Política

Seca promove imigração ilegal de angolanos

A seca no sul de Angola está a facilitar a imigração ilegal para a Namíbia, constatou uma delegação, chefiada pela embaixadora naquele país, Jovelina Imperial, que, na semana passada, visitou as regiões namibianas de Ohangwena e Omusati.

21/03/2021  Última atualização 13H12
© Fotografia por: Arquivo
A delegação, integrada pelo cônsul-geral e diplomatas da missão diplomática em Whindoek e no consulado-geral em Oshakati, visitou comunidades angolanas nómadas, que recentemente imigraram para Namíbia de forma ilegal, alegadamente por falta de mantimentos, devidos à seca na região sul. De acordo com uma nota da Embaixada de Angola na Namíbia, estes cidadãos "dormem de baixo de árvores, em condições desumanas de sobrevivência”.

A embaixadora orientou que o consulado assistisse de imediato aqueles cidadãos e solicitou às autoridades namibianas que, dentro do possível, accionassem os mecanismos humanitários para o efeito, bem como o apoio para o regresso às suas localidades. A imigração ilegal, contrabando de combustível e comércio ilegal de bens diversos são as principais infracções cometidas por angolanos nas regiões namibianas de Ohangwena e Omusati, refere o documento.

No geral, refere a nota, "constatou-se que a cooperação entre os órgãos destacados ao longo dos diversos postos fronteiriços é salutar e tem havido trabalho conjunto para minimizar situações conflituosas”. Durante a visita que serviu para inteirar-se das dificuldades enfrentadas pela comunidade angolana, a delegação constatou que, diariamente, várias crianças, entre os 5 e 14 anos, atravessam a fronteira e caminham pouco mais de duas horas por dia para frequentarem o ensino no país vizinho.

Devido ao encerramento da fronteira, em função da pandemia da Covid-19, muitas delas entram "de forma oficiosa” na Namíbia. Uma das soluções propostas para minimizar estas dificuldades é a abertura da fronteira. "O Governo namibiano manifesta-se disponível para a abertura das fronteiras, aguardando pelo o aval das autoridades angolanas”, refere o documento, acrescentando que também podem ser emitidos passes de travessia.

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