Um total de 120 famílias residentes no prédio da FAPA, localizado na Avenida da Independência, na cidade do Huambo, será, em breve, realojado na Centralidade Fernando Faustino Muteka, no município da Caála, pelo facto de o edifício estar em avançado estado de degradação.
Em entrevista ao Jornal de Angola, Wilson Daniel esclareceu que está a ser feito o cadastramento dos ocupantes dos apartamentos e de estabelecimentos comerciais.
A intenção do Governo Provincial, acrescentou, é melhorar as condições habitacionais das famílias e reforçar a segurança, visto que o edifício em causa tem muitas fissuras.
O responsável do Instituto Nacional da Habitação na região do Planalto Central fez saber que o realojamento obedece a diversas metodologias, como rendimento financeiro aceitável que possa fazer com que uma família concorra a uma das moradias nas centralidades construídas na província.
Em 2012, explicou, foram realojadas centenas de moradores do ex-prédio do Palmeira, na Rua do Comércio, já demolido, para o Bairro da Juventude, nas imediações da Centralidade do Lossambo.
Além
do prédio da FAPA, está em fase avançada de degradação o edifício da Anghotel,
situado na Cidade Baixa.
Explicações técnicas
O director do Gabinete Provincial de Infra-Estruturas e Serviços Técnicos, Francisco Neto, disse que o rés-do-chão do prédio da FAPA está sempre húmido, porque a rede de distribuição de água está danificada, as águas dos esgotos e das chuvas concentram-se na base das fundações, o que contribui para a degradação do imóvel.
O excesso de humidade, referiu, vai originar a dilatação do ferro e desprendimento do betão, podendo haver a perda da capacidade de resistência das armaduras e colapso da estrutura.
O responsável fez saber que as águas residuais acabam por ser prejudiciais para o betão e o ferro, assim como as enormes quantidades de lixo depositadas na base dos imóveis.
Outro problema que motiva a rápida degradação dos edifícios habitados é o excesso de lotação, uma vez que o número de habitantes planificado acaba por ser suplantado, porque o terraço e os elevadores, em muitos casos, acabam por ser habitados.
Além da lotação, os prédios sofrem perfurações permanentes, com a colocação e remoção de antenas parabólicas, de canalizações improvisadas, instalações eléctricas feitas por mestres amadores, que facilitam a penetração das águas junto às armaduras de varão e fragilizam a estrutura dos imóveis.
O coordenador da comissão de moradores do prédio da FAPA, Aurélio Jamba, disse que o edifício, de 11 andares, já foi inspeccionado por técnicos do Ministério da Construção, estando os moradores à espera do momento do realojamento.
Fez saber que as promessas de evacuação e realojamento começaram em 2012. "O prédio já não tem condições de habitabilidade”, explicou, acrescentando que os moradores só não o abandonaram por não terem onde ir.
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