Em diferentes ocasiões, vimos como o mercado angolano reage em sentido contrário às hipóteses académicas, avançadas como argumentos para justificar a tomada de certas medidas no âmbito da reestruturação da economia ou do agravamento da carga fiscal.
O conceito de Responsabilidade Social teve grande visibilidade desde os anos 2000, e tornou-se mais frequente depois dos avanços dos conceitos de desenvolvimento sustentável. Portanto, empresas socialmente responsáveis nascem do conceito de sustentabilidade económica e responsabilidade social, e obrigam-se ao cumprimento de normas locais onde estão inseridas, obrigações que impactam nas suas operações, sejam de carácter legal e fiscal, sem descurar as preocupações ambientais, implementação de boas práticas de Compliance e Governação Corporativa.
Os medicamentos usados no país, desde os convencionais aos tradicionais, há muito que requerem processos mais rigorosos que antecedem à entrada em circulação no mercado, além do reforço da literacia em matéria de acesso e uso dos remédios em condições normais, quando unicamente prescritos.
Hoje, lamentavelmente e ao arrepio do que seria elementar observar em matéria de bens farmacêuticos, quase todo o tipo de fármacos circulas livremente, sendo comercializados em condições inaceitáveis de exposição em mercados e vendido na rua como se tratasse de um doce.
Há dias, o bastonário da Ordem dos Farmacêuticos defendeu a necessidade de um apertado controlo dos processos que envolvem os medicamentos a começar desde a fase de importação, modalidade em que, definitivamente, as instituições do Estado deviam ter mecanismos para impedir a entrada descontrolada deste tipo de produtos.
Não é aceitável que circulem no país alguns tipos de medicamentos nas unidades sanitárias e farmácias sem o escrutínio de quem de direito, um dado hipotético que, esperemos, esteja longe de ser uma realidade.
Em todo o caso, vamos a tempo de reverter um conjunto de situações que, ao fim e ao cabo, contribui também para fatalidades nas famílias, por causa da utilização de medicação nem sempre devidamente certificada.
E estamos a falar somente acerca dos medicamentos convencionais, numa altura em que importa, igualmente, virar as atenções ao uso desregrado de medicamentos tradicionais, na maior parte dos casos por automedicação.
Na verdade, se pararmos para avaliar o "impacto do sector farmacêutico paralelo”, traduzido na circulação e comercialização de fármacos (convencionais e tradicionais) de proveniência e eficácia duvidosas, chegaremos à conclusão de que os malefícios são incalculáveis.
Do que é que se está à espera para se proibir, definitivamente, a venda de medicamentos na rua e nos mercados e por pessoas despreparadas?
Não se pode permitir que pessoas desprovidas do treinamento básico, médio ou superior em Farmacologia ou que não entendam nada sobre como as substâncias químicas interagem com os sistemas biológicos estejam a "vender” medicamentos.
"Os serviços farmacêuticos devem ser prestados por profissionais devidamente capacitados. Principalmente no período da importação dos medicamentos”, defendeu Santos Nicolau, o bastonário da Ordem dos Farmacêuticos e com toda a razão.
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