Economia

Seguradoras passam a partilhar informação do ramo automóvel

As seguradoras podem passar a partilhar informação do ramo automóvel, num esforço do regulador para modernizar a prestação de serviço entre os operadores e a introdução de competitividade tecnológica, anunciou quinta-feira, em Luanda, o administrador da Agência de Regulação e Supervisão de Seguros (Arseg) Jardel Duarte.

22/05/2021  Última atualização 10H35
Vista da videoconferência em que foi discutida a evolução tecnológica do sector dos Seguros © Fotografia por: DR
Numa videoconferência consagrada à "Inteligência Artificial no Sector dos Seguros e dos Fundos de Pensões”, Jardel Duarte apontou que a partilha é baseada na matrícula e permite que qualquer utilizador pesquise no "site” do regulador se uma determinada chapa tem o seguro válido. 
O administrador acrescentou que, uma aplicação da Arseg com lançamento iminente vai permitir que, com uma fotografia, se consiga, de forma automática, receber a informação sobre se determinada viatura envolvida num sinistro tem o seguro válido. Esses são, no entanto, pequenos detalhes de uma evolução maior projectada pela Arseg, esperada com a entrada de insurtechs (startups do mercado de seguros que actuam na oferta de soluções para viabilizar processos). Segundo o administrador, o regulador está preparado para receber qualquer tipo de pedido de registo e acompanhamento, embora tudo careça de legislação. 

"Estamos muito ansiosos para, a curto prazo, deixar entrar insurtechs no mercado nacional, para desafiar-nos com pedidos e registos de entidades que estejam ligadas e focadas às novas tecnologias”, afirmou Jardel Duarte para ilustrar o nível das expectativas. A estratégia para permitir a entrada das insurtechs assenta no recurso "aos mecanismos em vigor e  às práticas internacionais ”, havendo um "trabalho em conjunto com os restantes reguladores para criar um regulamento mais eficiente e preparado para este fenómeno”, indicou.

Mudança sustentada  

Na Arseg, prosseguiu Jardel Duarte, a inteligência artificial é entendida como um tema que promove o desenvolvimento do sector, o com regulador a encorajar que isso ocorra com base na transformação dos processos tradicionais como o atendimento ao balcão, preenchimento manual dos processos e prevalência de burocracia, para processos tecnológicos. Mas, lembrou, no âmbito da literacia financeira, há um caminho grande a percorrer no sector segurador: "não tenhamos pressa, o mundo digital está aqui e existem coisas que ainda temos de melhorar para garantir que o negócio dos seguros que é tão importante, principalmente para a economia angolana cresça”, disse. 

Na comparação a outras realidades, o responsável considerou que à medida que se lançam novas iniciativas o consumidor angolano também se adapta, sendo fundamental que a Arseg perceba o mercado para saber como a distribuição dos seguros pode ser mais eficiente e lucrativa. O presidente executivo da Fidelidade Angola, Armando Mota, disse na conferência que os passos no domínio da transformação devem ser dados de forma sustentada: "no que toca à mudança, vejo os jovens com muita vontade de fazer coisas diferentes, de acatar novas formas de estar. Todos nós queremos mudar para melhor e não para pior”, afirmou, para concordar com a cautela declarada pelo administrador da Arseg. 

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