Não existe país algum que possa formar ou capacitar quadros em toda gama e número de competências em permanente evolução e necessárias para realizar um trabalho cada vez mais complexo no seu território. A mobilidade laboral é parte integrante do comércio internacional e beneficia os países, as empresas e os trabalhadores.
Assinala-se hoje o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, num contexto de crescentes inquietações face às ameaças aos valores do Jornalismo, ameaças que têm origem nas disputas geopolíticas e no uso das redes sociais para a construção de narrativas que fogem à verdade dos factos.
A prática de bullying é um problema sério. Além de ser um acto discriminatório que pode desenvolver certas patologias em ambiente escolar. Diminui o nível de aprendizagem, contribui para o défice de atenção, o síndrome do pânico, bem como origina comportamentos agressivos e anti-sociais na adolescência e na vida adulta.
Em grande modo, os traumas psicológicoscontribuem para a formação da mentalidade criminosa do estudante / adolescente, transformando a vítima em opressor e pode até atingir o nível de um verdadeiro serial killer, macabro, diabólico, ou seja, assassino frio ou violento.
Entendido como o conjunto de atitudes de violência física ou psicológica, de carácter intencional e repetido, obullying é praticado pelo agressor contra uma ou mais vítimas, que se encontram impossibilitadas de se defender. O agressor também esconde traumas, fragilidades, falta de atenção dos pais e, muitas vezes, só quer extravasar essa mágoa pensando que assim melhora. Surge, então, o círculo vicioso.
Um dos locais com maior frequência desta prática é, infelizmente, o recinto escolar, num ambiente em que o estudante pode sofrer ataques de diversas pessoas como os colegas, professores, membros de direcção ou outros funcionários, que recorrem a esta prática maldosa com o intuito de baixar os índices de auto-estima dos estudantes.
Destaca-se que as agressões psicológicas predominantes envolvem o uso de palavras como: seu bebucho (gordo), burro, feio, filho sem pai, não tens solução, a desgraça da família, fedorento, rapariga mal-amada e tantas outras, arrepiantes.
Com a aceleração do mundo digital, o fenómeno ampliou - se na versão de Cyberbullying, facto que contribui para o aumento de transtornos psicológicos dos estudantes em turmas físicas, virtuais dentro e fora do ambiente escolar. Este formato ocorre com regularidade nas redes sociais: Facebook e WhatsApp, com notícias falsas, "fake news”, difamatórias ou ameaçadoras, por intermédio da escrita e/ou audio-visual.
Neste modelo, por norma, os agressores não se identificam. Usam personalidades falsas, e o efeito manada arrasta consigo o aumento da crueldade nos comentários de internautas predispostos a destilar o ódio. Esse tormento faz as pessoas humilhadas sentirem-se seres desprezíveis e inseguros.
Os que promovem bullying geralmente fazem valer a sua força física ou habilidade de desequilíbrio emocional para aterrorizar as suas presas. São arrogantes e prepotentes, metidos em confusões e desentendimentos, aparentemente insensíveis, que se riem da infelicidade dos outros. Não sabem pedir desculpas quando erram, pois na sua vertente, nunca erram. Possuem grande capacidade de liderança e submetem os outros ao seu domínio. Não têm medo. Apresentam tendências agressivas devido a histórias ou factos derivados dos relacionamentos, sobretudo familiares.
Para reconhecimento das vítimas, observam-se os seguintes sinais: o estudante recusa-se a ir à escola, apresentando desculpas e mentiras, demonstram sentimentos de tristeza, melancolia e angústia «choro, stress, impulsividade», procura caminhos alternativos na ida e volta da escola, estranha diminuição do rendimento escolar, notas baixas e dificuldades de aprendizagem, isolamento social, pedidos injustificados de dinheiro aos pais. Frequentemente aparecem com arranhões e cortes não justificados, objectos pessoais danificados, queixas de mal-estar geral «fadiga, dores de cabeça, de estômago» e outros.
Algumas vítimas percebem o mundo, em particular o ambiente escolar como local horrível para conviver no qual os agressores devem ser julgados a pagar pelos males feitos com as suas próprias vidas e inicia-se a projecção do plano de vingança, justiça por mãos próprias "pessoas feridas, ferem outras pessoas”.
O estudante converte-se de vítima para opressor, dá luz a um novo ser violento, com sede de vingança. A situação torna-se super perigosa, onde o espírito assassino desenvolve espaço em seu universo mental. Mais do que isso, o estudante passa de vítima a criminoso, numa primeira fase, como mecanismo de defesa para servir de escudo de proteção.
Com abertura das portas ao cosmos do crime, a mudança de conduta, sem dar por conta perde a sensibilidade. Ansiosos em tornarem mais pesadas as suas acções alinham-se à drogas, prostituição, associação criminosa e outros sacrilégios.
Infelizmente, parte das vítimas tem o mesmo ou pior comportamento que os seus agressores, seres doentios com desvios comportamentais. É crucial abordar o bullying de forma preventiva e interventiva, não apenas para proteger as vítimas imediatas, mas também para evitar possíveis consequências de longo prazo, como a formação de uma mentalidade criminosa.
Como medidas estratégicas metodológicas preventivas e correctivas para combatê-lo e suas ramificações negativas, recomendo as seguintes acções às direcções das instituições de ensino: promover a consciencialização, educar sobre a importância do respeito e da empatia; oferecer apoio emocional e psicológico às vítimas são passos essenciais, implementar políticas claras e rigorosas contra o bullying, incluindo procedimentos de denúncia e responsabilização directa com consequências para os agressores, incentivar a comunicação aberta e transparente entre a escola, os pais e os alunos, a fim de identificar e prevenir, precocemente, estas situações.
Aos pais e encarregados de educação, sugiro as subsequentes acções: estabelecimento de uma comunicação aberta e empática com os filhos, para incentivá-los a falar sobre suas experiências diárias na escola, atenção aos sinais acima mencionados para perceber se o estudante/ adolescente é vítima de bullying, ensinar habilidades de resolução de conflitos aos filhos, bem como cultivar valores de respeito e tolerância.
Como aludido no livro "Os 7 pilares do Século XXI e o mediador do ensino e aprendizagem” ao trabalhar em conjunto, escolas, pais e encarregados de educação garantem a criação de ambiente seguro e saudável para os estudantes, com a promoção do respeito mútuo e a prevenção de casos de bullying.
*Pedagogo e Consultor Educacional
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