Pelo menos 21 pessoas morreram na sequência de um naufrágio que ocorreu no Rio Lufira, na zona sudeste da República Democrática do Congo (RDC), tendo 11 dos passageiros conseguido salvar-se, noticia hoje a agência espanhola EFE.
A África do Sul prepara-se para novo escrutínio, com o Congresso Nacional Africano (ANC) em rota descendente depois de, nos primeiros anos, parecer querer construir o país sonhado por Mandela, informou, ontem, agência Lusa.
A partir de hoje até domingo, 112 milhões de eleitores russos são chamados às urnas. Sem surpresas, as projecções indicam que Vladimir Putin, que governa o país há 25 anos, deverá garantir o seu quinto mandato.
Apesar do resultado eleitoral ser já quase um dado adquirido, Konstantin Kalachev, analista político e antigo conselheiro do Kremlin, explica que as eleições presidenciais russas têm um objectivo. Internamente, a votação visa legitimar o poder do Presidente e demonstrar que o povo está unido, diz o analista.
Já no exterior, "é preciso mostrar que Putin está a implementar a política [externa] com base nas exigências da população. Demonstrar que o Presidente e a maioria russa estão unidos para dissipar quaisquer ilusões do Ocidente", afirma.
Segundo o Meduza, um site de notícias independente sediado na Letónia, as autoridades russas estão a tomar medidas para garantir que as eleições presidenciais pareçam o mais legítimas possível. O objectivo é conseguir uma afluência às urnas de 80%.
Dirigindo-se ao país, esta quinta-feira, o Presidente russo apelou à participação eleitoral. "É necessário reafirmar a nossa união para avançarmos juntos. Cada um dos vossos votos é valioso. Por isso, apelo a que exerçam o vosso direito de voto nos próximos três dias.", disse Vladimir Putin.
Para muitos analistas, os resultados eleitorais não fugirão aos habituais e dão como provada a reeleição de Vladimir Putin, embora esteja a concorrer contra três outros concorrentes, cujas candidaturas terão sido aprovadas em condições que os colocam como meros participantes, alegam algumas vozes.
A comissão eleitoral recusou-se a aceitar a nomeação inicial de Yekaterina Duntsova por um grupo de apoiantes, alegando erros na documentação, incluindo ortografia. O Supremo Tribunal rejeitou então o recurso de Duntsova contra a decisão da comissão.
Putin
concorre como independente e a sua sede de campanha, juntamente com ramos do
partido governante Rússia Unida e uma coligação política chamada Frente
Popular, recolheram assinaturas em apoio à sua candidatura. Segundo a lei
russa, os candidatos independentes devem ser nomeados por pelo menos 500
apoiantes e também devem reunir pelo menos 300 mil assinaturas de 40 regiões ou
mais.
Votos de protesto?
Segundo alguns Sites de informação, independentemente do formato do pleito e do contexto actual, ainda assim, é possível que haja alguma forma de voto de protesto. Isto porque, ainda que a maioria das forças da oposição tenha fugido do país, tem havido apelos para que os seus apoiantes se manifestem durante os dias das eleições.
A viúva de Alexei Navalny, por exemplo, apelou para que, em homenagem ao seu marido, os seus apoiantes compareçam em massa nas mesas de voto no domingo ao meio dia.
A presença destas pessoas nas assembleias de voto por si só não vai alterar o resultado final da votação, mas irá "provavelmente irritar Putin", diz Nikolay Petrov, investigador e colaborador do Instituto Alemão para Assuntos Internacionais e de Segurança.
"É um erro pensar que é mais fácil para os regimes autoritários terem eleições do que para as democracias. É muito importante para Putin demonstrar à sua elite política que é apoiado pela grande maioria dos russos. É por isso que o Kremlin quer evitar escândalos", afirma Petrov.
Na quinta-feira (14.03), véspera da abertura das assembleias de voto em todo o país, a União Europeia (UE) e a NATO afirmaram que as eleições presidenciais russas não serão livres nem justas. Vários opositores de Putin têm apelado para que o Ocidente não reconheça os resultados eleitorais.
