Pelo menos 21 pessoas morreram na sequência de um naufrágio que ocorreu no Rio Lufira, na zona sudeste da República Democrática do Congo (RDC), tendo 11 dos passageiros conseguido salvar-se, noticia hoje a agência espanhola EFE.
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A ONU, através do Programa Alimentar Mundial (PAM) e das agências que actuam sob sua coordenação na região do Tigray, Etiópia, pediu ontem às instituições e países para "aumentarem imediatamente" o apoio às operações de ajuda humanitária para salvar o maior número de pessoas, sobretudo mulheres e crianças.
A agência da ONU afirma, num memorando designado "Tigray Food Cluster”, produzido com um grupo de organizações de ajuda humanitária, que a situação é dramática e que se nada for feito poderão morrer milhares de pessoas. O documento faz referência ainda que apenas 14 por cento das 3,2 milhões de pessoas, que precisam de ajuda alimentar na região do Tigray, foram assistidas até 21 de Janeiro.
Alertam ainda, segundo a Efe, que a região está à beira uma "grave insegurança alimentar e desnutrição durante a estação de escassez, com possível morte das crianças e mulheres mais vulneráveis". As Nações Unidas (ONU) e os Estados Unidos da América (EUA) suspenderam a ajuda alimentar a Tigray em Março do ano passado, depois de terem descoberto um esquema "em grande escala" para roubar cereais destinados a ajuda humanitária. A suspensão foi estendida ao resto da Etiópia em Junho. As autoridades norte-americanas acreditam que o roubo pode ser o maior desvio de cereais de sempre. Os doadores responsabilizaram os funcionários do governo etíope e as forças armadas do país pela fraude, tendo o governo da Etiópia rejeitado essa acusação como "propaganda" prejudicial. A ONU e os EUA levantaram a pausa em Dezembro, depois de introduzirem reformas para travar o roubo, mas as autoridades de Tigray dizem que os alimentos não estão a chegar aos que deles necessitam.
Dois trabalhadores de agências humanitárias disseram à Associated Press que o novo sistema - que inclui a instalação de localizadores GPS em camiões de alimentos e cartões de racionamento com códigos QR - tem sido prejudicado por problemas técnicos, causando atrasos. As agências de ajuda humanitária estão também a debater-se com a falta de fundos.
A região do Tigray, onde vivem 5,5 milhões de pessoas, foi o centro de uma devastadora guerra civil de dois anos que matou centenas de milhares de pessoas e se espalhou pelas regiões vizinhas. A ONU acusou o Governo da Etiópia de usar "a fome como método de guerra" ao restringir à ajuda alimentar à região durante o conflito, que terminou em Novembro de 2022 com um acordo de paz.
Cerca de 20 milhões de pessoas em toda a Etiópia precisam de ajuda alimentar devido à seca, ao conflito e uma economia em crise. A pausa na ajuda humanitária aumentou ainda mais os níveis de fome. Na região de Amhara, vizinha do Tigray, uma rebelião que eclodiu em Agosto de 2023 está a dificultar a distribuição da ajuda, e várias regiões da Etiópia foram devastadas por uma seca que dura há vários anos.
As taxas de desnutrição entre as crianças em partes das regiões de Afar, Amhara e Oromia variam entre 15,9% e 47%, de acordo com uma apresentação do Grupo de Nutrição da Etiópia. Entre as crianças deslocadas no Tigray, a taxa é de 26,5%.
Mais de 300 pessoas morreram de fome
O provedor de Justiça nacional anunciou que cerca de 400 pessoas morreram de fome nas regiões de Tigray e Amhara nos últimos meses. As autoridades locais já tinham comunicado anteriormente a ocorrência de mortes por fome nos seus distritos, mas o Governo Federal da Etiópia tem insistido que esses relatos estão "completamente errados".
O gabinete do provedor de Justiça da Etiópia enviou peritos para as regiões que são afectadas pela seca e ainda estão a sofrer as consequências de uma guerra civil devastadora que terminou oficialmente há 14 meses.
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