Opinião

Uma questão de consciência

Nas últimas 24 horas, segundo informações policiais, tinham sido detidas mais de 400 pessoas por desacatos às autoridades, concretamente por causa de incumprimentos relacionados com as medidas restritivas por força do Estado de Calamidade.

04/05/2021  Última atualização 06H00
Atendendo ao actual quadro de restrições impostas pela Covid-19, numa altura em que o Ministério da Saúde informa que circulam variantes sul-africana e inglesa, não há dúvidas de que importa cumprir e ser "forçado" a cumprir com as medidas. É verdade que, tal como nos é dado a perceber pelo debate público, estamos perante um assunto fracturante relativamente às medidas adequadas para lidar com a presente situação de restrições. Alguns sectores defendem, com alguma razoabilidade, que se deve intensificar a componente pedagógica com acções massivas de sensibilização junto das populações, sobretudo aquelas que "povoam" os grandes espaços de concentração pública. Outras são de opinião que a mão dura das leis deve imperar sobre todos os comportamentos que se revelem contrários ao actual contexto.

Sensibilizar, sim, mas impor a lei é a todos os títulos inegociável ao ponto de que a inocência, o esquecimento, a pressa de locomoção, entre outros factores que podem levar ao incumprimento do que está decretado, não são razões para negligenciar a Covid-19.É verdade que, para melhor sairmos da situação em que nos encontramos, com celeridade e segurança em matéria sanitária, o ideal é que as pessoas ganhem consciência voluntariamente, em vez de o fazerem apenas sob a presença das forças de Defesa e Segurança.

Estamos perante um problema cuja solução, que passe pela contenção da Covid-19, deve envolver sobretudo a tomada de consciência sobre a sua dimensão, implicações e consequências sobre uma eventual redução dos níveis de vigilância.Mas estamos completamente de acordo com aqueles que defendem o cumprimento escrupuloso do Decreto Presidencial relativo às medidas restritivas nesta fase em que nos encontramos, enfatizando o papel da Polícia Nacional. Sabemos todos que muitos resistem ao cumprimento das medidas para conter a Covid-19 e contra estes não há dúvidas de que apenas com medidas coercivas mais facilmente os veremos a cumprir.Acreditamos que mais do que o papel que a Polícia Nacional vai desempenhar, ajudando no cumprimento estrito do que está decretado, o melhor seria as pessoas individualmente ganharem consciência sobre o que está em causa e as formas de o ultrapassarmos.

O cumprimento das medidas para o controlo e contenção da Covid-19 depende da consciencialização de cada um porque, ao contrário do que se pensa, a Covid-19 é real entre os angolanos e está a causar óbitos em muitos lares.Defendemos que para segurança individual e colectiva, vale mais ganharmos consciência sobre a doença, as suas implicações na família, na comunidade e para o país como um todo. Hoje, combater a Covid-19 é também um problema de consciência.

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