Política

Missões diplomáticas assinalam feitos e oportunidades em Angola

Angola comemorou, quinta-feira, o 22.º aniversário do alcance da paz efectiva e para assinalar a data as embaixadas realizaram diversas actividades sociais, políticas e económicas.

05/04/2024  Última atualização 11H09
Na capital queniana, foram abordados diversos assuntos em palestras junto da comunidade © Fotografia por: DR
Do mesmo jeito que o país se uniu para celebrar a data, as missões diplomáticas de Angola no Quénia, Zâmbia, Turquia e no Egipto juntaram as comunidades e convidados para lembrar os ganhos e lançar as perspectivas de uma nação em desenvolvimento, bem como as oportunidades de negócio, assentes nas reformas em curso.

Divulgação da imagem no Quénia

O embaixador de Angola no Quénia, Sianga Abílio, falou, esta quinta-feira, aos chefes de missões diplomáticas, analistas políticos, homens de negócio e jornalistas sobre a necessidade de divulgarem e mobilizarem mais investidores para o país.

Sianga Abílio justificou o posicionamento pelo facto de Angola viver um clima de segurança e paz, conquistado há exactamente 22 anos (4 de Abril de 2002).

Falando em Nairobi sobre o tema "A paz em Angola: uma oportunidade de negócios”, o embaixador disse que, no domínio de Investimentos Estrangeiros, o Executivo, desde 2018, aprovou e implementou diversas reformas legais e de carácter económico, com o objectivo de atrair mais investimentos privados, restringindo todo o tipo de burocracia.

Depois da interacção com os participantes, Sianga Abílio sublinhou que a forma como os angolanos alcançaram a paz e a reconciliação nacional é um exemplo que tem sido partilhado na África Austral.

O embaixador destacou que o Chefe de Estado, João Lourenço, foi distinguido, por isso, com o título de Campeão da Paz e Reconciliação, pela União Africana, fruto da liderança, na busca da paz, do diálogo e da estabilidade em vários países do continente africano.

Quanto à comunicação social, o chefe da missão diplomática de Moçambique no Quénia, Jerónimo Chivavi, participante no evento, disse que, com o fim do conflito armado, Angola está na rota do progresso, já o homólogo sul-africano, Mninwa Johannes Mahlangu, considerou o processo de paz no país "é um exemplo ao continente africano e premissa para o desenvolvimento”.

Zâmbia

A propósito da mesma efeméride, mas em Livingstone (Zâmbia), o embaixador Albino Malungo reuniu-se com a comunidade angolana residente na localidade a 476 Km da cidade capital (Lusaka).

O encontro enquadrou-se no âmbito das festividades do 4 de Abril, data em que se assinala o 22.º aniversário do Dia da Paz e da Reconciliação Nacional e serviu para Albino Malungo falar da efeméride, além de auscultar a comunidade angolana residente.

Num encontro cordial, transparente e ameno, o embaixador ouviu atentamente as preocupações que afligem diariamente os mais de seis mil angolanos residentes em Livingstone. 

Comemoração na Turquia

Os funcionários da Missão Diplomática e membros da Associação dos Estudantes atenderam, ontem, ao convite do embaixador José Patrício para assistirem ao documentário televisivo sobre o acto comemorativo do 4 de Abril, Dia da Paz e Reconciliação Nacional.

Realizado na Embaixada de Angola em Ankara, o evento serviu para revisitar a história pós-Independência do país, aconselhar os jovens a preservarem a paz e a falar dos benefícios do processo que devolveu a alegria e transformou a vida dos compatriotas e dos africanos, em geral, nos mais variados domínios.

Ainda durante a festa, o presidente da Associação dos Estudantes angolanos na Turquia, Leandro Saiacua, manifestou o sentimento de gratidão a todos os heróis tombados para o alcance da paz efectiva.

Angola celebra hoje, 4 de Abril de 2024, o 22.º aniversário da conquista da paz e da reconciliação nacional, consagrado ao Memorando de Entendimento assinado, em 2002, entre o Governo e a UNITA.

