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Opositores em Hong Kong são acusados de subversão

Quarenta e sete membros de um movimento pró-democracia de Hong Kong foram acusados, ontem, de "subversão", noticiou a Lusa. As acusações acontecem um mês depois de uma gran-de operação na qual 55 pessoas, incluindo algumas das figuras mais importantes do movimento pró-democracia, foram detidas.

01/03/2021  Última atualização 18H49
Movimento de protesto regressa às ruas da cidade © Fotografia por: DR
"A Polícia acusou esta tarde 47 pessoas por complô para cometer um acto de subversão", anunciou, a Polícia em comunicado.
"Todas as principais vozes do movimento pró-democracia de Hong Kong estão agora na prisão, no exílio ou acusadas de subversão", twittou a activista Sophie Mak.
A União Europeia (UE) expressou forte preocupação. "A natureza destas acusações mostra claramente que o pluralismo político legítimo não será mais tolerado em Hong Kong", destacou o escritório de representação do bloco na ex-colónia britânica.

Após as grandes manifestações pró-democracia de 2019 em Hong Kong, muitas vezes violentas, e da grande vitória dos candidatos da oposição nas eleições distritais, Pequim respondeu com medidas rígidas.
Em Maio de 2020, o Parlamento chinês  impôs uma lei sobre a Segurança Nacional que contribuiu para amordaçar muitos nomes importantes da oposição de Hong Kong.
A lei concentra-se em quatro crimes: subversão, secessão, terrorismo e conluio com forças estrangeiras.

As acusações podem resultar em condenações à prisão perpétua. Entre os acusados de ontem estão ex-deputados como Cláudia Mo, professores universitários como Benny Tai, advogados, trabalhadores sociais e vários activistas jovens, como Joshua Wong.
A Polícia informou que 39 homens e oito mulheres, com idades entre 23 e 64 anos, foram detidos.
Joshua Wong, um dos rostos mais conhecidos do movimento pró-democracia, já está detido por ter organizado manifestações em 2019.

Vários acusados ressaltaram que pretendem continuar a luta.
"A democracia nunca é um presente do céu. Você ganha com uma vontade de ferro", declarou Jimmy Sham, da Frente Civil de Direitos Humanos, uma organização que defende a não violência e que organizou vários protestos em 2019.
"Permaneceremos fortes e lutaremos pelo que queremos", concluiu.
"Há muito tempo decidimos que não vamos ajoelhar diante do totalitarismo", disse Lester Shum.

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