Apesar
de mais de metade dos russos defenderem a abertura de negociações de paz com a
Ucrânia, Vladimir Putin tem, segundo as sondagens mais recentes, mais de 80%
das intenções de voto.
Elegibilidade
De acordo com a cláusula 3 do artigo 81 da Constituição da Rússia, antes da revisão constitucional de 2020, a mesma pessoa não poderia ocupar o cargo de Presidente da Federação Russa por mais de dois mandatos consecutivos, o que permitiu que Vladimir Putin se tornasse presidente em 2012 para um terceiro mandato não consecutivo aos mandatos anteriores. A reforma constitucional estabeleceu um limite rígido de dois mandatos no total. No entanto, os mandatos cumpridos antes da revisão constitucional não contam, o que dá a Vladimir Putin elegibilidade para mais dois mandatos presidenciais. De acordo com a nova versão da Constituição, os candidatos presidenciais devem ter no mínimo 35 anos (o requisito não mudou); Ser residente na Rússia há pelo menos 25 anos (anteriormente 10 anos); Não possuir cidadania estrangeira ou autorização de residência em país estrangeiro, nem no momento da eleição, nem em momento anterior (nova exigência). Observadores vêem as altas taxas de aprovação de Putin como uma consequência das significantes melhoras no padrão de vida e a reinserção da Rússia no cenário mundial, ocorrida durante sua presidência.
Breve perfil dos três concorrentes contra Vladimir Putin
Leonid
Eduardovich Slutsky
Leonid
Eduardovich Slutsky, nascido em 4 de
Janeiro de 1968, é um político russo que lidera o Partido Liberal Democrático
da Rússia , desde 2022 e tem assento
como deputado na Duma, a câmara baixa do Parlamento russo, desde 1999.
Com o seu partido associado à extrema direita do espectro político, o mandato
de Slutsky como presidente do Comité de Assuntos Internacionais da Duma do
Estado foi agitado e amplamente coberto pelos media nacionais e internacionais.
Em 2018, foi a figura central de um escândalo de agressão sexual no Parlamento.
Em 2022, representou a Rússia durante as negociações de paz com a Ucrânia após
a invasão russa. No ano seguinte, ele anunciou a sua candidatura nas eleições
presidenciais russas de 2024. O Partido Liberal Democrático da Rússia tem
actualmente 21 membros na 8ª convocação da Duma.
Vladislav
Andreyevich Davankov
Vladislav
Andreyevich Davankov, nascido em 25 de Fevereiro de 1984, é vice-presidente da
Duma, desde 2021. Davankov tem assento na Duma com a bancada do Novo Povo, de
orientação liberal, o único partido a não apoiar a independência das regiões de
Donetsk e Lugansk da Ucrânia no prelúdio da invasão russa. Davankov anunciou,
em Fevereiro de 2024, que era a favor da "paz e negociações" sobre a
guerra na Ucrânia, bem como do fim da censura desnecessária. O Kremlin,
supostamente, tentou impedi-lo de se tornar candidato devido à sua idade relativamente
jovem, contrastando com o envelhecimento do Presidente autoritário Vladimir
Putin, de 71 anos. Ele foi, portanto, descrito como "o candidato mais
liberal nas urnas" e "o mais provável de se tornar o candidato
alternativo a Putin", com algumas pesquisas mostrando-o em segundo lugar,
atrás de Putin.
Nikolay
Mikhailovich Kharitonov
Nikolay
Mikhailovich Kharitonov, nascido a 30 de Outubro de 1948 é um político
comunista russo que serviu na Duma, desde 1994 e como presidente do Comité para
o Desenvolvimento das regiões do Extremo Oriente e do Ártico desde 2011.
Anteriormente, era membro do Partido Agrário até renunciar em protesto contra a
sua cooperação com o governante da Rússia Unida. Ele é mais conhecido pela sua
tentativa, mal sucedida, de destituir o actual Presidente Vladimir Putin nas
eleições de 2004, ficando em segundo lugar. Ele agora está a concorrer pela
segunda vez nas eleições de 2024, no que será efectivamente uma revanche.
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