguladores, operadores, académicos ou meros consumidores”.

"Não nos propusemos a tarefas hercúleas que possam transformar radicalmente o curso da história, mas pretendemos construir, gradualmente, pedra sobre pedra, com altruísmo e abnegação, com comprometimento e responsabilidade, o plano estratégico do sector, alinhados aos objectivos e metas inscritas no Programa Desenvolvimento Nacional 2023-2027. Temos a plena consciência que somente atingiremos os nossos objectivos com a participação e colaboração de todos e de uma forma comprometida”, disse.

Expansão das infra-estruturas

O ministro Mário Oliveira garantiu que o sector vai continuar a desenvolver as acções e projectos com vista à expansão das infra-estruturas de telecomunicações e tecnologias de informação e comunicação, para permitir o aumento dos níveis da literacia e dos serviços digitais, bem como garantir a contínua transformação digital.

O governante destacou a expansão da rede nacional de Banda Larga em fibra óptica, o projecto do Data Center Nacional, a instalação de uma Academia de Cibersegurança, bem como o alargamento da rede de estações meteorológicas, entre outros.

Mário de Oliveira revelou que o impacto transversal das tecnologias de informação e comunicação já se faz sentir quer em serviços administrativos públicos mais eficientes, quer numa economia mais dinâmica, na qual os crescentes níveis de conectividade multiplicam as oportunidades de empreendedorismo e de inovação dos serviços.

O titular da pasta das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social anunciou que o projecto Conecta Angola, lançado em 2022, na comuna de Belo Horizonte, município de Cunhinga, na província do Bié, também está presente noutras localidades recônditas do país, com destaque para as províncias do Cuando Cubango, Lunda-Norte e Lunda-Sul.

No capítulo do Programa Espacial Nacional, o ministro informou que está em desenvolvimento um satélite de observação da Terra, que permitirá prestar serviços em diversos sectores produtivos.

No domínio da Meteorologia e Geofísica, indicou o processo de modernização do Instituto Nacional de Meteorologia e Geofísica (INAMET), que registou a instalação e entrada em serviço de 32 estações sinóticas, 13 redes Agro/Meso, duas redes hidrológicas, um laboratório de calibragem, sete estações de observação meteorológica para aviação e três de rede de observação da atmosfera superior.

Comunicação Social

O ministro reconheceu haver reforço e melhoria da política de informação pública e da Comunicação Institucional do Estado e prometeu dar continuidade ao programa nacional de comunicação digital, visando reforçar o papel da comunicação do Executivo na internet, bem como a valorização e dignificação dos recursos humanos, em especial dos jornalistas e operadores técnicos da comunicação social pública e privada.

Governadora Lotti Nolika

A governadora provincial do Huambo, Lotti Nolika, deu as boas vindas aos participantes e desejou que os objectivos traçados para o II Conselho Consultivo do Ministério das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social (MINTTICS) contribuam para a melhoria e crescimento do ramo.

Lotti Nolika, que aproveitou a ocasião para oferecer rosas produzidas no Huambo a todas as mulheres presentes no encontro, por ocasião do seu dia, o 8 de Março, disse que o MINTTICS é um sector muito importante e a cada dia que passa é mais determinante para a transformação económica e a optimização de recursos tão almejados pelos cidadãos.

A governante ressaltou que o encontro é uma oportunidade para partilhar o máximo de conhecimentos e juntos gizar estratégias que catapultem o sector para níveis superiores.

Lotti Nolika reconheceu os avanços conseguidos pelo sector um pouco por todo o país, em particular na província do Huambo, apesar de que ainda há muito por se fazer, especialmente em termos de cobertura de serviços quer de rádio, televisão, telefonia e acesso à internet. Mas, disse, o país caminha para frente e vai, seguramente, vencer esta batalha.

Marcelino Wambo e Domiana N’Jila / Huambo

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