Economia

Receitas de exportação registam redução de 37 por cento

Regina Handa

O país registou, no passado mês de Janeiro, um aumento de cerca de 200 milhões de dólares na disponibilidade de moeda estrangeira, saindo de 600 milhões de dólares para 836 milhões, segundo o governador do Banco Nacional de Angola (BNA), Manuel Tiago Dias.

10/02/2024  Última atualização 12H25
Governador do BNA, Manuel Tiago Dias (centro), quando apresentava os dados sobre o mercado © Fotografia por: Vigas da Purificação| Edições Novembro

O governante, que falava ontem, em Luanda, no fórum sobre a Evolução do Mercado Cambial e as suas Perspectivas, disse, no entanto, que houve alguma redução das receias de exportação, que fez com que o país tivesse menos  37 por cento no que diz respeito às disponibilidades em moeda estrangeira.

Neste contexto, segundo disse, com menos disponibilidade de moeda estrangeira, em função do regime cambial que o Banco Central adoptou, observou-se uma depreciação acumulada da moeda nacional em 2023 na ordem dos 39 por cento.

E como consequência, a economia teve de se ajustar, particularmente, no que diz respeito ao sector externo, razão pela qual houve uma redução das importações a um nível bastante significativo. Destacou a redução de importação de bens alimentares na ordem de 33 por cento e, particularmente, de bens de consumo essenciais na ordem dos 45 por cento.

Acrescentou que, face a menor oferta de bens alimentares não compensada pela produção nacional, (porque os dados preliminares apontam que a produção do sector não petrolífero terá crescido apenas na ordem dos 2 por cento, com uma inflação na ordem dos 20 por cento, além do desequilíbrio entre a oferta e a procura), houve, também, outros factores que contribuíram para este resultado.

Avançou que, não obstante do que terá acontecido o ano passado, principalmente nos meses de Maio e Junho, o país continuou a ter disponibilidade em moeda estrangeira.

"Reconhecemos que estas disponibilidades foram substancialmente inferiores às que tínhamos, anteriormente, mas, o banco continua a ter em média vendas de divisas por parte dos principais operadores na ordem dos 600 milhões de dólares norte-americanos”, disse o governante.

Neste contexto, segundo disse, foi notado um ligeiro aumento destas vendas de divisas, porque no mês de Janeiro registou-se vendas na ordem dos 800 milhões de dólares.

Segundo Manuel Dias, a perspectiva daquilo que se tem como montante razoável  é de 600 milhões, mas em Janeiro excepcionalmente, houve um aumento em cerca de 200 milhões de dólares e as vendas totais situam-se em 836 milhões,

Argumentou que os dados preliminares de Fevereiro deste ano, embora, ainda, se esteja a um terço de dias do mês, "só nos primeiros dias deste mês já foram registadas uma venda de divisas do lado do tesouro na ordem dos 244 milhões de dólares, tratando-se de uma venda excepcional e como tal essa vai acrescentar as habituais que são feitas na plataforma de Blomberg e fora dela”, disse.

O governante avançou que, com base nestas informações, perpectiva-se que no primeiro trimestre do ano em curso, a taxa de câmbio pode-se manter relativamente estável.

Disse por outro lado, que as reservas internacionais vão-se manter num patamar relativamente alto, ou seja,  acima dos 14 mil milhões de dólares.

"As alterações serão determinadas, essencialmente, se houver necessidade de apoio à tesouraria por solicitação do Ministério das Finanças o que é permitido por lei”, justificou o governante.

Afirmou que, a saída da zona cinzenta, que se encontrava o mercado cambial só foi possível devido ao aumento substancial da produção interna, particularmente dos bens alimentares.

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