Embaixador enaltece abertura para a reconciliação

O embaixador de Angola no Egipto, Nelson Cosme, considerou, ontem, o 4 de Abril como instrumento que reafirmou a vontade de paz, manifestada a vários níveis e abriu caminho para a implementação de um amplo programa de reconciliação entre os angolanos.

"Este instrumento marcou o virar da página de triste memória para todos angolanos, após décadas de conflito armado”, realçou, afirmando que o Acordo assinado a 4 de Abril de 2002 possibilitou, ao mesmo tempo, a adopção de estratégias de políticas públicas que permitiram, inicialmente, a realização de um programa de reabilitação de infra-estruturas destruídas durante anos, em consequência do conflito.

Numa mensagem endereçada ao corpo diplomático e à comunidade angolana residente no Egipto, por ocasião da efeméride, que se assinalou, ontem, Nelson Cosme refere que, nos dias de hoje, todos os compatriotas celebram o Memorando de Entendimento "como o maior Acordo assinado entre o Governo e a UNITA, na história do conflito armado, por ter marcado o início do processo de reconciliação nacional”.

A este ambiente de concórdia, acrescenta, junta-se a construção e reabilitação de novas infra-estruturas, com realce para as vias de comunicação, factor que voltou a unir o país, permitindo a circulação de pessoas e o retorno aos campos agrícolas, caminhos-de-ferro operacionalizados, estradas e pontes, que oferecem enormes benefícios, sobretudo, para as populações das zonas rurais.

A prossecução destes projectos, que se enquadram entre os diferentes "ganhos” que testemunham a marcha imparável de Angola, rumo ao desenvolvimento inclusivo e sustentável, colocam, hoje, o país na rota do crescimento e desenvolvimento, incluindo a alteração substancial no quadro político, social e económico.

A título de exemplo, o diplomata aponta a normalização política, que permite que se aprofunde, diariamente, a democracia e se reforcem os direitos dos cidadãos, através de uma governação participativa.

Trata-se das propostas da Lei Orgânica da Polícia Municipal, sobre as Medidas de Transição a adoptar para a Implementação das Autarquias e a do Estatuto Remuneratório dos Titulares dos Órgãos e Serviços das Autarquias.

No domínio socio-económico

O Executivo angolano tem dado, igualmente, prioridade ao sector Social e, particularmente, à Saúde, com um significativo investimento em capital humano, mediante ingresso de novos profissionais, melhoria do acesso aos serviços, aos medicamentos e a reabilitação e ampliação de unidades sanitárias.

No domínio da Educação, o destaque recai para as acções no sentido da educação inclusiva, destinada a proporcionar um desenvolvimento integral e harmonioso dos alunos, de acordo com as características e necessidades pessoais, incluindo a extensão da rede escolar, mediante a construção de novas escolas em todo o país.

Alude, igualmente, a realização de concursos públicos externos para ingresso de novos professores do ensino primário e secundário, além das reformas no Ensino Superior, que tem desenvolvido um processo de avaliação externa e acreditação de cursos nas diferentes instituições públicas e privadas, iniciativa para alavancar a qualidade de ensino no país.

As atenções estão, também, viradas para a promoção do turismo nacional, no quadro do esforço em curso para encontrar outras fontes de receita, sobretudo,  de divisas, e impulsionar a economia não petrolífera, além de constituir um dos sectores que pode contribuir de forma considerável para baixar os índices de desemprego que o país ainda vive.

Assinala, por isso, que o Dia da Paz e Reconciliação Nacional é a jornada do amplo abraço da unidade na diversidade, do respeito pela diferença, da tolerância de todos para com todos, em torno de valores e princípios que alicerçam a coesão nacional.

Adianta que, enquanto isso, se deve desenvolver a contínua educação da sociedade sobre a cultura da paz, fraternidade, solidariedade, justiça social, unidade e reconciliação, incentivar e promover o espírito de tolerância, o respeito mútuo, da propriedade, a reconciliação, exaltar os valores do amor à pátria e o respeito pelos símbolos, assim como enaltecer a paz definitiva e a reconciliação nacional.

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